Выбрать главу

Idade: cerca de 45 anos.

Descrição: 1 metro e 85 de altura, 114 quilos de peso. Pele muito clara. Barba rapada. Cabelo castanho-avermelhado, cortado rente. Olhos castanhos bem escuros com o branco aparecendo em toda a volta da íris. Boca pequena e um pouco feminina. Dentes postiços de ótima qualidade. Orelhas pequenas com lóbulos grandes, indicando a presença de um pouco de sangue judaico. Mãos pequenas, bem cuidadas, peludas. Pés pequenos. Quanto à raça, trata-se provavelmente de uma mistura de mediterrâneo com traços prussianos ou polacos. Veste-se bem e com meticulosidade, geralmente ternos escuros, de feitio jaquetão. Fuma incessantemente Caporals, usando um filtro contra a nicotina. Periodicamente aspira um inalante de benzedrina. Voz suave e modulada. Fala francês e inglês correntemente. Bom conhecimento de alemão. Sinais de sotaque marselhês. Sorri pouco. Nunca ri.

Hábitos: Muito gastador, mas discreto. Grande apetite sexual. Flagelador. Motorista perito em carros rápidos. Treinado em pequenas armas e outras formas de luta pessoal, inclusive facas. Leva 3 lâminas de barbear marca Eversharp na fita do chapéu, no salto do sapato esquerdo e na cigarreira. Conhecimentos de contabilidade e matemática. Ótimo jogador. Sempre acompanhado de dois guarda-costas armados, bem vestidos, um francês, outro alemão (detalhes disponíveis) .

Comentários: um formidável e perigoso agente da URSS, controlado pela III Seção de Leningrado através de Paris.

Assinado: Arquivista. Apêndice B.

Assunto: Smersh

Fontes: arquivos próprios e material esparso fornecido pelo "Deuxième Bureau" e pela CIA de Washington.

Smersh é a conjunção de duas palavras russas: "Smyert Shpionam", que significa a grosso modo "morte aos espiões".

É superior à MWD (antiga NKVD) e acredita-se que esteja sob a direção pessoal de Béria.

Quartel-generaclass="underline" Leningrado (subseção em Moscou).

Sua tarefa é a eliminação de todas as formas de traição e desvios dentro dos vários setores do Serviço Secreto soviético e da Polícia Secreta no país e no exterior. É a mais poderosa e a mais temida organização da URSS e popularmente acredita-se que nunca falhou numa missão de vingança.

Suspeita-se que Smersh foi responsável pelo assassínio de Trotsky no México (22 de agosto de 1940) e talvez tenha realmente feito nome com o êxito deste crime, depois que já haviam falhado os atentados realizados por outros agentes e organizações russas.

Voltou-se a falar novamente em Smersh quando Hitler atacou a Rússia. A organização expandiu-se rapidamente para ficar à altura dos adversários e enfrentar traições e agentes duplos durante a retirada das forças soviéticas em 1941. Naquela época, ela trabalhava com um grupo de execução para a NKVD e sua atual missão seletiva ainda não estava tão claramente definida.

Depois da guerra, registrou-se um expurgo completo na organização e atualmente acredita-se que consista somente de algumas centenas de operadores de altíssima qualidade, divididos em 5 seções:

Departamento I: encarregado de contra-espionagem entre as organizações soviéticas no país e no exterior.

Departamento II: operações, inclusive execuções.

Departamento III: administração e finanças.

Departamento IV: investigações e serviço jurídico. Departamento do Pessoal.

Departamento V: acusações — a seção onde é feito o julgamento final de todas as vítimas.

Só um agente da Smersh caiu em nossas mãos desde o tempo da guerra: Goytchev, aliás Garrad-Jones. Ele alvejou Petchora, oficial-médico da Embaixada Iugoslava em Hyde Park, a 7 de agosto de 1948.-Durante o interrogatório, suicidou-se engolindo um botão do casaco que continha cianureto de potássio. Nada revelou, além de ser membro da Smersh, do quase gabava arrogantemente.

