— Deixe aí, Ethan. Taylor cuida disso.
— E o peixe? — continua ele, num tom levemente zombeteiro.
— Você pegou um peixe? — pergunto, surpresa.
— Eu não. O Kavanagh. — E Christian faz beicinho… um beicinho lindo.
Caio na risada.
— A Sra. Bentley vai cuidar do peixe — grita ele em resposta.
Ethan ri e se dirige à casa.
— Sra. Grey, está rindo de mim?
— Com certeza. Você está todo molhado… Vou preparar um banho.
— Desde que você me acompanhe.
Ele se inclina e me beija.
* * *
NO BANHEIRO DA SUÍTE, encho a enorme banheira oval e despejo na água um gel caro de banho, que começa a formar espuma imediatamente. O aroma é divino… jasmim, acho. De volta ao quarto, vou pendurar o tal vestido enquanto a banheira enche.
— Você se divertiu? — pergunta Christian, surgindo no quarto descalço e vestindo apenas uma camiseta e uma calça de moletom. Ele fecha a porta ao entrar.
— Sim — murmuro, admirando-o.
Senti falta dele. Que ridículo — quanto tempo faz, algumas horas?
Ele inclina a cabeça para o lado e me observa.
— O que foi?
— Estava pensando em como senti sua falta hoje.
— Você fala como se sofresse de amor, Sra. Grey.
— Eu sofri, Sr. Grey.
Ele se aproxima e para na minha frente.
— O que você comprou? — sussurra ele, e sei que é para mudar de assunto.
— Um vestido, um par de sapatos e um colar. Torrei o seu dinheiro. — Ergo um olhar culpado para ele.
Ele acha engraçado.
— Que bom — murmura ele, e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. — E pela bilionésima vez: é o nosso dinheiro.
Ele puxa meu queixo, fazendo-me parar de morder o lábio, e corre o dedo indicador pela minha camiseta, passando pelo esterno, por entre os meus seios, descendo pela minha barriga até a bainha.
— Você não vai precisar disso no banho — sussurra ele, e, pegando a minha camiseta pela barra, ele a puxa para cima, lentamente. — Levante os braços.
Obedeço, sem desviar os olhos dos seus, e ele joga minha camiseta no chão.
— Achei que fôssemos só tomar um banho. — Minha pulsação acelera.
— Primeiro eu quero deixar você bem suja. Também senti saudades.
Ele se inclina e me beija.
* * *
— MERDA, A ÁGUA!
Levanto o corpo com certa dificuldade, toda desorientada após o orgasmo.
Ele não me solta.
— Christian, a banheira! — Olho para ele; estou deitada sobre seu peito.
Ele ri.
— Relaxe. Tem um sistema de escoamento. — Ele gira o corpo na cama e me dá um selinho. — Vou lá fechar a torneira.
Com movimentos graciosos, ele desce da cama e vai até o banheiro. Sigo-o com os olhos, observando-o com avidez. Hmm… meu marido, nu e logo logo molhado. Pulo para fora da cama.
* * *
ESTAMOS SENTADOS UM em cada ponta da banheira, que encheu demais — tanto que, sempre que nos mexemos, a água transborda pelas laterais e se esparrama no chão. Muito esbanjador. Ainda mais esbanjador é ver Christian lavando meus pés, massageando-os, puxando meus dedos de leve. Ele beija cada dedo e morde delicadamente o mindinho.
— Aaah!
Eu sinto ali, na minha virilha.
— Assim? — sussurra ele.
— Hmm — balbucio incoerentemente.
Ele recomeça a massagem. Ah, é tão bom. Fecho os olhos.
— Eu vi Gia quando fomos à cidade — murmuro.
— É mesmo? Acho que ela tem casa aqui — diz ele, indiferente. Não está nem um pouco interessado.
— Ela estava com Elliot.
Ele interrompe a massagem. Isso lhe despertou a atenção. Quando abro os olhos, sua cabeça está inclinada para o lado, como se não entendesse.
— Como assim com Elliot? — pergunta Christian, mais perplexo do que preocupado.
Descrevo a cena que vi.
