Выбрать главу

— Você queria resistência — digo, ofegante.

Christian ergue o torso, ainda em cima de mim, e me encara, suas mãos sem soltar meus pulsos. Posiciono meus calcanhares embaixo de sua bunda e o puxo para mim. Mas ele nem se mexe. Argh!

— Não quer uma brincadeira mais leve? — pergunta ele, maravilhado, os olhos brilhando de excitação.

— Só quero que você faça amor comigo, Christian.

Ele poderia ser mais complicado? Primeiro estamos brigando e lutando, depois ele fica todo terno e doce. Isso me confunde. Estou na cama com o Sr. Inconstante.

— Por favor.

Forço os calcanhares na bunda dele mais uma vez. Olhos cinzentos em chamas procuram os meus. Ah, o que será que ele está pensando? Ele parece momentaneamente perplexo e confuso. Solta as minhas mãos e se senta sobre os calcanhares, puxando-me para o seu colo.

— Tudo bem, Sra. Grey, vamos fazer do seu jeito.

Ele então me levanta e me coloca sobre si, de maneira que eu fico montada nele.

— Ah!

É isso. É isso o que eu quero. É disso que eu preciso. Abraçando o pescoço dele, enfio os dedos no seu cabelo, exaltando-me na sensação de tê-lo dentro de mim. Começo a me movimentar. O controle agora é meu e eu o guio no meu ritmo, na minha velocidade. Ele geme, sua boca encontra a minha, e nos perdemos.

* * *

PASSO OS DEDOS nos pelos do peito de Christian. Ele está deitado de costas, imóvel e quieto ao meu lado, enquanto nós dois recuperamos o fôlego. Sua mão afaga ritmadamente minhas costas.

— Você está tão calado — sussurro, e beijo seu ombro. Ele se vira e me olha, mas sua expressão não revela nada. — Foi divertido.

Merda, tem alguma coisa errada?

Você me deixa confuso, Ana.

— Confuso?

Ele muda de posição para que fiquemos cara a cara.

— É. Você. Dando as cartas. É… diferente.

— Diferente bom ou diferente ruim?

Passo um dedo pelos seus lábios. Ele franze a testa, como se não entendesse bem a pergunta. Absorto, beija meu dedo.

— Diferente bom — diz, mas não soa convincente.

— Você nunca cedeu a essa fantasia antes?

Fico corada ao fazer a pergunta. Eu realmente quero saber mais sobre a vida sexual colorida… hmm, caleidoscópica do meu marido antes de mim? Meu inconsciente me olha com cautela por trás dos óculos de leitura de armação de tartaruga. Você quer realmente mexer nisso?

— Não, Anastasia. Você pode me tocar.

É uma explicação simples mas que diz muito. Claro, as outras quinze não podiam.

— A Mrs. Robinson podia tocar em você. — Murmuro essas palavras antes que meu cérebro registre o que eu disse. Merda. Por que eu a mencionei?

Ele fica estático. Seus olhos se arregalam, assumindo uma expressão de “Ah, não, aonde ela quer chegar com isso?”.

— Era diferente — sussurra ele.

De repente, quero saber mais.

— Diferente bom ou diferente ruim?

Ele me fita. Em seu rosto transparece dúvida e, talvez, dor. Por um brevíssimo momento ele parece estar se afogando.

— Ruim, eu acho. — Suas palavras são quase inaudíveis.

Puta merda!

Achei que você gostasse.

— Eu gostava. Na época.

— E agora não?

Ele me encara, os olhos arregalados, e então balança a cabeça devagar.

Ai, meu Deus…

Ah, Christian.

Sinto-me completamente oprimida pelos sentimentos que me invadem. Meu menino perdido. Eu me jogo em cima dele e beijo seu rosto, seu pescoço, seu peito, suas pequenas cicatrizes redondas. Ele geme, puxa-me para si e me beija apaixonadamente. E muito devagar, ternamente, no seu ritmo, ele faz amor comigo mais uma vez.

* * *

— ANA TYSON. DERRUBANDO adversários bem mais pesados que ela! — diz Ethan, aplaudindo quando chego à cozinha para o café da manhã. Ele está sentado com Mia e Kate no balcão, enquanto a Sra. Bentley faz waffles. Christian não está em nenhum lugar à vista.