Acreditamos que os seguintes agentes duplos britânicos foram vítimas da Smersh: Donovan, Harthrop-Vane, Elizabeth Dumont, Ventnor, Mace, Savarin (para detalhes, ver Necrotério: Seção Q).

Conclusão: Todos os esforços devem ser envidados para aumentar nossos conhecimentos sobre esta poderosa organização e destruir seus agentes.

3- NUMERO 007

O CHEFE DA S (a seção do Serviço Secreto encarregada da União Soviética) estava tão seguro de seu plano para a destruição de Le Chiffre que pegou o memorando e o levou pessoalmente ao último andar do sombrio edifício, atravessando a porta verde e seguindo o corredor até a última sala.

Caminhou agressivamente até o chefe de gabinete de M, um jovem oficial que conquistara seus galões como membro do secretariado da comissão dos Chefes de Gabinete, depois de ter sido ferido em uma missão de sabotagem no ano de 1944, mas que conservava seu senso de humor apesar de ambas as experiências.

"Escute aqui, Bill. Quero vender algo ao chefe. Você acha que o momento é propício?"

"Qual a sua opinião, Penny?" O chefe de gabinete voltou-se para a secretária particular de M, que dividia a sala com Ele.

A srta. Moneypenny seria uma mulher atraente se não fosse seu olhar frio, direto e irônico.

"Acho que não tem problema. Ele obteve uma pequena vitória esta manhã no Ministério do Exterior e não tem nenhuma entrevista marcada na próxima meia hora." Penny sorriu para o chefe da S, encorajando-o. Ela gostava dele, tanto por sua simpatia como pela importância de seu cargo.

"Bem, aqui está a bomba, Bill." E entregou a pasta preta com a estrela vermelha que significa Segredo de Estado. "E pelo amor de Deus faça um olhar entusiasmado quando você entregar isto a Ele. E diga-lhe também que eu aguardo aqui lendo um bom livro de códigos enquanto Ele examina o material. Talvez Ele queira saber alguns detalhes a mais, e de qualquer maneira quero ver se vocês dois não o amolam com outra coisa até que Ele termine de ler."

"Está bem." O chefe de gabinete apertou o botão e abaixou a cabeça em direção ao aparelho de intercomunicação de sua mesa.

"Sim?" — perguntou uma voz baixa e seca.

"O chefe da S tem um relatório urgente para o senhor".

Houve um pequeno silêncio.

"Traga-o aqui", disse a voz.

O chefe do gabinete soltou o botão e levantou-se.

"Obrigado, Bill. Estarei na sala ao lado," disse o chefe da S.

O chefe de gabinete atravessou o escritório e cruzou a porta dupla que levava à sala de M. Voltou logo em seguida e em cima da porta acendeu uma luzinha azul indicando que M não devia ser incomodado.

Mais tarde, o chefe da S, triunfante, disse a seu assistente: "Quase nos queimamos com aquele último parágrafo. Ele disse que era subversão e chantagem. Ficou zangadíssimo com isso. De qualquer maneira aprovou. Disse que a idéia é maluca, mas que vale a pena tentar se o Tesouro entrar na brincadeira, e Ele acha que entra. E vai dizer a eles que esta é uma maneira muito melhor de arriscar o dinheiro do que ficar ajudando esses coronéis russos desertores que viram bandeira depois de alguns meses de asilo aqui. A verdade é que Ele quer pegar Le Chiffre. Além disso acha que tem o homem certo para este trabalho e quer experimentá-lo".

"Quem é?" — murmurou o assistente.

"Um dos zeros-duplos — acho que o 007. É um sujeito durão e M acha que pode haver barulho com os pistoleiros de Le Chiffre. Parece também que é um grande jogador, caso contrário não teria sentado toda noite no Cassino de Monte Cario durante dois meses antes da guerra, observando aqueles romenos que faziam trapaça com tinta invisível e óculos escuros. No fim, Ele e os agentes do Deuxième acabaram com os romenos e o 007 ainda devolveu um milhão de francos que ganhara no chemin-de-fer. Um bom dinheiro naqueles tempos."