— Ana, eles são só amigos. Acho que o Elliot está bem empolgado com Kate. — Depois de uma pausa, ele acrescenta, mais baixo: — Na verdade, eu sei que ele está bem empolgado com ela. — E me lança um olhar do tipo não-me-pergunte-por-quê.
— Kate é deslumbrante — rebato, defendendo minha amiga.
Christian bufa em desdém.
— Ainda fico feliz por ter sido você quem foi ao meu escritório.
Ele beija meu dedão, solta meu pé esquerdo e pega o direito, para então recomeçar todo o processo de massagem. Seus dedos são tão fortes e flexíveis que relaxo novamente. Não quero brigar por causa de Kate. Fecho os olhos e deixo suas mãos operarem sua mágica nos meus pés.
* * *
OLHO BOQUIABERTA PARA mim mesma, refletida no espelho de corpo inteiro: não me reconheço na beldade que me encara do outro lado. Kate hoje se esmerou e brincou de Barbie comigo, me penteando e me maquiando. Meu cabelo está volumoso e liso, meus olhos delineados com lápis, minha boca de um vermelho vivo. Eu fiquei… gostosa. Sou só pernas, principalmente nos Manolos altíssimos e no meu vestido indecentemente curto. Preciso da aprovação de Christian, embora eu tenha uma terrível sensação de que ele não vai gostar de ver tanta exposição da minha carne. Tendo em vista nossa entente cordiale, decido consultá-lo. Pego meu BlackBerry.
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De: Anastasia Grey
Assunto: Minha bunda está muito grande nesse vestido?
Data: 27 de agosto de 2011 18:53 Hora local
Para: Christian Grey
Sr. Grey,
Preciso do seu aconselhamento de moda.
Bj,
Sra. G.
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De: Christian Grey
Assunto: Maravilha
Data: 27 de agosto de 2011 18:55 Hora local
Para: Anastasia Grey
Sra. Grey,
Duvido muito.
Mas vou aí averiguar e examinar sua bunda em detalhes, só para ter certeza.
Ansiosamente,
Sr. G.
Christian Grey,
CEO, Grey Enterprises Holdings & Fiscalização de Bundas, Inc.
Ainda estou lendo o e-mail quando a porta do quarto se abre e Christian para estático na soleira. Seu queixo cai e seus olhos se arregalam.
Puta merda… ou ele gostou muito ou odiou.
— E então? — sussurro.
— Ana, você está… Uau.
— Você gostou?
— Gostei, acho que sim.
Sua voz está um pouco rouca. Lentamente, ele entra no quarto e fecha a porta. Está usando uma calça jeans preta e uma camisa branca, com um casaco preto. E está divino. Ele vem devagar até mim, mas logo que chega perto, coloca as mãos nos meus ombros e me faz girar, de forma que eu fique de frente para o espelho, e se coloca atrás de mim. Meu olhar encontra o dele no espelho, e então ele baixa o olhar para as minhas costas nuas, fascinado. Seu dedo desliza pela minha coluna e chega até a beirada do vestido, logo abaixo da cintura, onde minha pele clara encontra o tecido prateado.
— Isso mostra demais — murmura ele.
Sua mão desliza mais para baixo, pela minha bunda, até minhas coxas descobertas. Ele faz uma pausa, os olhos cinzentos ardendo intensamente, parecendo quase azuis. Então, lentamente, seus dedos percorrem o caminho inverso até a bainha da saia.
Observo seus compridos dedos se movimentarem com suavidade, roçando minha pele de forma provocante; sinto o arrepio que sua mão vai despertando por onde passa, e minha boca se abre involuntariamente.
— Isso aqui não está longe… — ele toca a bainha do vestido e depois sobe os dedos — daqui — sussurra.
Inspiro fundo quando seus dedos acariciam meu sexo, movendo-se sensualmente por sobre a minha calcinha, sentindo-me, estimulando-me.
— E isso quer dizer que… — sussurro.
— Quer dizer que… que isso aqui não está longe… — seus dedos deslizam sobre a minha calcinha, e um deles entra por baixo do tecido, acariciando minha pele macia e umedecida — … daqui. E mais um pouco… daqui. — Ele enfia um dedo em mim.