Выбрать главу

— Daqui a vinte anos Vee Cee terá uma frota maior do que a do Onassis.

— Impossível.

— Muito provavelmente, tai-pan.

— Como sabe?

— Pediram-me que ajudasse a financiar e providenciar uma imensa expansão da frota dele. Se pusermos os sete primeiros petroleiros no nosso pacote, com a promessa de mais, e eu posso, eu posso, isso deverá satisfazer o First Central. — Phillip Chen enxugou o suor da testa. — Heya?

— Pombas, isso satisfaria o Chase Manhattan e o Banco da América juntos! Vee Cee? — Então a mente tumultuada de Dunross voltou ao normal, agindo com a máxima eficiência. — Ah! Vee Cee, mais tório, mais Velhos Amigos, mais todo o tipo de ferramentas delicadas, mais petróleo, mais Velhos Amigos. Certo?

Phillip ensaiou um sorriso.

— Todos os corvos sob os céus são negros.

— É. — E depois de uma pausa, acrescentou: — O First Central poderá topar. Mas, e quanto ao Bartlett?

— Com o First Central você não precisará da Par-Con. O First Central terá prazer em nos ajudar a conseguir um financiador, ou sócio alternativo nos Estados Unidos. Levaria algum tempo, mas com o Jacques no Canadá, David MacStruan aqui, Andrew na Escócia... Tai-pan, não sei o que está pensando sobre o Andrew e esse tal de Kirk, mas as teorias dele me parecem imaginosas, muito imaginosas.

— O que estava dizendo sobre Bartlett?

— Sugiro que rezemos para que o First Central morda a isca, que o Tiptop nos dê o dinheiro, que eu possa cobrir o First Central com uma associação de Mata, Pão-Duro e Quatro Dedos. Depois você, David MacStruam e eu poderemos facilmente encontrar uma alternativa para a Par-Con. Sugiro que abramos imediatamente um escritório em Nova York. Que o David o dirija por três meses com... talvez com o Kevin como assistente. -— Phillip deixou a sugestão no ar por um momento, depois continuou rapidamente: — Daqui a três meses saberemos se o jovem Kevin tem algum valor... acho que ficará muito impressionado, tai-pan, na verdade eu o garanto. Daqui a três meses saberemos o que o jovem George Trussler acha da Rodésia e da África do Sul. Quando ele tiver esse escritório montado e funcionando, podemos mandá-lo para Nova York. Ou, quem sabe, poderíamos convencer o seu outro primo, o virginiano Mason Kern, a sair da Cooper-Tillman, e colocá-lo à frente do nosso escritório em Nova York. Depois de seis meses, Kevin deverá ir para Salisbury e Johannesburg... tenho um grande pressentimento de que o comércio de tório e metal precioso irá se fortalecer cada vez mais.

— Entrementes, ainda temos os nossos problemas imediatos. Bartlett, Gornt e a corrida às nossas ações.

— Para nos assegurarmos do silêncio de Bartlett, teremos que separá-lo totalmente do Gornt e fazer dele um aliado, um aliado completo.

— E como se faz isso, Phillip?

— Deixe comigo. Há... há possibilidades.

Dunross manteve os olhos fitos em Phillip Chen, mas o velho não ergueu o olhar da mesa. "Que possibilidades? Orlanda? Tem que ser."

— Está certo — falou. — O que mais?

— Quanto ao mercado, com o Banco da China a nos apoiar, a corrida aos bancos termina. Com a compra da General Stores e um apoio financeiro maciço, a corrida às nossas ações tem que cessar. Todos correrão para comprar, e haverá a alta. Bem — continuou Phillip Chen —, sei que você não queria fazer isso antes, mas digamos que possamos fazer com que Sir Luís retire as nossas ações do pregão até segunda-feira ao meio-dia, aí...

— Como?

— É. Digamos que ninguém possa negociar com a Struan oficialmente até o meio-dia. Digamos que deixemos o preço como estava na quarta-feira passada... 28,80. Gornt estará preso na armadilha. Terá que comprar ao preço que for, para cobrir. Se ninguém oferecer ações suficientes, abaixo dessa quantia todos os lucros dele sairão pela janela, ele pode até se arrasar.

Dunross sentiu-se fraco. A idéia de imobilizar as ações ainda não lhe ocorrera.

— Meu Deus! Sir Luís jamais concordaria com isso. Phillip Chen agora estava muito pálido, gotas de suor molhando-lhe a fronte.

