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— Digo o mesmo em relação a você, Sra. Grey.

Dou um grande sorriso e deposito beijos suaves no seu peito, leves como uma pluma. Esfrego o rosto nos pelos do seu peito. Christian acaricia meu cabelo e passa a mão pelas minhas costas. Ele abre o fecho do meu sutiã e desce a alça de um dos braços. Mudo de posição; então ele puxa a outra alça e deixa o sutiã cair no chão.

— Hmm… Pele com pele — murmura com prazer, e me envolve em seus braços de novo, beijando meu ombro e roçando o nariz pela minha orelha. — Seu cheiro é magnífico, Sra. Grey.

— O seu também, Sr. Grey.

Passo o rosto no seu peito de novo e inalo seu aroma de Christian, agora misturado com o inebriante cheiro de sexo. Eu poderia ficar assim, em seus braços, saciada e feliz, para sempre. É só disso que eu preciso depois de um dia cheio, agitado pela volta ao trabalho, pelas nossas discussões e pela surra verbal que dei naquela vaca. É aqui que eu quero estar, e, apesar do seu espírito controlador e da sua megalomania, sinto que aqui é o meu lugar. Christian enterra o nariz no meu cabelo e inspira profundamente. Deixo escapar um suspiro de contentamento e sinto seu sorriso. E ficamos assim, sentados, os braços envolvendo um ao outro, sem falar nada.

Finalmente, a realidade vem se intrometer.

— Está tarde — diz Christian, seus dedos acariciando metodicamente minhas costas.

— Seu cabelo ainda precisa de um corte.

Ele dá uma risada.

— Isso é verdade, Sra. Grey. Você ainda tem energia para terminar o trabalho que começou?

— Por você, Sr. Grey, faço qualquer coisa. — Beijo seu peito mais uma vez e relutantemente me levanto.

— Não vá.

Agarrando-me pelos quadris, Christian me gira. Então senta-se ereto na cadeira e tira minha saia, deixando-a cair no chão. Estende a mão para mim. Aceito-a, e dou um passo adiante, deixando a saia para trás. Agora estou apenas de meia e cinta-liga.

— Você é uma belíssima visão, Sra. Grey.

Ele se recosta de novo na cadeira e cruza os braços, avaliando-me abertamente de alto a baixo.

Abro os braços e dou uma voltinha para ele.

— Meu Deus, que grande filho da puta sortudo que eu sou — diz ele, admirando-me.

— É mesmo.

Ele ri.

— Vista a minha camisa para cortar meu cabelo. Desse jeito você só vai me distrair, e vamos acabar nunca indo para a cama.

Não consigo evitar um sorriso em resposta. Sabendo que ele está observando cada movimento meu, vou rebolando até onde deixamos meus sapatos e a camisa dele. Inclinando-me devagar, eu me abaixo, pego a camisa, cheiro-a — hmm — e então a visto.

Os olhos de Christian estão bem abertos. Ele fechou a braguilha e está me olhando atentamente.

— Esse foi um tremendo espetáculo solo, Sra. Grey.

— Você tem uma tesoura? — pergunto inocentemente, piscando os cílios.

— No meu escritório — responde ele, em voz baixa e rouca.

— Vou procurar.

Deixando-o no banheiro, entro no quarto e pego meu pente na penteadeira antes de ir para o escritório. No corredor principal, reparo na porta aberta do escritório de Taylor. A Sra. Jones está parada alguns passos depois da entrada. Eu paro, completamente congelada.

Taylor está passando os dedos pelo rosto dela e sorrindo docemente. Então ele se inclina e a beija.

Puta merda! Taylor e a Sra. Jones? Fico boquiaberta de espanto — quer dizer, eu pensei… Bem, eu meio que desconfiava. Mas eles obviamente estão juntos! Fico rubra, sentindo-me uma voyeur, e consigo fazer meus pés se mexerem. Atravesso correndo o salão e entro no escritório de Christian. Acendo a luz e vou até a mesa. Taylor e a Sra. Jones… Uau! Estou tonta. Sempre achei que a Sra. Jones fosse mais velha que ele. Ah, tenho que tirar essa cena da minha cabeça. Abro a primeira gaveta e imediatamente sou distraída de meus pensamentos ao ver uma arma. Christian tem uma arma!

