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— Vou levar uns macacões. Deus me livre de estragar qualquer roupa — murmuro, tentando livrá-la do seu constrangimento. Sem uma palavra, ela se vira e segue pelo corredor; mais uma vez, eu a sigo.

— Precisa de mais alguma coisa? — pergunta, sem fôlego, entregando-me um macacão azul. Ela está mortificada, os olhos baixos, o rosto corado. Minha nossa, ela me provoca certas coisas…

— Como está o artigo? — pergunto, na esperança de vê-la relaxar um pouco.

Ela ergue o olhar e abre um breve sorriso aliviado. Finalmente.

— Não o estou redigindo, Katherine é que está. A Srta. Kavanagh. A moça com quem divido a casa, ela é a redatora. Está muito feliz com ele. É a editora do jornal, e ficou arrasada por não ter podido fazer a entrevista pessoalmente.

Essa foi a maior frase dirigida a mim desde que nos conhecemos, e ela está falando sobre outra pessoa, não ela mesma. Interessante.

Antes que eu possa fazer um comentário, ela acrescenta:

— A única preocupação dela é que não tem nenhuma fotografia sua.

A obstinada Srta. Kavanagh quer uma foto. Um retrato para publicidade? Posso fazer isso. Vai me possibilitar passar mais tempo com a agradável Srta. Steele.

— Que tipo de fotografia ela quer?

Ela me olha por um momento, depois balança a cabeça.

— Bem, estou por aí. Amanhã, talvez…

Posso ficar em Portland. Trabalhar do hotel. Heathman, talvez. Vou precisar que o Taylor traga meu laptop e algumas roupas. Ou Elliot — a não ser que ele esteja galinhando por aí, que é o que ele costuma fazer no fim de semana.

— Estaria disposto a fazer uma sessão de fotos? — Ela não consegue esconder a surpresa.

Faço um ligeiro sinal positivo com a cabeça. Você nem imagina o que eu faria para passar mais tempo com você, Srta. Steele… na verdade, nem eu imagino.

Kate vai ficar encantada, se a gente conseguir encontrar um fotógrafo. — Ela sorri e seu rosto se ilumina. Nossa, ela é de tirar o fôlego.

— Fale comigo amanhã. — Pego minha carteira. — Meu cartão. O número do meu celular está aí. Você vai precisar ligar antes das dez da manhã.

E, se ela não ligar, vou voltar para Seattle e esquecer essa aventura estúpida. Este pensamento me deprime.

— Tudo bem. — Ela continua sorrindo.

Ana!

Nós dois nos viramos quando um jovem com roupas caras aparece. Ele é todo sorrisos para Anastasia Steele. Quem é esse panaca?

— Hum… com licença um instante, Sr. Grey.

Ela vai até ele e o filho da puta a engole em um abraço de gorila. Meu sangue congela. É uma resposta selvagem. Tire suas malditas patas dela. Fecho as mãos e só fico um pouco mais calmo ao ver que ela não faz nenhum movimento para retribuir o abraço.

Eles conversam em cochichos. Merda, talvez a pesquisa do Welch estivesse errada. Talvez esse cara seja seu namorado. Ele tem a idade certa e não consegue tirar os olhos dela. Ele a segura por um momento a certa distância, examinando-a, e depois fica parado, com o braço descansando no ombro dela. O gesto parece casual, mas sei que ele está querendo fazer valer seus direitos e me dizendo para me afastar. Ela parece constrangida, mudando de um pé para o outro.

Merda. É melhor eu ir embora. Então ela diz alguma coisa e faz um gesto para alcançá-lo, tocando seu braço e não sua mão. Está claro que eles não são próximos. Ótimo.

— Ah, Paul, este é Christian Grey. Sr. Grey, este é Paul Clayton. O irmão dele é o proprietário da loja. — Ela me olha de uma maneira estranha que não entendo, e continua: — Conheço Paul desde que comecei a trabalhar aqui, embora a gente não se veja muito. Ele voltou de Princeton, onde estuda administração de empresas.

O irmão do chefe, não um namorado. A extensão do alívio que sinto é inesperada e me faz franzir o cenho. Esta mulher realmente mexeu comigo.

Sr. Clayton. — Meu tom é deliberadamente ríspido.

— Sr. Grey. — Ele aperta minha mão sem firmeza. Filho da puta molenga. — Espera aí, não é o Christian Grey? Da Grey Enterprises Holdings? — Em um instante, observo-o se metamorfosear de dono do pedaço para obsequioso.

Sim, sou eu, seu babaca.

— Nossa! Há alguma coisa que eu possa lhe trazer?

— Anastasia já me atendeu, Sr. Clayton. Foi muito atenciosa. — Dê o fora.

— Legal — diz ele efusivamente, respeitoso e com os olhos bem abertos. — Depois a gente se fala, Ana.

— Claro, Paul — diz ela, e o sujeito vai embora, graças a Deus. Eu o observo desaparecer em direção aos fundos da loja. — Mais alguma coisa, Sr. Grey?

— Só isso — murmuro.

Merda, meu tempo está acabando e ainda não sei se vou vê-la de novo. Quero saber se existe alguma chance de ela considerar o que eu tenho em mente. Como posso perguntar? Estou pronto para a nova submissa que não conhece nada do assunto? Ela vai precisar de um treinamento substancial. Solto um gemido por dentro para todas as possibilidades interessantes que isso oferece… Chegar lá vai ser metade da diversão. Ela vai se interessar? Ou estou julgando-a errado?

Ela vai para detrás do balcão do caixa e registra minhas compras, sempre olhando para baixo. Olhe para mim, droga! Quero ver seus lindos olhos azuis de novo e tentar descobrir o que está pensando.

Finalmente, ela levanta a cabeça.

— São quarenta e três dólares, por favor.

Só isso?

Quer uma sacola? — pergunta ela, enquanto eu entrego meu cartão de crédito.

— Por favor, Anastasia.

Seu nome — um nome lindo para uma garota linda — dança em minha língua.

Ela empacota as compras rápida e eficientemente. É isso. Eu tenho que ir.

— Você me telefona se quiser que eu pose para as fotos?

Ela confirma com a cabeça e me devolve meu cartão de crédito.

— Ótimo. Até amanhã, talvez. — Não posso apenas ir embora. Tenho que mostrar que estou interessado. — Ah… e Anastasia, ainda bem que a Srta. Kavanagh não pôde fazer a entrevista.

Adorando sua expressão atordoada, coloco a sacola no ombro e saio da loja.

Sim, apesar do que diz meu lado racional, eu a quero. Agora tenho que esperar… esperar, porra… de novo.

Isso é tudo… por ora.

Obrigada, obrigada, obrigada por terem lido.

E L James

Sobre a autora

© Michael Lionstar

E L JAMES é ex-executiva de TV e mora em Londres. Casada e com dois filhos, desde pequena sonhava em escrever histórias pelas quais os leitores se apaixonassem, mas adiou esse sonho para se concentrar na família e na carreira. Quando finalmente arranjou coragem para escrever, pôs no papel seu primeiro romance, Cinquenta tons de cinza. Na sequência, publicou os outros dois livros da série, Cinquenta tons mais escuros e Cinquenta tons de liberdade, completando a trilogia que se tornou o maior fenômeno editorial dos últimos anos.

Conheça os livros da autora

Cinquenta tons

de cinza

Cinquenta tons

mais escuros

Cinquenta tons

de liberdade