— O quê? Com quem?
Ah, não. Não quero ter essa conversa.
— Conte para mim — insiste ele.
Olho para meus dedos entrelaçados. Ele delicadamente cobre minhas mãos com a dele. Quando levanto os olhos, ele está sorrindo para mim.
— Quero saber. Para eu fazer esse cara em pedacinhos, seja quem for.
Dou uma risada.
— Bem, a primeira vez…
— A primeira vez! Teve mais de um canalha? — rosna ele.
Dou outro risinho.
— Por que a surpresa, Sr. Grey?
Ele franze a testa por um instante, passa a mão no cabelo e me olha como se me visse por uma luz completamente diferente. Depois dá de ombros.
— Só estou surpreso. Quer dizer… dada a sua pouca experiência.
Fico corada.
— Já me atualizei bastante desde que estamos juntos.
— É verdade. — Ele sorri. — Mas conte. Quero saber.
Encaro seus pacientes olhos cinzentos, tentando descobrir qual o seu estado de espírito. Será que isso vai deixá-lo aborrecido ou será que ele quer mesmo saber? Não quero vê-lo irritado… Ele fica impossível quando está irritado.
— Você realmente quer que eu diga?
Ele faz que sim com a cabeça, apenas uma vez, e seus lábios se torcem em um sorriso arrogante e bem-humorado.
— Morei por pouco tempo no Texas com a minha mãe e o Marido Número Três dela. Eu estava no segundo ano do ensino médio. O nome dele era Bradley. Era a minha dupla no laboratório de física.
— Quantos anos você tinha?
— Quinze.
— E o que ele está fazendo agora?
— Não sei.
— E até onde vocês chegaram?
— Christian! — repreendo-o.
E de repente ele agarra meus joelhos, depois meus tornozelos, e me levanta de modo a me fazer cair de costas no sofá, para depois colocar-se suavemente sobre mim, prendendo-me embaixo de si, uma perna entre as minhas. É tão rápido que eu grito de surpresa. Ele pega minhas mãos e as levanta acima da minha cabeça.
— Então, esse Bradley… Ele levou a bola até a grande área? — murmura ele, roçando o nariz pelo meu e me dando beijinhos suaves no canto da boca.
— Levou — digo contra sua boca.
Ele solta uma das mãos para poder apertar meu queixo e me segurar enquanto sua língua invade a minha boca, e eu me entrego ao seu beijo ardente.
— Assim? — sussurra Christian ao tomar fôlego.
— Não… nada parecido — respondo, e todo o meu sangue parece fluir para o sul do meu corpo.
Soltando meu queixo, ele percorre meu corpo com a mão e chega até os seios.
— Ele fez isso? Tocou você assim?
Seu polegar desliza por sobre a minha blusa em meu mamilo, suave e repetidamente, até deixá-lo enrijecido com seu toque hábil.
— Não. — Eu me contorço embaixo dele.
— Ele chegou a passar pela marca do pênalti? — murmura ele no meu ouvido.
Sua mão desce para minhas costelas, passa pela minha cintura e vai até meus quadris. Ele pega um lóbulo da minha orelha com os dentes e puxa delicadamente.
— Não — sussurro.
Na TV, Mulder fala alguma coisa sobre os elementos mais indesejados do FBI.
Christian para, levanta o corpo e aperta o “mudo” no controle remoto. Depois me olha.
— E o sujeito número dois? Chegou à marca do pênalti com você?
Seus olhos ardem em fogo… Irado? Excitado? É difícil dizer. Ele desliza o corpo para o meu lado e leva a mão para dentro da minha calça de moletom.
— Não — sussurro, presa no seu olhar carnal. Christian sorri maldosamente.
— Ótimo. — Ele coloca a mão no meu sexo. — Sem calcinha, Sra. Grey. Aprovado.
Ele me beija de novo à medida que seus dedos se mexem de maneira mais mágica, seu polegar deslizando sobre meu clitóris, provocando-me, enquanto empurra o dedo indicador para dentro de mim com uma lentidão primorosa.
— Eu só queria dar uns amassos — digo, gemendo.
Christian para.
— Não é o que estamos fazendo?
— Não. Sem sexo.
