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— Se? — indagou Plumm, estreitando os olhos.

— Rosemont e seus capangas da CIA pegaram um copo na batida que deram no Sinclair Towers. As impressões digitais de Suslev estão espalhadas nele.

Plumm empalideceu.

— Porra! Agora ele está fichado?

— Tem que estar. Está nos nossos arquivos, como sabe, não como membro do KGB, e acho que tenho as únicas cópias existentes das suas digitais. Retirei-as do dossiê dele, há anos. Eu diria que é apenas uma questão de tempo. A CIA logo saberá quem ele é. Portanto, quanto mais cedo ele sair de Hong Kong, melhor.

— Acha que devemos contar ao Centro? — perguntou Plumm, inquieto. — Vão estourar com ele por ter sido tão descuidado.

— Podemos decidir no fim de semana. Conhecíamos Voranski há anos, sabíamos que era de confiança. Mas, e esse homem? — Crosse deixou a palavra no ar, continuando a fingir que seu contato com Suslev era recente, como o de Plumm. — Afinal de contas, não é ele apenas um oficial inferior do KGB, um mensageiro metido a besta? Não é nem mesmo o substituto oficial do Voranski, e temos que pensar em nós.

— É verdade! — Plumm ficou mais duro. — Vai ver que é mesmo um bestalhão. Eu sei que não fui seguido até o Sinclair Towers. E quanto ao cabograma decifrado... puta que o pariu!

— O quê?

— O cabograma decifrado... aquele que ele deixou cair e o Armstrong pegou no convés do Ivánov. Temos que decidir quanto a isso.

Crosse virou-se para ocultar o seu choque e lutou para controlar-se, abismado de que nem Armstrong nem Sinders houvessem mencionado qualquer cabograma. Fingiu abafar um bocejo, para disfarçar.

— Desculpe, passei a maior parte da noite acordado — falou, fazendo um esforço enorme para manter o tom de voz normal. — Ele lhe contou o que havia nele?

— Claro. Eu insisti.

Crosse viu que Plumm o observava.

— Ele disse o que exatamente havia nele?

— Como? Quer dizer que podia estar mentindo? — Plumm deixou transparecer a sua ansiedade. — Era qualquer coisa como: "Informe Arthur que, atendendo ao seu pedido para uma Prioridade Um para o traidor Metkin, ordenou-se uma intercepção imediata para Bombaim. Segundo, a reunião com o americano foi antecipada para o domingo. Terceiro e finaclass="underline" as pastas de Alan continuam sendo Prioridade Um. O máximo esforço deve ser feito pela Sevrin para obter sucesso. Centro". — Plumm molhou os lábios. — Está correto?

— Está — disse Crosse, arriscando, quase molhado de alívio. Começou a pesar as probabilidades quanto a Arsmtrong e Sinders. "Por que, deliberadamente, por que não me contaram nada?"

— Terrível, não é? — comentou Plumm.

— É, mas não é sério.

— Não concordo — disse Plumm com irritação. — Isso liga definitivamente o KGB à Sevrin, confirma definitivamente a existência de Arthur e da Sevrin.

— É, mas as pastas de Alan já haviam feito isso. Acalme-se, Jason, estamos seguríssimos.

— Estamos? Tem havido "vazamentos" demais para o meu gosto. Demais. Talvez devamos parar as atividades por algum tempo.

— Estamos parados. São apenas aquelas malditas pastas do Alan que estão nos causando problemas.

— É. Pelo menos o sacana do Grant não foi completamente exato.

— Está se referindo ao Banastasio?

— É. Ainda pergunto onde diabos ele se encaixa.

— É.

Na pasta de Alan que fora interceptada, Banastasio era mencionado erroneamente como a ligação americana da Sevrin. Fora apenas depois da pasta que Crosse soubera por Rosemont quem Banastasio realmente era.

— O sujeito que foi recebê-lo foi Vee Cee Ng — disse Crosse.

— Ng Fotógrafo? — perguntou Plumm, alçando as sobrancelhas. — Qual a ligação dele?

— Não sei. Navegação, navios, contrabando... está metido em todo tipo de negócios escusos — disse Crosse, dando de ombros.

— Será que a teoria daquele tal escritor tem fundamento? Como é o nome dele? Marlowe. Será que o KGB está operando no nosso território sem nos contar?