Um revólver. Puta merda! Eu não fazia ideia de que Christian tinha uma arma. Tiro-a da gaveta, abro o tambor e verifico o cilindro. Está completamente carregada, mas é leve… muito leve. Deve ser de fibra de carbono. O que Christian quer com uma arma? Caramba, espero que ele saiba usar isso. Os incessantes alertas de Ray quanto a armas passam rapidamente pela minha cabeça. Ele nunca esqueceu o treinamento militar. Armas de fogo podem matar você, Ana. Você precisa saber o que está fazendo quando pegar numa dessas. Coloco o revólver de volta e encontro a tesoura. Pegando-a rapidamente, corro de volta para o banheiro, minha cabeça girando. Taylor e a Sra. Jones… O revólver…

Na entrada da sala de estar, deparo com Taylor.

— Sra. Grey, me desculpe. — Seu rosto fica vermelho quando ele vê meus trajes.

— Hmm, Taylor, oi… Hmm. Estou cortando o cabelo do Christian! — falo abruptamente, constrangida.

Taylor está tão mortificado quanto eu. Abre a boca para falar algo, mas então a fecha rapidamente, afastando-se para o lado.

— Primeiro as damas — diz ele, todo formal.

Devo estar da cor do meu antigo Audi, o especial de submissa. Tem como isso ficar mais embaraçoso?

— Obrigada — murmuro, e disparo pelo corredor.

Droga! Será que algum dia vou me acostumar com o fato de que não estamos sozinhos? Entro no banheiro correndo, sem fôlego.

— O que aconteceu?

Christian está de pé em frente ao espelho, segurando meus sapatos. Todas as minhas roupas, que estavam espalhadas, estão agora cuidadosamente empilhadas sobre a pia.

— Acabei de cruzar com o Taylor.

— Ah. — Christian franze a testa. — Vestida dessa maneira.

Ah, merda!

— Não foi culpa dele.

Christian franze ainda mais a testa.

— Não. Mas mesmo assim.

— Estou vestida.

— Com quase nada.

— Não sei quem ficou mais constrangido, eu ou ele. — Tento minha técnica de distração: — Você sabia que ele e a Gail estão… bem, juntos?

Christian ri.

— Sim, claro que eu sabia.

— E nunca me contou?

— Achei que você soubesse também.

— Não.

— Ana, eles são adultos. Vivem sob o mesmo teto. Nenhum dos dois é comprometido. Os dois são bonitos.

Fico corada, sentindo-me boba por não ter notado.

— Bem, vendo dessa maneira… Eu só pensei que a Gail fosse mais velha do que o Taylor.

— Ela é, mas não muito. — Ele me encara, perplexo. — Alguns homens gostam de mulheres mais velhas… — Ele para abruptamente e seus olhos se arregalam.

Olho mal-humorada para ele.

— Eu sei disso — falo rispidamente.

Christian parece arrependido. Sorri afetuosamente para mim. Pronto! Minha técnica de distração foi um sucesso! Meu inconsciente me olha com desaprovação — mas a que custo? Agora a sombra da inominável Mrs. Robinson está pairando entre nós.

— Isso me lembra… — diz ele alegremente.

— O quê? — murmuro com petulância. E, pegando uma cadeira, viro-a para o espelho acima das pias. — Sente-se — ordeno.

Christian me fita com um ar meio divertido e meio indulgente, mas faz o que eu mando e se senta na cadeira. Começo a pentear seu cabelo, agora meramente úmido.

— Eu estava pensando em transformar os quartos de cima das garagens, na casa nova, num espaço para eles — comenta Christian. — Fazer um lar para os dois. Então talvez a filha do Taylor pudesse passar mais tempo com o pai.

Ele me observa com cautela pelo espelho.

— Por que ela não fica aqui?

— O Taylor nunca me pediu isso.

— Talvez você deva propor isso a ele. Mas aí teríamos que nos comportar.

