— Não… — A palavra sai da minha boca num suspiro de horror, antes que eu consiga impedir.
— Sim — diz ele, e, segurando meu queixo, inclina-se e me dá um beijo terno na boca.
— Ah, Christian, às vezes você me assusta.
Seguro sua cabeça com as mãos, enfio os dedos no seu cabelo e puxo sua boca para a minha. Ele permanece imóvel por um momento e então me envolve em seus braços.
— Por quê?
— Foi tão fácil para você dar as costas para ela…
Ele franze a testa.
— E você acha que eu posso um dia dar as costas para você, Ana? Por que diabo acha isso? O que faz você pensar assim?
— Nada. Me beije. Me leve para casa — imploro.
E quando seus lábios tocam os meus, eu me perco.
— Ah, por favor — suplico, enquanto Christian chupa meu sexo com delicadeza.
— Tudo a seu tempo — murmura ele.
Puxo meus membros presos e solto um gemido alto em protesto ao seu ataque carnal. Estou presa por algemas de couro macias, cada cotovelo amarrado a um joelho, e a cabeça de Christian se agita e avança por entre minhas pernas, sua língua habilidosa me provocando, incansável. Abro os olhos e fito distraidamente o teto do nosso quarto, banhado pela suave luz da tardinha. A língua de Christian se move em círculos, dançando e girando sobre o centro do meu universo e em volta. Quero esticar as pernas e luto, numa tentativa vã de controlar o prazer. Mas não consigo. Meus dedos agarram seu cabelo e puxo com força para resistir a essa sublime tortura.
— Não goze — murmura ele contra o meu sexo, sua respiração suave na minha pele quente e molhada, enquanto ele resiste aos meus dedos. — Vou bater em você se você gozar.
Solto um gemido.
— Controle, Ana. É só controlar.
E sua língua renova sua incursão erótica.
Ah, ele sabe o que está fazendo. Não posso resistir ou interromper minha reação irrefreável; eu tento — realmente tento —, mas meu corpo explode sob a ação implacável de Christian, cuja língua não para, arrancando cada centímetro de prazer de dentro mim.
— Ah, Ana — reclama ele. — Você gozou. — Sua voz é suave; sua repreensão, triunfante. Ele me vira, e me apoio trêmula nos braços. Recebo uma palmada forte…
— Ah! — grito.
— Controle — adverte ele, e, agarrando meu quadril, me penetra.
Grito de novo, minha carne ainda tremendo com as convulsões provocadas pelo orgasmo. Ele para quando está bem dentro de mim e, inclinando-se para a frente, abre as algemas, uma de cada vez. Ele me envolve em seus braços e me puxa para o seu colo, minhas costas coladas à frente do seu corpo, e suas mãos envolvem meu pescoço, abaixo do meu queixo. Eu me deleito nessa sensação de plenitude.
— Mexa-se — ordena ele.
Dou um gemido e começo a subir e descer no seu colo.
— Mais rápido — sussurra.
E eu acelero. Ele geme e, com a mão, puxa minha cabeça para trás enquanto mordisca meu pescoço. Sua outra mão viaja prazerosamente pelo meu corpo, indo do meu quadril até o meu sexo, meu clitóris… que ainda está sensível graças à generosa atenção recebida antes. Solto um gemido quando seus dedos se fecham em volta de mim, provocando-me mais uma vez.
— Isso mesmo, Ana — fala ele no meu ouvido, sua voz suave e em tom estridente. — Você é minha. Só você.
— Sou — sussurro à medida que meu corpo se enrijece, fechando-se em volta dele, encaixando-se nele da maneira mais íntima possível.
— Goze para mim — exige ele.
E eu me entrego, meu corpo seguindo obedientemente seu comando. Ele me segura, imobilizando-me enquanto o clímax percorre meu corpo e eu grito seu nome.
— Ah, Ana, eu amo você — geme ele, e segue meu exemplo, metendo em mim para encontrar também seu alívio.
* * *
ELE BEIJA MEU ombro e afasta o cabelo do meu rosto.
— Isso vai para a lista, Sra. Grey? — murmura ele.
Estou deitada de bruços na nossa cama, quase inconsciente. Christian faz uma massagem suave na minha bunda. Ele está ao meu lado, apoiado em um cotovelo.
— Hmm.
— Isso é um sim?
— Hmm. — Sorrio.
Ele sorri também e me beija de novo; relutante, viro de lado para ficar de frente para ele.
— E então? — insiste.
— Sim. Vai para a lista. Mas é uma lista bem comprida.
Ele abre um sorriso maior que seu próprio rosto, e me beija delicadamente.
— Ótimo. Vamos jantar? — Seus olhos brilham de amor e boa disposição.
Concordo com a cabeça. Estou faminta. Começo a puxar de leve os pelos do peito dele.
— Quero que você diga uma coisa — sussurro.
— O quê?
— Não fique bravo.
— O quê, Ana?
— Eu sei que você se importa.
Ele arregala os olhos, e qualquer traço de bom humor some.
— Quero que você admita que se importa. Porque o Christian que eu conheço e amo se importaria.
Ele fica imóvel, sem tirar os olhos dos meus, e testemunho sua luta interna, como se ele estivesse prestes a fazer o julgamento de Salomão. Ele abre a boca para dizer alguma coisa, mas depois a fecha de novo; de relance, seu rosto deixa transparecer uma expressão… de dor, talvez.
Diga, eu o instigo.
— Sim. Sim, eu me importo. Satisfeita? — diz ele, num fiapo de voz.
Ah, como fico agradecida. É um puta alívio.
— Sim. Muito.
Ele franze o cenho.
— Não acredito que estou aqui, agora, na nossa cama, falando com você sobre…
Encosto o dedo nos seus lábios.
— Não estamos falando sobre isso. Vamos comer. Estou com fome.
Ele suspira e balança a cabeça.
— Você me encanta e me confunde, Sra. Grey.
— Que bom.
Eu ergo o corpo para beijá-lo.
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De: Anastasia Grey
Assunto: A lista
Data: 9 de setembro de 2011 09:33
Para: Christian Grey
Essa com certeza entrou para as primeiras posições.
:D
Bj,
A.
Anastasia Grey
Editora, SIP
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De: Christian Grey
Assunto: Conte uma novidade
Data: 9 de setembro de 2011 09:42
Para: Anastasia Grey
Você disse a mesma coisa nos últimos três dias.
Decida-se.
Ou… podemos tentar algo diferente.
;)
Christian Grey
CEO Gostando Desse Jogo, Grey Enterprises Holdings, Inc.
Abro um sorriso para a tela do computador. As últimas noites têm sido… divertidas. Relaxamos de novo, e a breve interrupção de Leila foi esquecida. Ainda não tive coragem de perguntar se tem algum quadro dela na nossa parede — e, francamente, não me importo. Meu BlackBerry toca e eu atendo esperando que seja Christian.
— Ana?
— Sim?
— Ana, meu bem. Aqui é o pai do José.
— Sr. Rodriguez! Olá!
Meu couro cabeludo começa a formigar. O que o pai do José quer comigo?
— Querida, me desculpe por ligar para você no trabalho. É sobre o Ray. — Sua voz vacila.
— O que foi? O que aconteceu? — Meu coração parece que vai saltar pela boca.
— Ele sofreu um acidente.
Ah, não. Meu pai. Prendo a respiração.
— Ele está no hospital. É melhor você vir logo.
CAPÍTULO DEZESSETE
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—Sr. Rodriguez, o que aconteceu? — Minha voz soa rouca e pesada devido às lágrimas contidas. Ray. O querido Ray. Meu pai.