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OBRAS DO AUTOR

ENSAIO

Comunicação, Difusão Cultural, 1992; Prefácio, 2001.

Crónicas de Guerra I—Da Crimeia a Dachau, Gradiva,

2001;

Círculo de Leitores, 2002.

Crónicas de Guerra II—De Saigão a Bagdade, Gradiva,

2002;

Círculo de Leitores, 2002.

A Verdade da Guerra, Gradiva, 2002; Círculo de

Leitores, 2003. Conversas de Escritores — Diálogos com

os

Grandes

Autores

da

Literatura

Contemporânea,

Gradiva/RTP, 2010.

A Última Entrevista de José Saramago, Usina de Letras,

Rio de Janeiro, 2010; Gradiva, Lisboa, 2011.

FICÇÃO

A Ilha das Trevas, Temas & Debates, 2002; Círculo de

Leitores, 2003; Gradiva, 2007.

A Filha do Capitão, Gradiva, 2004.

O Codex 632, Gradiva, 2005.

A Fórmula de Deus, Gradiva, 2006.

O Sétimo Selo, Gradiva, 2007.

A Vida Num Sopro, Gradiva, 2008.

Fúria Divina, Gradiva, 2009.

O Anjo Branco, Gradiva, 2010.

O Último Segredo, Gradiva, 2011.

CONTACTO COM O AUTOR

Se desejar entrar em contacto com o autor para comentar

o romance O Último Segredo, escreva para o e-maiclass="underline"

jrsnovels@gmail.com

O autor terá o maior gosto em responder a qualquer

leitor que se lhe dirija a propósito desta obra.José

Rodrigues dos Santos/Gradiva Publicações, S. A.

Revisão de texto Helena Ramos

Capa Imagem retirada de Images of The Bible - The New

Testament,

editado

por

The

Pepin

Press,

www.pepinpress.com/Armando Lopes (concepção gráfica) Sobrecapa

©

Corbis/VMI

(imagem

da

biblioteca)/©

Thinkstock (imagem do terço e da Biblia)/Armando Lopes

(concepção gráfica)

Fotocomposição, impressão e .acabamento Multitipo—Artes

Gráficas, L.da

Reservados os direitos para Portugal por Gradiva

Publicações, S. A.

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Telef. 213933760—Fax 21 395 3471 Dep. comercial Telefs.

21

3974067/8

Fax

21

397

14

1

I

geral@gradiva.mail.pt/www.gradiva.pt

1.“ edição Outubro de 2011

2.“ edição Outubro de 2011 Depósito legal 333 744/2011

ISBN 978-989-616-446-1

Este livro foi impresso em Ccural Book Ivory

(Torraspapel)

gradiva

Editor: Guilherme Valente

Visite-nos na Internet www.gradiva.pt

Pedi e dar-se-vos-á; procurai e achareis; batei e

abrir-se-vos-á.

Jesus Cristo

Às minhas três mulheres, Florbela, Catarina e Inês

Todas as citações de fontes religiosas todas as

informações históricas e científicas incluídas neste

romance são verdadeiras.

Prólogo

O som abafado atraiu a atenção de Patricia.

“Quem está aí?”

Pareceu-lhe que o barulho tinha vindo da Sala

Inventario

Manoscritti,

mesmo

ao

lado

da

Sala

Consultazioni Manoscritti, onde se encontrava, mas nada

vislumbrou de anormal. Os livros permaneciam em

silêncio nas prateleiras ricamente trabalhadas daquela

ala da Biblioteca Apostólica Vaticana, como adormecidos

pela sombra que a noite projectava em silêncio sobre as

lombadas poeirentas. Aquela podia ser a mais antiga

biblioteca da Europa, e talvez também a mais bela, mas

à noite o local respirava uma atmosfera soturna, quase

intimidatória, como se uma ameaça oculta por ali

pairasse.

“Ay, madre mia!”, murmurou, estremecendo para debelar o

medo irracional que dela por momentos se apossara.

“Ando a ver demasiados filmes!...”

Devia ter sido o empregado a passar, pensou. Espreitou

o relógio; os ponteiros assinalavam quase as onze e

meia da noite. Não eram as horas normais de expediente

na biblioteca, mas Patrícia Escalona tornara-se amiga

pessoal do prefetto, monsenhor Luigi Viterbo, que

recebera em Santiago de Compostela durante o Xacobeo de

2010. Acometido por uma crise mística, monsenhor

Viterbo decidira na altura percorrer a pé o Caminho de

Santiago e, graças a um amigo comum, fora bater à porta

da historiadora. Em boa hora o fez, porque ela cobriu-o

de atenções quando o recebeu em casa, um belo

apartamento convenientemente localizado numa ruela

mesmo atrás da catedral.

Por tudo isso, quando chegou a Roma para consultar

aquele manuscrito, Patricia não hesitou em cobrar o

favor. O facto é que o prefetto da Biblioteca

Apostólica Vaticana se mostrara à altura do pedido e,

retribuindo as honras que o haviam rodeado em

Compostela, mandou abrir à noite a Sala Consultazioni

Manoscritti de propósito para a sua amiga galega fazer

com absoluta tranquilidade o trabalho que ali a

trouxera.

Mas fez mais do que isso. O prefetto mandou buscar o

próprio original para ela consultar. Caramba, não era

preciso tanto!, respondera então Patrícia, quase

embaraçada. Os microfilmes teriam chegado

perfeitamente. Mas não, monsenhor Viterbo fizera

questão de a mimar. Para uma historiadora do seu

gabarito, insistira ele, só o original servia!

E que original.

A investigadora galega passou as mãos enluvadas pelos

caracteres castanhos desenhados à mão com escrúpulo de

copista piedoso, sobre folhas de pergaminho entretanto

envelhecido e manchado por nódoas do tempo que os

arquivistas haviam guardado em placas de material

transparente. O manuscrito estava composto de uma

maneira que lhe fazia lembrar o Codex Marchalianus ou o

Codex Rossanensis. A diferença é que era muito mais

valioso.

Inspirou fundo e sentiu-lhe o cheiro adocicado. Ah, que

maravilha! Como adorava o perfume quente que o papel

antigo exalava!... Passeou os olhos enamorados pelos

caracteres pequenos e muito bem arrumados, sem

ornamentos nem maiúsculas, o grego corrido numa linha

contínua, as letras arredondadas e equidistantes, as

palavras sem nada a separá-las, como se cada linha

fosse na verdade um único verbo, interminável e

misterioso, um código arcano soprado por Deus na génese

do tempo. A pontuação era rara, havendo aqui e ali

espaços em branco, diéreses e abreviaturas dos nomina

sacra e aspas invertidas para as citações do Antigo

Testamento, a exemplo do que ela já vira no Codex Ale-

xandrinus. Mas o manuscrito que tinha à frente era o

mais precioso de todos quantos alguma vez manuseara. Só

o título, aliás, impunha respeito: Bibliorum Sacrorum

Graecorum Codex Vaticanus B.