— É possível. Ou poderia ser um departamento completamente diferente, quem sabe o gru, instigado nos Estados Unidos pelo KGB ou pelo GRU locais. Ou apenas uma coincidência. — Crosse agora estava de novo controlado, o susto do cabograma se dissipando. Pensava agora com muito mais clareza. — O que Suslev quer de tão urgente?

— Nossa cooperação. Koronski chega no avião da tarde.

— Centro? — perguntou Crosse, soltando um assobio.

— É. Houve um recado hoje de manhã. Agora que o equipamento do Ivánov está destruído, passei a ser o mensageiro.

— Ótimo. Qual é o nome falso dele?

— Hans Meikker, Alemanha Ocidental. Vai ficar no Sete Dragões. — A ansiedade de Plumm aumentou. — Escute, Suslev falou que o Centro ordenou que nos preparássemos para seqüestrar o Ian e...

— Ficaram malucos! — explodiu Crosse.

— Concordo, mas o Suslev disse que é a única maneira de descobrirmos rapidamente se as pastas são falsas ou não e, se são, onde estão as verdadeiras. Ele alega que Koronski pode fazê-lo. Num interrogatório com substâncias químicas... bem... a memória do Ian pode ser... esvaziada.

— Que loucura! — disse Crosse. — Nem temos certeza de que as pastas são falsificadas. É apenas uma suposição, pelo amor de Deus!

— Suslev disse que o Centro falou que podemos pôr a culpa nos Lobisomens. Os sacanas seqüestraram John Chen. Por que não tentariam botar a mão no dinheiro grosso do tai-pan?

— Não. É perigoso demais. Plumm enxugou as mãos.

— Seqüestrar o Ian agora deixaria os tai-pans e Hong Kong alucinados. Poderia ser a hora perfeita, Roger.

— Por quê?

— A Casa Nobre ficaria totalmente desnorteada, e com toda essa corrida aos bancos e o desastre da Bolsa, Hong Kong entraria pelo cano, e isso deixaria a China em estado de choque. Faríamos a causa dar um salto de dez anos, e ajudaríamos incomensuravelmente o comunismo internacional e os trabalhadores do mundo. Porra, Roger, já não está cheio de ficar sentado e bancar o menino de recados? Agora podemos realizar o propósito da Sevrin quase sem risco algum. Depois disso, "fecharemos para balanço" por algum tempo.

Crosse acendeu um cigarro. Notara a tensão na voz de Plumm.

— Vou pensar no assunto — falou, finalmente. — Deixemos como está, no momento. Ligo para você hoje à noite. Suslev disse quem era o americano mencionado no cabograma?

— Não. Só disse que não tinha nada a ver conosco. A voz de Crosse endureceu.

— Aqui, tudo tem a ver conosco.

— Concordo. —- Plumm observava-o. — Também podia ser uma palavra em código, um codinome para alguém.

— É possível.

— Tenho um palpite. Banastasio.

— Por que ele? — perguntou Crosse, tendo chegado à mesma conclusão.

— Não sei, mas aposto que todo o golpe, se é que é um golpe, tem que ter inspiração, ou assistência, do KGB. É um clássico Sun Tse: usar a força do inimigo contra ele mesmo... os dois inimigos, os Estados Unidos e a China. Um Vietnam forte e unido é garantido militarmente contra a China. Certo?

— É possível. E, tudo se encaixa — concordou Crosse. "Exceto uma coisa", pensou. "Vee Cee Ng." Até que Brian Kwok tivesse cuspido "Vee Cee é um de nós", ele não tivera a mínima suspeita de que o sujeito fosse outra coisa que não um fotógrafo "avançado" e um comerciante capitalista. — Se o Banastasio é o americano, logo saberemos. — Acabou de fumar o seu cigarro. — Mais alguma coisa?

— Não. Roger, pense no Dunross. Por favor. Os Lobisomens tornam a coisa possível.

— Estou pensando.

— Este fim de semana seria perfeito, Roger.

— Eu sei.

Orlanda observava os cavalos pelo binóculo de longo alcance, quando eles deram a largada para o quarto páreo. Estava num dos cantos do balcão dos sócios, com Bartlett todo feliz ao seu lado, todo mundo olhando para os cavalos, menos ele. Observava-a, a curva dos seios sob a seda, o ângulo das maçãs do rosto, a intensidade do seu entusiasmo.