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— Não no meu jatinho — explica ele, muito dócil, e sua mão alcança minha bunda.

Claro, meu marido tem um avião. Como pude esquecer? Sua mão continua a deslizar pelo meu corpo, levantando minha camisola por onde passa, e logo eu já esqueci tudo.

* * *

TAYLOR NOS LEVA até a pista do aeroporto Sea-Tac, depois até o jato da Grey Enterprises Holdings, que está à nossa espera. É um dia cinza em Seattle, mas me recuso a deixar que o clima faça murchar minha empolgação. Christian está muito mais bem-humorado. Está animado com alguma coisa — iluminado como o Natal, e saltitante como um garotinho que guarda um grande segredo. O que será que ele está tramando? Ele parece um sonho: o cabelo desalinhado, camiseta branca e calça jeans preta. Nem um pouco CEO. Ele pega minha mão quando Taylor para perto da escada do jato.

— Tenho uma surpresa para você — murmura ele, e beija os nós dos meus dedos.

Abro um sorriso.

— Surpresa boa?

— Espero que sim. — Ele sorri calorosamente.

Hmm… O que será?

Sawyer salta do banco da frente e abre a minha porta. Taylor abre a de Christian, e em seguida tira nossa bagagem da mala do carro. Stephan está esperando no topo da escada quando entramos na aeronave. Olho para a cabine e vejo o comandante Beighley acionando botões no imponente painel de instrumentos.

Christian e Stephan apertam as mãos.

— Bom dia, senhor. — Stephan sorri.

— Obrigado por atender ao meu pedido tão repentino. — Christian lhe sorri de volta. — Nossos convidados já chegaram?

— Chegaram sim, senhor.

Convidados? Eu me viro e solto uma exclamação de surpresa. Kate, Elliot, Mia e Ethan estão sentados nos bancos de couro cor de creme, todos sorrindo. Uau! Viro de volta para Christian.

— Surpresa! — diz ele.

— Como? Quando? Quem? — balbucio inarticuladamente, tentando conter meu deleite e meu entusiasmo.

— Você disse que quase não tem visto seus amigos. — Ele dá de ombros e abre um sorriso torto de desculpas.

— Ah, Christian, obrigada.

Jogo os braços em volta do seu pescoço e o beijo com força na frente de todo mundo. Ele me segura pela cintura, enfiando os polegares nos passadores de cinto da minha calça jeans, e me beija com mais intensidade.

Ai, meu Deus.

— Continue com isso e eu arrasto você para o quarto — murmura ele.

— Você não teria coragem — sussurro contra seus lábios.

— Ah, Anastasia.

Ele sorri, balançando a cabeça; então me solta sem mais preâmbulos, abaixa-se, pega-me pelas coxas e me coloca nos ombros.

— Christian, me ponha no chão! — Dou-lhe uma palmada na bunda.

Vejo de relance o sorriso de Stephan quando ele se vira e entra na cabine do piloto. Taylor está parado à porta, tentando disfarçar o riso. Ignorando meus apelos e meus socos inúteis, Christian percorre a passos largos a cabine estreita, passando por Mia e Ethan, que estão um de frente para o outro nas poltronas, e por Kate e Elliot, que berra incentivos feito um maluco.

— Se vocês me dão licença… — diz ele para nossos quatro convidados. — Preciso ter uma palavrinha em particular com a minha esposa.

— Christian! — grito. — Me ponha no chão!

— Tudo a seu tempo, querida.

Vejo rapidamente Mia, Kate e Elliot rindo. Que saco! Isso não é engraçado, é constrangedor. Ethan nos olha estupefato, a boca aberta e totalmente chocado, enquanto desaparecemos na cabine.

Christian fecha a porta após entrarmos e então me solta, deixando-me deslizar pelo seu corpo lentamente, de modo que sinto a rigidez de todos os seus músculos e tendões. Ele abre seu sorriso de garoto, completamente satisfeito consigo mesmo.

— Foi realmente um espetáculo, Sr. Grey. — Cruzo os braços e olho para ele me fazendo de indignada.

— Foi divertido, Sra. Grey. — E seu sorriso aumenta. Minha nossa… Ele parece tão jovem.

— Você vai continuar com isso?

