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Sonia, que então tinha fixado residência na Itália, pegou um trem e foi me encontrar em Zurique. Convidou-nos - a mim, um amigo e uma repórter do jornal Blick, que acabara de me entrevistar - para ir até Langstrasse, a zona de prostituição local. Eu não sabia que Sonia já havia prevenido suas colegas da nossa visita, e para minha surpresa, terminei dando vários autógrafos em livros meus, em diversas línguas.

A esta altura, eu já estava decidido a escrever sobre sexo, mas ainda não tinha nem o roteiro, nem o personagem principal; pensava em algo muito mais dirigido para a busca convencional do sagrado, mas aquela visita a Langstrasse me ensinou: para escrever sobre o lado sagrado, era necessário entender por que ele tinha sido tão profanado.

Conversando com um jornalista da revista L'Ilustrée (Suíça), contei a história da improvisada noite de autógrafos em Langstrasse, e ele publicou uma grande reportagem a respeito. O resultado foi que, durante uma tarde de autógrafos em Genève, várias prostitutas apareceram com seus livros. Uma delas me chamou especial atenção, saímos - com minha agente e amiga Mônica Antunes - para tomar um café, que se transformou em jantar, que se transformou em outros encontros nos dias que seguiram. Ali nascia o fio condutor de Onze minutos.

Quero agradecer a Arma von Planta, minha editora suíça, que me ajudou com dados importantes sobre a situação legal das prostitutas em seu país. As seguintes mulheres em Zurique (nomes de guerra): Sonia, que encontrei pela primeira vez em Mantova (quem sabe alguém um dia se interesse pelo seu livro!), Manha, Antenora, Isabella. Em Genève (também nomes de guerra): Amy, Lucia, Andrei, Vanessa, Patrick, Therése, Anna Christina.

Agradeço também a Antonella Zara, que me permitiu usar trechos de seu livro A ciência da paixão, para ilustrar algumas partes do diário de Maria.

Finalmente, agradeço a Maria (nome de guerra), hoje residindo em Lausanne, casada e com duas belas filhas, que em nossos vários encontros dividiu comigo e com Mônica sua história, na qual este livro é baseado.

Paulo Coelho

PAULO COELHO é hoje um fenômeno da cultura de massa reconhecido em todo o mundo.

Traduzido em 56 idiomas, publicado em 150 países, o escritor tornou-se referencial obrigatório para quem queira entender idéias e aspirações de nosso tempo.

Onde quer que sua obra tenha sido editada, a acolhida dos leitores surpreendeu, superando todas as possíveis expectativas.

Foi assim quando a HarperCollins lançou em 1993 O alquimista nos EUA, com uma tiragem de 50 mil exemplares, a maior já oferecida para um livro de origem brasileira. Hoje o livro é considerado um dos maiores sucessos da editora em sua história recente.

O triunfo excepcional se repete em todos os lugares onde o livro é lançado. Na França, onde é publicado pela Anne Carrère e alcançou o topo da lista de mais vendidos, por cinco anos consecutivos. Na Itália, onde sai pela Bompiani e ganhou os prestigiosos prêmios Super Grinzane Cavour e Flaiano, na Alemanha, onde o selo é Diogenes e permaneceu por 306 semanas na lista de best-sellers da revista Der Spiegel.

A carreira de Paulo Coelho, no entanto, não se resume ao bom desempenho nacional e internacional de um livro só. O diário de um mago, Brada, As valkírias, Na margem do rio Piedra eu sentei e chorei, O monte cinco, Manual do guerreiro da luz, Veronika decide morrer, O demônio e a srta. Prym são livros que vêm provando a solidez do talento de seu autor e a fidelidade de seus leitores. Uma combinação de rara felicidade a ponto de merecer um dos mais famosos prêmios alemães, o Bambi 2001, concedido a quem "acredita no destino e nos dons do ser humano, e em sua capacidade de manter acesa a chama humanista, num mundo de trevas".

Em 28 de outubro de 2002, Paulo Coelho assumiu sua cadeira de imortal na Academia Brasileira de Letras. A conquista é natural numa trajetória literária incomparável e o atestado definitivo do potencial modificador de suas palavras, que podem ser encontradas, hoje, não só em seus muitos livros, como nas páginas de jornais para os quais colabora regularmente, entre eles Corriere della Sera (Itália), EL Semanal (Espanha), Welt am Sonntag (Alemanha), The China Times Daily (Taiwan).