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Christian ergue sua taça.

— A Kate e meu querido irmão, Elliot. Parabéns.

Todos damos um golinho na bebida; bem, eu tomo um golão. Hmm, o Cristal é delicioso, faz com que eu me lembre da primeira vez que tomei esse champanhe, no clube noturno de Christian, e também do nosso memorável percurso de elevador até o primeiro andar, mais tarde na mesma noite.

Christian me olha com o cenho franzido.

— Está pensando em quê? — sussurra ele.

— Na primeira vez em que eu tomei esse champanhe.

Sua expressão torna-se ainda mais inquisidora.

— Estávamos no seu clube — lembro-lhe.

Ele sorri.

— Ah, sim. Lembrei. — E pisca para mim.

— Elliot, já tem data? — pergunta Mia.

Elliot olha irritado para a irmã.

— Eu acabei de pedir a mão de Kate. Vamos manter você informada, está bem?

— Ah, marquem para o Natal. Seria tão romântico… Além do mais, vocês não esqueceriam a data do aniversário de casamento. — Ela bate palmas, deliciada.

— Vou pensar no assunto. — E ele sorri, irônico.

— Depois do champanhe, podemos por favor ir dançar? — Virando-se para Christian, ela o fita com os olhos castanhos bem abertos.

— Acho que é melhor perguntarmos a Elliot e Kate o que eles gostariam de fazer.

Todos nos voltamos ao mesmo tempo para eles, à espera de uma resposta. Elliot dá de ombros e Kate fica roxa. Seu desejo carnal pelo noivo é tão evidente que eu quase cuspo o champanhe de quatrocentos dólares na mesa toda.

* * *

A ZAX É A BOATE mais exclusiva de Aspen — ou pelo menos é o que Mia diz. Christian vai até o início da pequena fila abraçando minha cintura, e imediatamente o deixam entrar. Por um momento me pergunto se ele é o dono do lugar. Olho para o relógio — onze e meia da noite, e estou me sentindo tonta. As duas taças de champanhe e as diversas outras de Pouilly-Fumé que tomei durante o jantar estão começando a fazer efeito, e é um alívio ter o braço de Christian me segurando.

— Sr. Grey, bem-vindo novamente — cumprimenta uma loura muito bonita de pernas bem longas, vestida com um shortinho preto de cetim, uma blusa sem manga da mesma cor e uma pequena gravata-borboleta vermelha. Ela abre um sorriso largo, revelando dentes perfeitos entre lábios escarlate que combinam com a gravata.

— Max vai se encarregar dos casacos.

Um jovem todo de preto — mas sem cetim, felizmente — sorri ao se oferecer para pegar meu casaco. Seus olhos escuros são calorosos e convidativos. Sou a única de casaco no grupo — Christian insistiu em que eu pegasse o trench coat de Mia para cobrir as costas —, portanto Max só tem que se dirigir a mim.

— Belo casaco — diz ele, encarando-me intensamente.

Ao meu lado, Christian se eriça e lança para Max um olhar que diz “cai fora”. Ele fica vermelho e rapidamente entrega a Christian o número para recolher o casaco.

— Vou acompanhar vocês até a mesa.

A Srta. Shortinho Sexy de Cetim tremula os cílios para o meu marido, sacode o cabelão louro e entra na boate desfilando. Seguro Christian ainda mais forte, e ele me olha interrogativamente por um momento. Depois, sorri com ironia enquanto seguimos a Srta. Shortinho Sexy de Cetim até a área do bar.

A iluminação ali é reduzida, as paredes pretas, e os móveis, vermelho-escuros. Há mesas ao longo de duas paredes, e um grande bar em forma de U no centro. Está cheio, levando-se em consideração que estamos fora de temporada, mas não lotado, e a frequência é composta por abastados de Aspen a fim de se divertir em um sábado à noite. As pessoas estão vestidas de maneira casual, e pela primeira vez na vida sinto que meu traje está um pouco demais… hmm, melhor dizendo, de menos. Não sei bem qual dos dois. O chão e as paredes vibram com a música que pulsa na pista de dança atrás do bar, e as luzes giram e piscam. Zonza como estou, chego a pensar que se trata de um pesadelo epilético.