Arqueio uma sobrancelha, incerta de como me sinto a respeito. Afinal, os outros vão nos escutar, pelo amor de Deus. De repente fico tímida. Olhando nervosa para a cama, sinto um rubor corar meu rosto quando me lembro da nossa noite de núpcias. Conversamos tanto ontem, fizemos tanta coisa ontem… Sinto como se tivéssemos atravessado uma barreira desconhecida — mas esse é o problema: ela é desconhecida. Meus olhos encontram o olhar intenso mas bem-humorado de Christian, e não consigo manter o rosto sério. Seu sorriso é contagioso demais.

— Acho que seria indelicado deixar nossos convidados esperando — diz ele, caminhando suavemente na minha direção.

Quando ele começou a se importar com o que as pessoas pensam? Dou um passo para trás, minhas costas contra a parede da cabine, e ele me imprensa, o calor do seu corpo me mantendo no lugar. Ele se inclina para baixo e roça o nariz no meu.

— Surpresa boa? — sussurra ele, e há certa preocupação na sua voz.

— Ah, Christian, surpresa fantástica.

Deslizo as mãos pelo seu peito, subindo até seu pescoço, e o beijo.

— Quando você organizou isso? — pergunto quando o solto, afagando seu cabelo.

— Ontem à noite, quando eu não conseguia dormir. Mandei um e-mail para Elliot e Mia e aqui estão eles.

— Muito bem pensado. Obrigada. Tenho certeza de que vamos nos divertir muito.

— Espero que sim. Achei que seria mais fácil evitar a imprensa em Aspen do que em casa.

Os paparazzi! Ele tem razão. Se tivéssemos ficado no Escala, estaríamos aprisionados. Um arrepio desce pela minha espinha ao me lembrar das câmeras em ação e dos flashes pipocando hoje de manhã, quando Taylor conseguiu fugir dos poucos fotógrafos que nos cercavam.

— Venha. É melhor nos sentarmos. O Stephan vai decolar daqui a pouco. — Ele me oferece a mão, e juntos retornamos à cabine.

Elliot aplaude quando nos vê voltar.

— Isso é o que eu chamo de rapidinha no ar! — diz ele zombeteiramente.

Christian o ignora.

— Por favor, permaneçam sentados, senhoras e senhores, pois em instantes daremos início à decolagem.

A voz de Stephan ecoa calma e autoritária pela cabine. A morena — hum… Natalie? — que estava no voo da nossa noite de núpcias surge da área da cozinha do avião e recolhe os copos de café usados. Natalia… O nome dela é Natalia.

Bom dia, Sr. e Sra. Grey — diz ela, quase ronronando.

Por que ela me deixa desconfortável? Talvez por ser morena. O próprio Christian admitiu que normalmente não contrata mulheres morenas, porque as considera bonitas. Ele dirige um sorriso educado para Natalia ao deslizar por trás da mesa, sentando-se de frente para Elliot e Kate. Dou um abraço rápido em Kate e Mia e aceno para Ethan e Elliot, para então me sentar ao lado de Christian e colocar o cinto de segurança. Ele põe a mão no meu joelho e o aperta carinhosamente. Parece relaxado e feliz, muito embora tenhamos companhia. Pergunto-me vagamente por que ele não pode ser sempre assim: sem tentar controlar tudo.

— Espero que você tenha trazido as suas botas de caminhada — diz ele, a voz calorosa.

— Não vamos esquiar?

— Isso seria um desafio, considerando que estamos em agosto — responde ele, achando graça.

Ah, claro.

— Você costuma esquiar, Ana? — É Elliot nos interrompendo.

— Não.

Christian tira a mão do meu joelho e segura minha mão.

— Tenho certeza de que meu irmãozinho pode lhe ensinar. — Elliot pisca para mim. — Ele também é bastante rápido em descer montanhas.

E não consigo evitar o rubor. Quando me volto para Christian, ele está olhando fixa e impassivelmente para Elliot, mas acho que está tentando conter a alegria. O avião dá um tranco para a frente e começa a taxiar pela pista.

Natalia repassa os procedimentos de segurança do avião em uma voz clara e ressoante. Ela veste uma elegante camisa azul-marinho sem manga e uma saia-lápis da mesma cor. Sua maquiagem é impecáveclass="underline" ela é realmente uma mulher muito bonita. Meu inconsciente ergue para mim uma sobrancelha finíssima.