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Oh!

E a Srta. Prescott quer falar com você também — acrescenta Hannah.

É evidente que ela quer falar comigo.

— Mande a Srta. Prescott entrar.

Hannah abre caminho e Prescott entra na sala. Sua postura é a de quem está em uma missão, alerta, transbordando eficiência profissional.

— Hannah, deixe-nos a sós por uns instantes. Prescott, sente-se.

Hannah fecha a porta, e nos deixa sozinhas.

— Sra. Grey, Leila Williams está na sua lista de visitantes proibidos.

— O quê? — Eu tenho uma lista de visitantes proibidos?

Na nossa lista de vigilância, madame. Taylor e Welch foram bem específicos ao me alertar que ela não deveria entrar em contato com a senhora.

Franzo o cenho, sem entender.

— Ela é perigosa?

— Não sei, madame.

— Se ela está na lista, eu não deveria nem ter sido avisada da presença dela aqui, não acha?

Prescott engole em seco e, por um momento, parece constrangida.

— Eu estava no toalete. Ela entrou, falou diretamente com Claire, e Claire chamou a Hannah.

— Ah. Entendi. — Percebo que até a Prescott precisa fazer xixi, e rio. — Que coisa.

— Sim, madame.

Prescott me dirige um sorriso envergonhado, e é a primeira vez que a vejo abrir a guarda. Seu sorriso é encantador.

— Preciso falar de novo com Claire sobre o protocolo — acrescenta ela, num tom de voz aborrecido.

— Claro. Taylor sabe que Leila está aqui?

Cruzo os dedos inconscientemente, torcendo para ela não ter contado a Christian.

— Deixei uma breve mensagem de voz para ele.

Ah.

— Então tenho pouco tempo. Eu queria saber o que ela quer.

Prescott me olha por um momento.

— Devo advertir a senhora a não fazer isso, madame.

— Ela está aqui para me ver por algum motivo.

— Meu trabalho é impedir isso, madame. — Sua voz é suave, mas resignada.

— Eu realmente quero escutar o que ela tem a dizer. — Meu tom é mais veemente do que eu pretendia.

Prescott abafa um suspiro.

— Eu gostaria de revistar as duas antes.

— Tudo bem. Você pode fazer isso?

— Estou aqui para proteger a senhora, Sra. Grey, então sim, eu posso. Também gostaria de estar presente durante a conversa.

— Tudo bem. — Vou fazer essa concessão. Além disso, da última vez que encontrei Leila, ela estava armada. — Vá em frente.

Prescott se levanta.

— Hannah — chamo.

Hannah abre a porta rápido demais. Ela devia estar esperando lá fora.

— Você pode verificar se a sala de reuniões está livre, por favor?

— Já verifiquei e está livre, sim.

— Prescott, você pode revistar as duas lá? Tem privacidade suficiente?

— Sim, madame.

— Estarei lá em cinco minutos, então. Hannah, leve Leila Williams e quem quer que esteja com ela para a sala de reuniões.

— É pra já. — Hannah olha aflita de Prescott para mim. — Devo cancelar seu próximo compromisso? É às quatro horas, mas do outro lado da cidade.

— Pode cancelar — murmuro, distraída. Hannah aquiesce e depois sai.

Que diabo Leila quer? Não acho que ela esteja aqui para tentar me fazer algum mal. Ela não fez isso quando teve oportunidade. Christian vai enlouquecer. Meu inconsciente aperta os lábios, cruza as pernas afetadamente e concorda. Preciso avisar a Christian sobre esse encontro. Escrevo um rápido e-mail e então paro, olhando a hora. Sinto uma momentânea pontada de arrependimento. Estávamos nos dando tão bem desde Aspen… Clico em “enviar”.

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De: Anastasia Grey

Assunto: Visita

Data: 6 de setembro de 2011 15:27

Para: Christian Grey

Christian,

Leila está aqui para me ver. Prescott vai ficar comigo durante o encontro.

Se precisar, vou usar minhas recém-adquiridas habilidades de estapeamento, com minha mão agora curada.