— Se o comitê da Bolsa tiver decidido que é necessário para "estabilizar o mercado"... e se as grandes firmas de corretagem de Joseph Stern e Arjan Soorjani também concordarem em não oferecer nenhuma ação, nenhuma ação a granel abaixo de 28,80, o que o Gornt poderá fazer? — Enxugou a testa com mãos trêmulas. — Esse é o meu plano.

— Por que motivo Sir Luís cooperaria?

— Acho... acho que vai cooperar, e Stern e Soorjani nos devem muitos favores. — Os dedos do velho se remexiam nervosamente. — Sir Luís, Stern, Soorjani, você e eu juntos controlamos a maior parte dos principais lotes de ações que Gornt vendeu a descoberto.

— Stern é o corretor de Gornt.

— É verdade, mas é yan de Hong Kong, e precisa mais de boa vontade do que de um cliente. — Phillip Chen mudou de posição, ficando mais exposto à luz, Dunross notou a palidez dele e ficou preocupadíssimo. Levantou-se, foi até o bar e trouxe dois conhaques com soda. — Tome.

— Obrigado. — Phillip Chen bebeu o dele rapidamente. — Graças a Deus pelo conhaque!

— Acha que podemos convencer a todos até a abertura da Bolsa, na segunda-feira? A propósito, cancelei minha viagem a Taipé.

— Ótimo, foi sensato da sua parte. Agora irá ao coquetel do Jason Plumm.

— Vou, disse que iria.

— Ótimo. Então poderemos conversar mais. Sobre Sir Luís. Há uma boa chance, tai-pan. Mesmo que as ações não sejam retiradas, o preço deve disparar, tem que disparar... se conseguirmos o apoio de que precisamos.

"É o óbvio ululante", pensou Dunross, com azedume. "Se." Deu uma olhada no relógio. Eram oito e trinta e cinco. Sinders devia ter telefonado às oito e trinta. Ele lhe dera meia hora de lambujem antes de ligar para Tiptop. Seu estômago parecia estar se desfazendo, mas ele o controlou. "Pombas, não posso ligar para ele", pensou, com irritação.

— O que foi? — indagou, pois não tinha escutado o que Phillip Chen dissera.

— O prazo que me deu para lhe entregar o meu pedido de demissão... meia-noite de domingo, se Mata ou Pão-Duro ou... posso pedir para que seja prorrogado por uma semana?

Dunross apanhou o copo de Phillip Chen para enchê-lo de novo, gostando da sutileza asiática do pedido. Pedia-lhe que prorrogasse o prazo para uma época em que não teria valor, Pois, dali a uma semana, a crise estaria já há muito resolvida. O modo como o pedido foi feito não desprestigiava nenhuma das duas partes. "É, mas ele tem que fazer um esforço espetacular. Será que sua saúde agüentará? É a única coisa que estou realmente levando em consideração." Enquanto servia o conhaque, pensava em Phillip Chen, Kevin Chen, Claudia Chen, no velho Chen-chen, e no que faria sem eles. "Preciso de cooperação e serviço, e não mais de traição ou falsidade."

— Pensarei no caso, Phillip. Nós o discutiremos depois da oração matinal, na segunda-feira. — A seguir, acrescentou, cuidadosamente: — Talvez se justifiquem prorrogações.

Agradecido, Phillip Chen aceitou o conhaque e tomou um grande gole, já com uma cor melhor. Percebera o plural hábil, e sentira-se aliviadíssimo. "Só o que tenho a fazer é acertar. Só isso." Levantou-se para sair.

— Obriga...

O telefone soou irritantemente, e ele quase deu um salto. Dunross também.

— Pronto! Oh, alô, sr. Sinders! — Dunross podia ouvir o bater do seu coração abafando o ruído da chuva. — O que há de novo?

— Muito pouco, infelizmente. Discuti a sua sugestão com o governador. Se "aquilo" estiver nas minhas mãos até o meio-dia de amanhã, tenho motivos para acreditar que o seu amigo poderá ser entregue ao terminal da fronteira de Lo Wu ao entardecer de segunda-feira. Naturalmente, não posso garantir que ele queira cruzar a fronteira para a China Vermelha.

Dunross soltou a voz, com dificuldade:

— Há muitos "motivos para acreditar" e "poderá ser" nessa história, sr. Sinders.