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— Não, senhor. Contudo, corre um boato de que Dunross vai encontrar-se com o sr. Yu em Cantão, dentro de um mês,

— Ah, e quanto ao Dunross?

— É leal... mas jamais trabalhará para nós.

— E quanto ao Sinders?

— Atuou bem. Não o considero um risco de segurança.

— Ótimo. E quanto ao Ivánov?

— Zarpou ao meio-dia. Não achamos o corpo de Suslev... vamos levar semanas para vasculhar todos aqueles escombros. Com a morte do Plumm, teremos que reconsiderar a Sevrin.

— É um estratagema bom demais para deixar morrer, Roger.

— Sim, senhor. O outro lado vai pensar a mesma coisa. Quando o substituto de Suslev chegar, verei o que eles têm em mente, depois podemos formular um plano.

— Ótimo. E quanto ao De Ville?

— Vai ser transferido para Toronto. Por favor, avise à Polícia Montada. A seguir, sobre o porta-aviões nuclear: cinco mil e quinhentos oficiais e marinheiros, oitenta e três mil trezentos e cinqüenta toneladas, oito reatores, velocidade máxima de sessenta e dois nós, quarenta e dois Phantons II F-4, com capacidade nuclear, dois Hawks Mark V. Curiosamente, sua única defesa contra um ataque é uma fileira de SAM a boreste...

Crosse continuou a fazer o seu relatório, muito satisfeito consigo mesmo, adorando o seu trabalho, adorando estar dos dois lados, de três, lembrou a si mesmo. É, agente triplo, com dinheiro de sobra, os dois lados sem confiar nele completamente e, no entanto, precisando dele, rezando para que estivesse do lado deles... não dos outros.

"Às vezes, até eu mesmo me pergunto de que lado estou", pensou, com um sorriso.

No terminal de Kai Tak, Armstrong estava encostado pesadamente ao balcão de informações, vigiando a porta, sentindo-se podre. Como sempre, o terminal estava fervilhando. Para sua surpresa, viu Peter Marlowe chegar com Fleur Marlowe e as duas filhas, carregando bonecas e valises. Fleur estava pálida e abatida. Marlowe também. Estava carregado de malas.

— Alô, Peter — cumprimentou Armstrong.

— Alô, Robert. Está fazendo serão?

— Não, só vim trazer a Mary. Partiu para a Inglaterra para um mês de férias. Boa noite, sra. Marlowe, lamento o que aconteceu.

— Ora, obrigada, superintendente, estou bem...

— Vamos para Binkok — interrompeu a menina de quatro anos, solenemente. — Fica no cotinete.

— Que é isso, sua boba? — falou a irmã. — É Bunkok, no continente. É a China — acrescentou, com ar importante. — Também vamos tirar férias. Mamãe esteve doente.

Peter Marlowe sorriu com ar cansado, o rosto vincado.

— Bangkok durante uma semana, Robert. Umas férias para Fleur. O velho dr. Tooley disse que era importante para ela ter um descanso. — Interrompeu-se ao ver que as duas meninas estavam discutindo. — Quietas, as duas! Querida — disse para a mulher —, vá confirmar as nossas passagens. Daqui a pouco eu vou.

— Claro. Vamos indo. Ora, comportem-se, vocês duas! Afastou-se, as duas meninas saltítando à sua frente.

— Infelizmente, as férias não vão ser Iá grande descanso para ela — disse Peter Marlowe. A seguir, baixou a voz. — Um dos meus amigos pediu-me que passasse adiante a informação de que a reunião em Macau da turma dos narcóticos será nesta quinta-feira.

— Sabe onde?

— Não. Mas parece que o Lee Pó Branco é um deles. E um americano. Banastasio. É o que dizem.

— Obrigado. E?

— É só.

— Obrigado, Peter. Faça uma boa viagem. Ouça, há um sujeito na polícia de Bangkok que você deve procurar. Inspetor Samanthajal... diga a ele que fui eu que o mandei.

— Obrigado. Uma desgraça o que houve com o Linc Bartlett e os outros, não? Santo Deus, e eu também fui convidado para aquela festa.

— Joss.

— É. Mas isso não o ajuda, nem aos outros, não é? Pobres coitados! Até a semana que vem.