Ele franze as sobrancelhas.

— Eu não tinha pensado nisso.

— Talvez seja por isso que o Taylor nunca tenha pedido. Você conhece a menina?

— Conheço. Um doce. Tímida. Uma graça. Eu pago a escola dela.

Ah. Paro de penteá-lo e o encaro pelo espelho.

— Eu não tinha ideia.

Ele dá de ombros.

— Acho que é o mínimo que eu posso fazer. Além do mais, assim ele não vai embora.

— Tenho certeza de que ele gosta de trabalhar para você.

Christian me encara sem nenhuma expressão e então dá de ombros.

— Não sei.

— Acho que ele gosta muito de você, Christian.

Volto a penteá-lo e desvio o olhar para ele; Christian não deixa de me fitar.

— Você acha?

— Acho.

Ele emite um som desdenhoso mas contente, como se estivesse secretamente satisfeito pelo fato de seus empregados gostarem dele.

— Que bom. Você fala com a Gia sobre os quartos em cima da garagem?

— Sim, claro.

Não sinto mais a mesma irritação que sentia antes quando surgia o nome dela. Meu inconsciente concorda solenemente comigo. É… nós nos saímos bem hoje. Minha deusa interior exulta. Agora ela vai deixar meu marido em paz e não vai deixá-lo desconfortável.

Estou pronta para cortar o cabelo de Christian.

— Tem certeza disso? É sua última chance de desistir.

— Faça o pior que puder, Sra. Grey. Não sou eu que tenho que olhar para mim, e sim você.

Dou uma risada.

— Christian, eu poderia olhar para você o dia inteiro.

Ele balança a cabeça, aborrecido.

— É só um rosto bonito, querida.

— E atrás dele, um homem muito bonito. — Beijo-o na têmpora. — Meu homem.

Ele sorri timidamente.

Pegando a primeira mecha de cabelo, penteio-a para cima e seguro-a entre o indicador e o dedo médio. Coloco o pente na boca, pego a tesoura e faço o primeiro corte, tirando uns dois centímetros do comprimento. Christian fecha os olhos e fica sentado como uma estátua, suspirando contente enquanto eu continuo. Às vezes ele abre os olhos e eu o pego me olhando fixamente. Ele não me toca durante a tarefa, o que é um alívio. Seu toque me faz… perder a concentração.

Quinze minutos depois, está pronto.

— Acabei.

Fico satisfeita com o resultado. Ele está mais lindo do que nunca, o cabelo ainda desalinhado e sexy… apenas um pouco mais curto.

Christian se olha no espelho. Parece positivamente surpreso. Ele abre um largo sorriso.

— Bom trabalho, Sra. Grey.

Ele vira a cabeça de um lado para o outro e me envolve em seus braços. Puxando-me para si, me beija e se aninha na minha barriga.

— Obrigado — diz ele.

— O prazer foi meu. — Inclino-me e lhe dou um beijo rápido.

— Está tarde. Dormir. — E ele dá um tapinha de brincadeira na minha bunda.

— Ah! Tenho que limpar isso aqui. — Tem cabelo espalhado no chão todo.

Christian franze o cenho, como se esse pensamento fosse algo que nunca lhe ocorreria.

— Tudo bem, vou pegar a vassoura — diz ele sarcasticamente. — Não quero que você constranja os empregados com esses trajes inapropriados.

— Você sabe onde fica a vassoura? — pergunto inocentemente.

Isso o faz parar na mesma hora.

— Hmm… Não.

Dou uma risada.

— Eu vou.

* * *

EU ME DEITO na cama e, enquanto espero por Christian, reflito sobre como esse dia poderia ter terminado tão diferente. Eu estava com muita raiva dele hoje mais cedo, e ele de mim. Como vou conseguir lidar com esse absurdo de me fazer administrar uma empresa? Não sinto vontade nenhuma de ter minha própria empresa. Não sou ele. Preciso tirar essa ideia da cabeça dele. Talvez devêssemos combinar uma senha para quando ele estiver agindo de forma autoritária e dominadora, para quando estiver sendo um babaca. Dou uma risadinha. Talvez a senha devesse ser babaca. Uma ideia muito interessante.

