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Christian acena com a cabeça para a copiloto de Stephan.

— Foi cravado, Beighley. Um pouso perfeito.

— Obrigada, senhor. — Ela sorri orgulhosa.

— Aproveitem o fim de semana, Sr. e Sra. Grey. Voltamos a nos ver amanhã.

Stephan se afasta, abrindo caminho para desembarcarmos, e, tomando minha mão, Christian me conduz pela escada da aeronave. Lá embaixo, Taylor já está à nossa espera, junto ao veículo.

— Minivan? — pergunta Christian, surpreso, quando Taylor abre a porta do carro.

Taylor esboça um sorriso contrito e dá de ombros ligeiramente.

— Em cima da hora, eu sei — diz Christian, perdoando-o de imediato. Taylor retorna ao avião para apanhar nossa bagagem.

— Quer dar uns amassos nos fundos do carro? — murmura Christian em meu ouvido, um lampejo malicioso nos olhos.

Dou uma risadinha. Quem é este homem, e o que ele fez com o Sr. Super Irritado dos últimos dias?

— Andem, vocês dois. Entrem logo — diz Mia às nossas costas, parecendo impaciente ao lado de Ethan.

Entramos no carro e nos acomodamos no banco traseiro. Eu me aconchego contra o corpo de Christian, e ele passa o braço por cima do encosto do meu assento.

— Confortável? — murmura ele, enquanto Mia e Ethan se sentam à nossa frente.

— Sim.

Sorrio, e ele me beija na testa. E, por algum motivo insondável, hoje me sinto tímida na sua presença. Por quê? Por causa de ontem à noite? Por não estarmos sozinhos? Não consigo identificar o motivo.

Elliot e Kate são os últimos a entrar, e Taylor abre o porta-malas para colocar as bagagens. Cinco minutos depois, estamos a caminho.

Rumamos para Aspen, e aproveito para apreciar a paisagem lá fora. As árvores estão verdes, mas um indício do outono que se aproxima insinua-se aqui e ali, nas pontas amareladas das folhas. O céu é de um azul cristalino, embora algumas nuvens escuras insinuem-se na direção do oeste. Ao nosso redor, para todos os lados, veem-se as Montanhas Rochosas, o pico mais alto bem à nossa frente. As montanhas estão verdes e viçosas, e os picos mais altos têm neve no topo — igual às montanhas que as crianças costumam desenhar.

Estamos no playground de inverno dos ricos e famosos. E eu possuo uma casa aqui. Mal posso acreditar. Lá do fundo da minha mente, brota o conhecido mal-estar que sempre se evidencia quando tento me acostumar à fortuna de Christian, fazendo com que eu me sinta culpada. O que eu fiz para merecer um estilo de vida como esse? Nada, não fiz nada a não ser me apaixonar.

— Já esteve em Aspen antes, Ana? — pergunta Ethan, virando-se para mim e interrompendo minha divagação.

— Não, primeira vez. E você?

— Kate e eu sempre vínhamos aqui na adolescência. Meu pai é um ótimo esquiador. Minha mãe, nem tanto.

— Estou torcendo para que meu marido me ensine a esquiar. — E olho para Christian de relance.

— Não conte com isso — murmura ele.

— Não vou me sair tão mal!

— Você pode acabar quebrando o pescoço. — Seu sorriso desaparece.

Ah. Não quero discutir e azedar seu bom humor, então mudo de assunto.

— Há quanto tempo você tem essa casa?

— Quase dois anos. Agora é sua também, Sra. Grey — responde ele, com suavidade.

— Eu sei — sussurro.

Por algum motivo, porém, não me sinto inteiramente convencida. Aproximando-me mais de Christian, beijo a linha do seu maxilar e me aconchego novamente ao seu lado, ouvindo-o rir e brincar com Ethan e Elliot. Mia entra na conversa de tempos em tempos, mas Kate se mantém quieta, e me pergunto se ela está pensando em Jack Hyde ou alguma outra coisa. Então eu me lembro: Aspen… A casa que Christian possui aqui foi reformada por Gia Matteo e reconstruída por Elliot. Será que é isso que a está preocupando? Não posso perguntar nada na frente de Elliot, dada sua história com Gia. Será que Kate sabe da ligação entre Gia e a casa? Franzo o cenho, imaginando qual será o motivo da preocupação de minha amiga, e decido que vamos conversar quando estivermos sozinhas.