— O quê?
— Sem sexo…
— Sem sexo, é? — Ele tira a mão da minha calça. — Aqui.
Ele passa o indicador nos meus lábios, e sinto meu gosto salgado e pegajoso. Empurra o dedo para dentro da minha boca, imitando o que estava fazendo no minuto anterior. Então se vira e fica entre minhas pernas, sua ereção me pressionando. Dá estocadas uma, duas vezes, e de novo. Fico ofegante quando sua calça roça em mim do jeito certo. Ele empurra mais uma vez, espremendo-se contra meu corpo.
— É isso que você quer? — murmura ele, e move os quadris ritmadamente, se balançando contra mim.
— Isso — gemo.
Sua mão volta a se concentrar no meu mamilo e seus dentes arranham meu maxilar.
— Você tem ideia de como é gostosa, Ana?
Sua voz está rouca, e ele se movimenta com mais violência contra mim. Abro a boca para articular uma resposta, mas fracasso miseravelmente, gemendo alto. Ele captura minha boca mais uma vez, prendendo meu lábio inferior com os dentes antes de enfiar a língua de novo. Então solta meu outro pulso, e minhas mãos sobem avidamente pelos seus ombros e pelo seu cabelo enquanto nos beijamos. Quando puxo seu cabelo, ele geme e me olha nos olhos.
— Ah…
— Você gosta que eu toque em você? — sussurro.
Suas sobrancelhas se franzem rapidamente, como se ele não entendesse a pergunta. Ele para de pressionar o corpo contra o meu.
— Claro que sim. Eu adoro que você me toque, Ana. Sou como um homem faminto em um banquete quando se trata do seu toque. — Sua voz transmite uma sinceridade apaixonada.
Minha Nossa…
Ele se ajoelha entre as minhas pernas e me ergue para poder tirar minha blusa. Estou sem nada embaixo. Agarrando a barra da própria camisa, ele a passa por cima da cabeça e a joga no chão. Depois, ainda de joelhos, arrasta-me para o seu colo, os braços enganchados logo acima da minha bunda.
— Toque em mim — sussurra.
Caramba… Hesitantemente, estendo o braço e com as pontas dos dedos acaricio os pelos do seu peito sobre seu esterno, onde estão as cicatrizes das queimaduras. Ele inspira forte e suas pupilas dilatam, mas não é de medo. É uma resposta sensual ao meu toque. Ele me observa com atenção enquanto meus dedos dançam delicadamente sobre sua pele, primeiro em um mamilo e depois no outro. Eles se contraem com minhas carícias. Curvando-me para a frente, distribuo beijos suaves pelo peito dele, e minhas mãos se movem para seus ombros, sentindo as linhas firmes e definidas dos músculos e dos tendões. Uau… Ele está em boa forma.
— Eu quero você — murmura ele, acendendo o sinal verde para a minha libido.
Meus dedos penetram por entre seu cabelo, puxando sua cabeça para trás para que eu possa ter acesso a sua boca, o fogo queimando alto e quente na minha barriga. Ele geme e me empurra de volta para o sofá, depois senta-se e arranca minha calça, abrindo a braguilha da dele ao mesmo tempo.
— Gol — sussurra, e rapidamente me preenche.
— Ah… — gemo, e ele para, segurando meu rosto entre as mãos.
— Eu amo você, Sra. Grey — murmura ele, e muito devagar, muito gentilmente, faz amor comigo até que eu desabe, gritando seu nome e me enroscando em volta dele, não querendo nunca soltá-lo.
* * *
ESTOU DEITADA ESPARRAMADA sobre seu peito. Estamos no chão da sala de TV.
— Sabe, você ignorou completamente a pequena área. — Meus dedos traçam uma linha nos seus músculos peitorais.
Ele ri.
— Fica para a próxima. — E me dá um beijo no alto da cabeça.
Olho para a tela da televisão, que está passando os créditos finais do Arquivo X. Christian alcança o controle remoto e coloca som de novo.
— Você gostava dessa série? — pergunto.
— Quando eu era criança.
Ah… Christian criança… kickboxing, Arquivo X e nenhum toque.
— E você? — pergunta ele.
— Não é da minha época.