Shortinho Sexy de Cetim nos leva até uma mesa em um canto isolado por uma corda. É perto do bar e dá acesso à pista de dança. Claramente, o melhor lugar da boate.

— Logo alguém virá anotar seus pedidos.

Ela nos dirige seu sorriso de dois mil megawatts e, com uma piscadela final para o meu marido, volta desfilando para o lugar de onde veio. Mia já está saltitando, doida para ir logo dançar, e Ethan decide acompanhá-la.

— Champanhe? — pergunta Christian quando eles estão quase indo para a pista de dança, de mãos dadas. Ethan ergue o polegar e Mia faz que sim com a cabeça entusiasmadamente.

Kate e Elliot se recostam no assento de veludo macio, as mãos entrelaçadas. Eles parecem extremamente felizes, suas feições suaves e radiantes sob o brilho das pequenas velas que tremulam nos castiçais de cristal dispostos sobre a mesa baixa. Christian, com um gesto, pede que eu me sente, e corro para perto de Kate. Ele ocupa um lugar ao meu lado e ansiosamente examina o ambiente à nossa volta.

— Quero ver seu anel — digo bem alto, por causa da música.

Vou sair daqui rouca. Kate sorri exultante e levanta a mão. O anel é primoroso, um solitário em uma garra finamente elaborada, e pequenos brilhantes de cada lado. Tem um estilo retrô vitoriano.

— É lindo.

Ela concorda, encantada, e, inclinando-se para a frente, aperta a coxa de Elliot. Ele se abaixa e a beija.

— Vão para um quarto! — grito.

Elliot sorri.

Uma jovem de cabelo escuro e curto vem anotar os nossos pedidos. Ela exibe um sorriso travesso e veste o mesmo shortinho sexy de cetim preto, que parece ser o uniforme da casa.

— O que vão querer beber? — pergunta Christian.

— Você não vai pagar a conta aqui também — reclama Elliot.

— Não comece com isso, Elliot — diz Christian calmamente.

Apesar da resistência de Kate, Elliot e Ethan, Christian pagou pelo jantar. Ele simplesmente ignorou as objeções de todos e não quis nem saber do dinheiro deles. Olho-o apaixonadamente. Meu Cinquenta Tons… sempre no controle.

Elliot abre a boca para dizer algo, mas, sabiamente, desiste.

— Vou querer uma cerveja — responde ele.

— Kate? — pergunta Christian.

— Mais champanhe, por favor. O Cristal é uma delícia. Mas é claro que o Ethan ia preferir uma cerveja.

Ela sorri toda meiga — sim, meiga — para Christian. Kate não cabe em si de tanta felicidade. Sinto a alegria irradiar dela, e é um prazer estar aqui para testemunhar esse momento.

— Ana?

— Champanhe, por favor.

— Uma garrafa de Cristal, três de Peroni e uma de água mineral gelada, seis copos — exige ele, no seu modo direto e autoritário de costume.

Até que isso é sexy.

Obrigada, senhor. Eu já trago.

A Srta. Shortinho Sexy Número Dois abre um sorriso gracioso para Christian, mas o poupa do piscar de olhos, ainda que suas faces estejam um pouco vermelhas.

Balanço a cabeça, resignada. Ele é meu, querida.

— O que foi? — pergunta ele.

— Ela não ficou fazendo charme para você. — Dou um sorriso enviezado.

— Ah. E deveria? — Ele não consegue esconder que está achando graça.

— É costume entre as mulheres. — Meu tom é irônico.

Ele sorri.

— Sra. Grey, está com ciúmes?

— Nem um pouco.

Faço um beicinho. E neste momento percebo que estou começando a tolerar as mulheres devorando meu marido com os olhos. Quase. Christian pega minha mão e beija os nós dos meus dedos.

— Você não tem motivo nenhum para sentir ciúmes, Sra. Grey — murmura ele ao meu ouvido, sua respiração me fazendo cócegas.

— Eu sei.

— Ótimo.

A garçonete retorna, e logo me vejo bebendo mais uma taça de champanhe.

— Aqui. — Christian me oferece um copo d’água. — Beba isto.

Franzo o cenho e vejo-o, mais do que ouço, suspirar.