Passamos pelo centro de Aspen, e me sinto revitalizada à medida que conheço o visual da cidade. Vejo-me diante de prédios baixos com tijolinhos vermelhos na sua maioria, chalés em estilo suíço e numerosas casas da virada do século pintadas em cores divertidas. Há também uma boa quantidade de bancos e lojas de grife, indicando a afluência da população local. É óbvio que Christian se encaixa perfeitamente neste lugar.

— Por que você escolheu Aspen? — pergunto.

— O quê? — Ele me olha sem entender.

— Para ter uma segunda casa.

— Meus pais costumavam nos trazer aqui quando éramos pequenos. Foi onde aprendi a esquiar, e gosto do lugar. Espero que você goste também… senão, a gente vende a casa e escolhe outra cidade.

Simples assim!

Ele pega uma mecha solta do meu cabelo e a coloca atrás da minha orelha.

— Você está linda hoje — murmura Christian.

Fico vermelha. Estou vestindo apenas meu uniforme de viagem: calça jeans e camiseta, com um leve casaco azul-marinho. Droga. Por que ele me deixa tímida?

Ele me dá um beijo terno, doce e apaixonado.

Taylor, ao volante, começa a sair da cidade e a subir o outro lado do vale, pegando uma estrada sinuosa por entre as montanhas. Quanto mais subimos, mais entusiasmada eu fico; Christian, ao contrário, está cada vez mais tenso.

— O que foi? — pergunto ao contornarmos uma curva.

— Espero que você goste — diz ele, baixinho. — Chegamos.

Taylor reduz e atravessa uma entrada de pedras vermelhas, cinzentas e bege. Ele segue adiante até finalmente parar em frente à imponente casa. Com uma porta no centro da fachada simétrica e telhados altos e pontudos, é uma construção em madeira escura e pedras da mesma mistura de tonalidades da entrada. Uma casa impressionante — moderna e severa, bem ao estilo de Christian.

— Nosso lar — balbucia ele enquanto nossos hóspedes descem da minivan.

— Promissor.

— Venha. Vamos entrar.

Em seus olhos há um brilho de empolgação e ansiedade ao mesmo tempo, como se ele fosse me mostrar seu projeto de ciências ou coisa parecida.

Mia sobe correndo os degraus até a porta principal, onde uma mulher nos espera. Ela é bem pequena, e seu cabelo negro está salpicado de fios grisalhos. Mia joga os braços em volta do pescoço da mulher e lhe dá um abraço apertado.

— Quem é aquela? — pergunto, enquanto Christian me ajuda a sair do veículo.

— A Sra. Bentley. Ela mora aqui com o marido. Eles tomam conta da casa.

Puta merda… mais funcionários?

Mia está fazendo as apresentações: Ethan, e depois Kate. Elliot também abraça a Sra. Bentley. Taylor tira as bagagens do carro, e Christian me pega pela mão e me conduz até a porta da casa.

— Bem-vindo de volta, Sr. Grey. — A Sra. Bentley sorri.

— Carmella, esta é minha mulher, Anastasia — anuncia Christian, orgulhoso. Sua língua acaricia meu nome, fazendo meu coração bater mais forte.

— Sra. Grey. — A Sra. Bentley acena respeitosamente com a cabeça.

Estendo a mão e nos cumprimentamos. Não me surpreende que ela seja muito mais formal com Christian do que com o resto da família.

— Espero que tenham feito uma boa viagem. Parece que o tempo vai ficar bom durante todo o fim de semana, mas não tenho certeza. — Ela aponta para as nuvens escuras que se acumulam atrás de nós. — Quando quiserem o almoço, é só falar. — Ela sorri novamente, os olhos escuros brilhando, e me sinto imediatamente bem na sua presença.

— Venha cá. — Christian me pega e me levanta no colo.

— O que você está fazendo? — exclamo.

— Estreando mais um lugar nosso, Sra. Grey.

Abro um sorriso, e ele me carrega para o interior da ampla entrada, onde, após um breve beijo, coloca-me gentilmente no piso de madeira. A decoração é sóbria e lembra a sala do apartamento do Escala — paredes totalmente brancas, madeira escura e obras de arte abstrata contemporânea. Entramos em uma grande sala de estar com três sofás de couro branco em torno de uma lareira de pedra que predomina no ambiente. A única cor vem das almofadas macias espalhadas pelos sofás. Mia pega a mão de Ethan e o arrasta para dentro da casa. Christian estreita os olhos e aperta os lábios ao vê-los se afastando. Então balança a cabeça com desdém e se vira para mim.