Armstrong ficou vendo o homem alto se afastar, depois voltou para o balcão de informações e se apoiou nele, continuando a sua espera, desolado.

Seus pensamentos voltavam-se inexoravelmente para Mary. Na noite anterior tinham tido uma briga dos diabos, principalmente por causa de John Chen, mas também por causa dos últimos dias, Brian e o Quarto Vermelho e o fato de pegar o dinheiro, apostando-o todo em Pilot Fish, esperando agoniado, depois ganhando e devolvendo os quarenta mil à gaveta da mesa de trabalho — sem precisar mais tocar num só centavo —, e pagando suas dívidas e comprando uma passagem para ela, para casa, e depois outra briga, e ela dizendo:

— Esqueceu o nosso aniversário de casamento! Não é tão importante assim para ser lembrado, é? Oh, odeio este maldito lugar, e os malditos Lobisomens, e o maldito tudo. Não me espere de volta!

Desanimado, acendeu um cigarro, detestando o gosto, e no entanto apreciando-o. O ar estava úmido de novo, desagradável. Então, viu Casey entrar. Apagou o cigarro e foi interceptá-la. O andar pesado dela entristecia-o.

— Boa noite — cumprimentou, sentindo-se muito cansado.

— Ah, alô, superintendente. Tudo bem?

— Tudo. Vou acompanhá-la.

— Ah, quanta gentileza!

— Lamentei à beça o que houve com o sr. Bartlett.

— É. É, obrigada.

Continuaram a andar. Ele sabia que não devia mais falar. O que havia para se dizer? Uma pena, pensou, gostando dela, admirando-lhe a coragem, provada no incêndio, provada na encosta, provada agora, mantendo a voz firme quando estava completamente destroçada.

Não havia alfândega para quem partia. O funcionário da Imigração carimbou o passaporte dela e devolveu-o com uma cortesia fora do comum.

— Por favor, faça boa viagem e volte logo. A morte de Bartlett fora manchete.

Seguiram pelos corredores até a sala vip. Armstrong abriu a porta para ela. Para surpresa de ambos, Dunross estava Iá. A porta de vidro para o portão 16 e a pista estava aberta, o Yankee 2 logo além dela.

— Oh, oh, alô, Ian! — disse ela. — Mas eu não queria que você...

— Tive que vir, Casey. Desculpe. Tinha umas coisinhas a acertar com você, e vim esperar um avião. Meu primo está vindo de Formosa... foi arranjar os locais das fábricas, dependendo da sua aprovação. — Dunross lançou um olhar para Armstrong. — Boa noite, Robert. Tudo bem?

— O mesmo de sempre. — Armstrong estendeu a mão para Casey e deu-lhe um sorriso cansado. — Já vou indo. Faça uma boa viagem. Tudo estará liberado logo que subir a bordo.

— Obrigada, superintendente. Quero... obrigada. Armstrong cumprimentou Dunross com um gesto de cabeça e começou a se retirar.

— Robert, aquela mercadoria foi entregue em Lo Wu? Ele fingiu pensar.

— Sim, creio que sim — disse, vendo o alívio do outro.

— Obrigado. Pode esperar um momentinho? Gostaria de saber mais detalhes.

— Pois não — retrucou Armstrong. — Estarei esperando Iá fora.

Quando estavam a sós, Dunross entregou a Casey um envelope fino.

— Este é um cheque administrativo no valor de setecentos e cinqüenta mil dólares americanos. Comprei ações da Struan para você a 9,50 e vendi a 28.

— Como?

— Bem, eu comprei logo para nós... a 9,50, como prometi que faria. Sua parte do negócio foi três quartos de um milhão. A Struan ganhou milhões. Eu também ganhei milhões, assim como Phillip e Dianne; deixei que soubessem cedo, também.

Ela não conseguia aceitar.

— Desculpe, não estou entendendo.

Ele sorriu e repetiu o que dissera, depois acrescentou:

— Há também outro cheque... no valor de um quarto de milhão de dólares americanos pela sua participação na compra de controle da General Stores.

— Não acredito — disse ela, soltando uma exclamação abafada.

Um sorriso fugaz passou pelo rosto dele.

— É. Daqui a trinta dias, outros três quartos de milhão estarão à sua disposição. Daqui a sessenta dias poderemos adiantar mais meio milhão, se for necessário.