Tente, mas tente mesmo, não se preocupar.

Sou uma garota crescida.

Eu ligo depois da nossa conversa.

Bj,

A.

Anastasia Grey

Editora, SIP

Escondo meu BlackBerry apressadamente na gaveta da mesa. Depois me levanto, aliso minha saia-lápis cinza no quadril, belisco as bochechas para lhes dar alguma cor e abro o primeiro botão da minha blusa de seda cinza. Pronto, vamos lá. Após respirar profundamente, saio da minha sala para encontrar a infame Leila, ignorando o som baixinho de “Your Love Is King” tocando dentro da gaveta.

Leila parece bem melhor. Mais do que melhor — ela está muito bonita. Há um tom rosado nas suas faces, seus olhos castanhos estão iluminados, e seu cabelo está limpo e brilhante. Ela veste uma blusa cor-de-rosa e uma calça branca. Levanta-se assim que entro na sala de reuniões, bem como sua amiga — outra jovem de cabelo escuro e suaves olhos castanhos, cor de conhaque. Prescott está de pé no canto, sem tirar os olhos de Leila.

— Sra. Grey, muito obrigada por me receber. — A voz de Leila é suave, mas firme.

— Hmm… Desculpe pela segurança — murmuro, porque não consigo pensar em outra coisa para falar. Aceno vagamente na direção de Prescott.

— Esta é minha amiga Susi.

— Olá.

Cumprimento Susi com a cabeça. Ela se parece com Leila; se parece comigo. Ah, não. Mais uma.

Sim — diz Leila, como se lesse meus pensamentos. — Susi também conhece o Sr. Grey.

Que diabo eu devo responder? Dou um sorriso educado.

— Por favor, sentem-se — murmuro.

Alguém bate à porta. É Hannah. Eu a mando entrar com um gesto, sabendo muito bem o que ela veio fazer.

— Desculpe interromper, Ana. O Sr. Grey está na linha.

— Diga que estou ocupada.

— Ele foi bem insistente — diz ela, amedrontada.

— Não tenho dúvida. Você poderia pedir desculpas a ele e dizer que ligo daqui a pouquinho?

Hannah hesita.

— Hannah, por favor.

Ela aquiesce e vai embora apressada. Eu me volto para as duas mulheres sentadas à minha frente. Ambas estão me encarando perplexas. É desconfortável.

— O que posso fazer por você? — pergunto.

Susi fala:

— Sei que isso é meio estranho, mas eu queria conhecer você também. A mulher que conseguiu prender o Chris…

Levanto a mão, fazendo com que ela pare no meio da frase. Não quero ouvir isso.

— Hmm… Já entendi — balbucio.

— Somos o clube das submissas. — Ela sorri para mim, os olhos brilhando de alegria.

Ai, meu Deus.

Leila solta uma exclamação e olha pasma para Susi, assustada mas também achando graça. Susi se retrai subitamente. Suspeito que Leila tenha lhe dado um chute por baixo da mesa.

O que eu devo dizer quanto a isso? Lanço um rápido olhar nervoso para Prescott, que permanece impassível, sem desviar os olhos de Leila.

Susi parece se recompor. Ela fica vermelha, depois faz um sinal afirmativo com a cabeça e se levanta.

— Vou esperar na recepção. Esse é o momento da Lulu. — Dá para ver que ela está constrangida.

Lulu?

Você vai ficar bem? — pergunta ela a Leila, que sorri para a amiga.

Susi abre um largo sorriso, franco e genuíno, em minha direção e sai da sala.

Susi e Christian… Não é algo que eu queira imaginar. Prescott pega no bolso seu telefone e atende. Eu não ouvi tocar.

— Sr. Grey — diz ela.

Leila e eu nos viramos para olhá-la. Prescott fecha os olhos como se sentisse dor.

— Sim, senhor — diz ela, dando um passo para a frente e me entregando o telefone.

Reviro os olhos.

— Christian — murmuro, tentando conter minha irritação.