— Bom dia, Sra. Grey. — A Sra. Bentley sorri. — O que gostaria para o café?

— Bom dia. O que tiver, obrigada. Cadê o Christian?

— Lá fora. — Kate gesticula com a cabeça na direção do quintal.

Olho pela janela que dá para o quintal e, mais além, para as montanhas. Está claro, um dia de verão bem azul, e meu lindo marido está a cerca de seis metros de distância, absorto em uma conversa séria com um homem.

— É o Sr. Bentley — diz Mia do balcão.

Eu me viro para olhá-la, surpresa pelo seu tom emburrado. Ela lança um olhar maldoso para Ethan. Ai, céus. E me pergunto mais uma vez o que estará acontecendo entre eles. Franzindo o cenho, volto a observar meu marido e o Sr. Bentley.

O marido da Sra. Bentley é magro mas musculoso, com cabelo claro e olhos escuros. Ele veste uma calça cargo e uma camiseta do corpo de bombeiros de Aspen. Christian está de calça jeans e camiseta. Enquanto os dois atravessam o gramado a passos lentos em direção à casa, entretidos na conversa, Christian casualmente se abaixa para apanhar o que parece ser um bambu que deve ter voado pelo ar ou ter sido jogado no canteiro de flores. Ele para e, distraidamente, segura o bambu com o braço esticado, como se o estivesse pesando com muito critério, e com ele golpeia o ar, uma só vez.

Ah…

O Sr. Bentley aparenta não achar nada estranho no comportamento de Christian. Eles continuam a conversa, mais perto da casa dessa vez; então, param de novo, e Christian repete o gesto. A ponta do bambu atinge o solo. Olhando para cima, Christian me vê à janela. De repente, sinto como se o estivesse espionando. Ele para. Aceno constrangida e depois dou meia-volta, retornando para o balcão onde os outros tomam café.

— O que você estava fazendo? — pergunta Kate.

— Só olhando o Christian.

— Você está realmente apaixonada — comenta ela, fungando.

— E você não, futura cunhada? — respondo, sorrindo e tentando esquecer a visão perturbadora de Christian empunhando uma vara. Levo um susto quando Kate se levanta de um salto e me abraça.

— Irmã! — exclama ela, e é difícil não ser contagiada por sua alegria.

— Ei, dorminhoca. — É Christian me acordando. — Já vamos pousar. Coloque o cinto.

Tateio em volta, sonolenta, procurando o cinto de segurança, mas Christian já o está prendendo para mim. Ele beija minha testa e então volta a se recostar em seu assento. Deito a cabeça no seu ombro de novo e fecho os olhos.

Uma caminhada por uma trilha interminável e um almoço-piquenique no topo de uma montanha espetacular me deixaram exausta. Os outros também estão quietos — até mesmo Mia. Ela parece desanimada, como aliás esteve o dia todo. Como será que vão seus esforços com Ethan? Nem sei onde eles dormiram na noite passada. Meus olhos encontram os dela, e abro um sorriso para perguntar se está tudo bem. Ela me devolve um rápido e triste sorriso e volta para seu livro. Dou uma espiada em Christian. Ele está trabalhando em um contrato ou algo do tipo, lendo e fazendo anotações nas margens. Mas parece relaxado. Elliot ronca de leve ao lado de Kate.

Ainda tenho que encurralar Elliot num canto e interrogá-lo sobre Gia, mas tem sido impossível tirá-lo de perto de Kate. Christian não está interessado o suficiente para perguntar, o que é irritante, mas eu não o pressionei. Estávamos nos divertindo tanto. Elliot descansa a mão no joelho de Kate, num gesto possessivo. Ela parece radiante. E pensar que apenas ontem à tarde ela estava tão insegura com relação ao namorado… Como foi mesmo que Christian o chamou? Lelliot. Deve ser um apelido familiar. É fofo; melhor do que “mulherengo”. Elliot de súbito abre os olhos e me fita diretamente. Fico vermelha, por ser pega encarando-o.

Ele sorri.