— O que foi? — pergunta ele ao deitar ao meu lado na cama, vestindo só a calça do pijama.

— Nada. Só uma ideia.

— Que ideia? — Ele se espreguiça ao meu lado.

Isso não vai dar em nada.

— Christian, acho que eu não quero administrar uma empresa.

Ele ergue o corpo, apoiando-se no cotovelo, e me encara.

— Por que está dizendo isso?

— Porque é algo que nunca desejei.

— Você é mais do que capaz, Anastasia.

— Eu gosto de ler livros, Christian. Não vou conseguir fazer isso enquanto dirijo uma empresa.

— Você poderia ser a diretora de conteúdo.

Franzo o cenho.

— Veja — continua ele —, gerenciar uma empresa de sucesso se resume a abraçar o talento dos indivíduos que você tem à sua disposição. Se é aí que estão os seus talentos e interesses, então você estrutura a empresa de uma forma que lhe permita explorá-los. Não descarte essa possibilidade logo de cara, Anastasia. Você é uma mulher muito capaz. Acho que poderia fazer qualquer coisa que quisesse.

Uau! Como ele pode saber se eu vou ser boa nisso?

— Também tenho medo de que isso tome muito do meu tempo.

Christian franze o cenho.

— Tempo que eu poderia dedicar a você. — Recorro à minha arma secreta.

Seu olhar escurece.

— Sei o que você está fazendo — murmura ele, achando graça.

Droga!

— O quê? — digo, fingindo inocência.

— Está tentando me distrair do assunto em questão. Você sempre faz isso. Só não descarte logo a ideia, Ana. Pense sobre o assunto. É só o que eu peço.

Ele se inclina e me beija castamente, depois passa o polegar pelo meu rosto. Essa discussão vai render. Dou um sorriso para ele — e algo que ele disse mais cedo me vem de repente à cabeça.

— Posso perguntar uma coisa? — Minha voz é fraca, hesitante.

— Claro.

— Hoje você disse que se eu estivesse com raiva de você, que era para descontar na cama. O que você quis dizer com isso?

Ele fica parado.

— O que acha que eu quis dizer?

Merda! Vou ter que falar logo.

— Acho que você queria que eu o amarrasse.

Suas sobrancelhas se erguem em surpresa.

— Hmm… não. Não era isso. Não mesmo.

— Ah. — E fico surpresa ao notar a pontada de desapontamento que sinto.

— Você quer me amarrar? — pergunta ele, obviamente interpretando minha expressão da forma correta. Ele parece chocado. Fico vermelha.

— Bem…

— Ana, eu… — Ele então para de falar, e algo sombrio cruza seu rosto.

— Christian — sussurro, alarmada.

Mudo de posição, deitando de lado, e me apoio em um cotovelo, imitando-o. Acaricio seu rosto. Seus olhos estão muito abertos e cheios de medo. Ele balança a cabeça tristemente.

Merda!

— Christian, pare. Não importa. Eu pensei que fosse isso o que você quisesse dizer.

Ele pega minha mão e a coloca sobre seu coração, que bate acelerado. Cacete! O que está havendo?

— Ana, não sei como eu me sentiria sendo tocado se eu estivesse amarrado.

Meu couro cabeludo começa a formigar. É como se ele estivesse confessando algo profundo e sombrio.

— Isso é tudo muito recente ainda. — Sua voz é baixa e rouca.

Merda. Foi só uma pergunta, e eu percebo que ele já avançou muito, mas ainda tem um longo caminho pela frente. Ah, Christian, meu Cinquenta Tons. A angústia aperta meu coração. Inclino-me para perto de Christian e ele congela, mas dou apenas um beijo suave no canto da sua boca.

— Christian, eu entendi errado. Por favor, não se preocupe, não pense nisso.

Dou um beijo nele. Ele fecha os olhos, geme e retribui o beijo, puxando meu corpo para me derrubar no colchão, suas mãos segurando meu queixo. E logo estamos perdidos… perdidos um no outro de novo.