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O litoral estende-se pelo oeste, depois faz uma curva em direção ao norte até a nevoenta baía de São Francisco, que o Guia descreve como "um bom lugar para ir. É fácil acreditar que todo mundo que você encontra por lá também é um espacial. Fundar uma nova religião para você é a a que eles usam para dizer 'oi'. Até que você esteja inslado e tenha dominado a manha do lugar é melhor dizer não para três de cada quatro perguntas que lhe fizerem, porque existem coisas estranhíssimas acontecendo por lá e muitas podem ser letais para um alienígena desprevenido". As centenas de milhas sinuosas de penhascos e areia, palmeiras, arrebentações e entardeceres são descritas no Guia como "Impressionante. Mesmo". E em algum lugar neste longo trecho de litoral ficava a casa desse homem inconsolável, um homem que muitos achavam ser louco. Mas apenas porque, dizia ele às pessoas, ele era louco mesmo.

Um das inúmeras razões pela qual as pessoas achavam que ele era louco era a peculiaridade da sua casa, que, mesmo em uma terra onde a maioria das casas era peculiar de uma maneira ou de outra, era bastante radical em sua peculiaridade. A sua casa se chamava O

Exterior do Asilo. O seu nome era simplesmente John Watson, embora ele preferisse ser chamado - e alguns dos seus amigos haviam relutantemente concordado com isso agora - de Wonko, o São. Na sua casa havia várias coisas estranhas, incluindo um aquário de vidro acinzentado com seis palavras gravadas nele.

Podemos falar sobre ele bem mais tarde - esse foi apenas interlúdio para apreciar o pôrdo-sol e para dizer que ele estava lá, apreciando-o também. Perdera tudo o que mais amava e agora estava simplesmente esperando o fim do mundo sem saber que já tinha chegado e passado. capítulo 16

Depois de passar um domingo nojento esvaziando latas de lixo atrás de um bar em Taunton, sem encontrar absolutamente nada, nenhum bilhete de rifa, nenhum número de telefone, Arthur fez tudo o que podia para encontrar Fenchurch e, quanto mais ele tentava, mais as semanas passavam.

Estava com ódio de si mesmo, do destino, do mundo e do clima. Chegou até, mergulhado no seu sofrimento e na sua fúria, a voltar ao restaurante do posto de gasolina, na beira da estrada, onde estivera antes de encontrá-la.

- É o chuvisco que me deixa particularmente mal-humorado.

- Por favor, pare de reclamar do chuvisco - interrompeu Arthur.

- Eu pararia, se parasse de chuviscar.

- Olha...

- Posso te contar o que vai acontecer quando parar de chuviscar?

- Não.

- Vai cair uma chuva gosmenta.

- O quê?

- Vai cair uma chuva gosmenta.

Arthur observava o mundo hediondo lá fora por cima aro da sua xícara de café. Aquele era um lugar completamente inútil para se estar, constatou ele, e tinha sido atraído de volta para lá mais por uma questão de superstição do que de lógica. No entanto como se para espezinhá-lo com a prova de que coincidências incríveis de fato podem acontecer, o destino decidira reuni-lo com o motorista de caminhão que encontrara da última vez.

Ouanto mais tentava ignorá-lo, mais se via sendo arrastado dentro do vórtice gravítico da conversa exasperante do sujeito.

- Acho - disse Arthur vagamente, xingando-se por sequer se dar ao trabalho de dizer isso que está parando.

- Rá!

Arthur deu de ombros. Devia ir embora. Era isso que devia fazer. Devia simplesmente ir embora.

- Nunca pára de chover - vociferou o motorista de caminhão. Deu um murro na mesa, derrubou o seu chá e, de fato, por um momento, pareceu estar irritado. Impossível simplesmente sair sem responder a um comentário como aquele.

- É claro que pára de chover - disse Arthur. Não chegava a ser uma refutação sofisticada, mas era algo que tinha de ser dito.

- Chove... o tempo... todo - enfureceu-se o homem, esmurrando a mesa novamente, pontuando cada palavra com um soco.

Arthur balançou a cabeça.

- É burrice dizer que chove o tempo todo... - disse ele.

