O panfleto patriótico The War in South Africa, escrito por Arthur Conan Doyle em 1902, proporcionou-lhe o título de sir.
Em 1912, introduziu ao mundo da literatura o célebre professor Challenger, de O mundo perdido, um conto sobre o renascimento da pré-história num lugar remoto da América do Sul.
Durante os últimos anos de sua vida aficcionou-se com paixão pelo espiritismo e por ciências ocultas, que lhe serviram de inspiração para as obras La Nueva Revelación (1918), The Wandering of a Spiritualist (1921) e History of Spiritualisme (1926).
Para uma compreensão mais clara da extraordinária personalidade de Conan Doyle, é preciso que se dê importância a sua paixão pelo método de detecção que o levou a preocupar-se com a vida tanto quanto com a morte. Ao interessar-se pela medicina (a oftalmologia, em particular) e posteriormente pelo mundo invisível e sua documentação, tentou eliminar todo o supérfluo de dentro de si, com a finalidade única de alcançar a essência, num ritmo de vida que hoje seria muito natural, mas que era considerado frenético pelas pessoas de sua época. Em todos os seus escritos, percebe-se o compromisso de refinar o método adotado por ele para detectar, definir, determinar e solucionar o mistério da vida e da morte. Seu interesse sincero por todos os povos e todas as coisas o tornou um cientista cuja ciência era a vida, e definiu seu exercício como o conhecimento e a experiência especiais capazes de transformá-la na magia da arte. Seu maior desejo era dividir seus dons com as pessoas, fossem quem fossem, ainda que isso lhe saísse caro.
Quando sir Arthur falava em “terror”, tinha uma explicação muito pessoal. Ele acreditava que o cérebro humano se compunha de camadas sucessivas capazes de serem investigadas, sob determinadas circunstâncias, por aqueles que tivessem o poder de vislumbrar o invisível ou o sobrenatural. Para ele, o cérebro era uma casa com muitos quartos, alguns cheios de luz, outros escuros. Sua nora, Nina C. D. Harwood, traduziu em palavras mais acessíveis suas idéias sobre o terror: “A pessoa que não vê além do que lhe mostram os olhos é envolvida pelo olhar do sobrenatural, a quem nada escapa, e disso resulta a marca indelével do terror numa camada até então adormecida do seu cérebro.”
Nenhuma curiosidade, nenhum detalhe da vida ou de seus legados, por mais diminuto que fosse, deixava de merecer a atenção de Conan Doyle ou escapava de sua visão cósmica.
Debilitado por um ataque cardíaco, sir Arthur Conan Doyle morreu em 7 de julho de 1930, em Cowborough, condado de Sussex.