O sujeito levantou as sobrancelhas de repente, afrontado.

- Burrice? Por que é burrice? Por que é burrice dizer que e o tempo todo se chove o tempo todo mesmo?

- Não choveu ontem.

- Choveu em Darlington.

Arthur estacou, desconfiado.

- Não Vai me perguntar onde eu estava ontem? - perguntou Ajeito. - Hein?

- Não.

- Mas imagino que dê para imaginar.

- É mesmo?

- Começa com um D.

- Jura?

- E estava chovendo pacas por lá, pode acreditar.

- É melhor não sentar aí, não, colega - disse um estranho de macacão alegremente para Arthur, ao passar. - Esse é o Canto da Nuvem Negra, isso aí. Reservado especialmente para

"Raindrops Keep Falling On My Head" aí do seu lado. Tem um canto como esse reservado para ele em cada lanchonete, daqui até a ensolarada Dinamarca. Fique longe, é o meu conselho. É o que todos nós fazemos. Como vai indo, Rob? Muito ocupado? Está usando os seus pneus de chuva? Rá rá.

Passou por eles rapidamente e foi contar uma piada sobre Britt Ekland para alguém na mesa ao lado.

- Viu só, nenhum desses palhaços me leva a sério - disse Rob McKeena. - Mas acrescentou soturnamente, inclinando-se para a frente e revirando os olhos - todos sabem que é

verdade!

Arthur franziu a testa.

- Como a minha mulher - sussurrou o único dono e motorista do “Fretes McKeena - Faça chuva ou faça sol” - Ela diz que é besteira, que eu faço escândalo e reclamo à toa, mas - fez uma pausa dramática e disparou olhares perigosos - sempre recolhe as roupas do varal quando ligo para dizer que estou voltando para casa! - Ele sacudiu si colher de café. - O que você me diz?

- Bem...

- Eu tenho um caderninho - prosseguiu. - Um caderninho. Um diário. Há quinze anos. Anotei todos os lugares por onde já passei. Dia a dia. E como estava o tempo. E o tempo se esteve invariavelmente horrível - rosnou ele. - Já estive em todos os cantos da Inglaterra, da Escócia, do Pais de Gales. Por toda a Europa, Itália, Alemanha, varias vezes na Dinamarca, na Iugoslávia. Tenho tudo isso anotado e mapeado. Até quando fui fui visitar o meu irmão - acrescentou ele - em Seattle.

- Bem - disse Arthur, finalmente levantando-se para ir embora -, talvez você devesse mostrar isso para alguem.

- Eu vou - disse Rob McKeena.

E de fato mostrou.

capítulo 17

Angústia, depressão. Mais angústia e mais depressão. Precisava de um projeto e arrumou um.

Ia descobrir onde havia sido a sua caverna.

Na Terra Pré-Histórica, morara em uma caverna, não uma caverna agradável, na verdade uma caverna pavorosa, mas... Não havia mas. Era uma caverna totalmente pavorosa e ele a detestara. Mas morara nela durante cinco anos e isso fazia dela uma espécie de lar e as pessoas não gostam de perder os seus lares de vista. Arthur Dent era uma dessas pessoas; então, foi até

Exeter comprar um computador.

Aquilo era realmente o que ele queria, é claro, um computador. Mas sentia que devia ter um propósito sério em mente antes de sair por aí gastando a maior nota no que as pessoas podiam encarar como sendo apenas um brinquedinho. Então, esse era o seu propósito sério. Descobrir a localização exata de uma caverna na Terra Pré-Histórica. Explicou isso para o sujeito da loja.

- Por quê? - quis saber o sujeito da loja.

Perguntinha capciosa.

- Tudo bem, vamos pular essa parte - disse o sujeito da loja - Como?

- Bem, eu estava esperando que você pudesse me ajudar com essa parte. O sujeito suspirou e deixou cair os ombros.

- Você tem muita experiência com computadores?

Arthur chegou a cogitar se devia mencionar Eddie, o computador de bordo da nave Coração de Ouro, que teria feito o em um segundo, ou o Pensador Profundo, ou... mas cidiu que era melhor não.