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— Ele... ele não foi preso junto com o coronel?

— É claro que não, capitão. O mulá Hussein Kowissi, indicou o major Changiz para ser o comandante temporário da base, dependendo de confirmação de Teerã. — Ele mexeu com segurança nos canais, ligando o rádio na freqüência da base. — Alô, base, aqui é Wazari na S-G. Precisamos da autorização de Esvandiary, da IranOil, para os vôos de amanhã?

— Negativo — ouviu-se pelo alto-falante, de alguém com um sotaque americano. — Está tudo bem por aí?

— Sim. A decolagem foi realizada sem incidentes. Eu estou com o capitão Ayre agora. — O sargento examinou o céu enquanto falava.

— Ótimo. Capitão Ayre, aqui é o controlador-chefe de tráfego. Qualquer vôo autorizado pelo major Changiz está automaticamente aprovado pela IranOil.

— Eu poderia ter isso por escrito, por favor?

— O sargento terá isso para você, com cópia, às oito horas da manhã, certo?

— Obrigado.

— Obrigado, base — disse Wazari, começando a desligar, então seus olhos se fixaram em alguma coisa. — Espere, base, temos um pássaro se aproximando. Helicóptero, 270 graus...

— Onde? Onde... Estou vendo! Como foi que ele passou pelo radar? Vocês estão com o radar ligado?

— Negativo. — O sargento ajeitou o binóculo. — Bell 212, registro... Não consigo ver, ele está de frente para nós. — Ligou o UHF. — Aqui é o controle militar de Kowiss! Helicóptero se aproximando, qual é o seu registro, qual é o seu destino e qual foi o seu ponto de embarque?

Silêncio, exceto pelo ruído de estática. A mesma coisa foi repetida pela base. Nenhuma resposta.

— Aquele filho da puta está em apuros — resmungou Wazari. Mais uma vez ele ajeitou o binóculo.

Ayre estava com um outro binóculo e seu coração disparara. Quando o helicóptero começou as manobras de pouso, ele leu o registro:

— EP-HBX.

— Eco Peter Hotel Boston Xadrez! — disse o sargento, ao mesmo tempo.

— HBX — confirmou a base. Mais uma vez eles tentaram contato pelo rádio. Nenhuma resposta.

— Ele está dentro dos padrões regulares de pouso. Ele é daqui? Capitão Ayre, ele é um dos seus?

— Não, senhor, não é um dos meus, não está baseado aqui — acrescentou cautelosamente Ayre. — Mas HBX pode ser um registro da S-G.

— Baseado aonde?

— Não sei.

— Sargento, assim que esse sujeito pousar, prenda-o e a todos os passageiros, mande-os para o QG sob escolta, depois faça-me um relatório rápido dizendo quem, por quê e de onde.

— Sim, senhor.

Pensativamente, Wazari escolheu um lápis vermelho e traçou na tela do radar a mesma linha que Ayre tinha desenhado e apagado. Ficou olhando para ela por um momento, sabendo que Ayre o observava atentamente. Mas não disse nada, apenas tornou a limpar a tela e voltou a atenção para o 212.

Em silêncio, os dois homens na torre viram o aparelho fazer uma volta normal e depois frear corretamente e se dirigir para eles. Mas o helicóptero não fez nenhuma tentativa de pousar, apenas permaneceu na altitude correta e fez uma volta bem menor, balançando-se para os dois lados.

— O rádio não está funcionando. Ele quer uma permissão — disse Ayre, e estendeu a mão para as luzes de sinalização. — Certo?

— Claro, pode dar permissão, mas ele ainda está encrencado.

Ayre verificou se as luzes estavam ligadas no verde, permissão para pousar. Dirigiu-as para o helicóptero e acendeu-as. O helicóptero fez um sinal, balançando para os dois lados e começou a se aproximar. Wazari apanhou a carabina e saiu. Mais uma vez Ayre ajustou o binóculo, mas não conseguiu reconhecer o piloto nem o homem que estava ao lado dele, os dois com roupas de inverno e óculos de vôo. Então desceu correndo as escadas.

Outros funcionários da S-G, pilotos e mecânicos, tinham-se juntado para ver. Do lado da base, um carro se aproximava velozmente pela estrada. Manuela estava parada na porta do bangalô. As pistas de aterrissagem ficavam em frente ao prédio de escritórios. Agachados, sob um abrigo, estavam os quatro Faixas Verdes que tinham ficado para trás, com Wazari entre eles. Ayre notou que um deles era muito jovem, quase um adolescente, se atrapalhando com a metralhadora. No seu nervosismo, o rapaz deixou-a cair no chão, com o cano apontando diretamente para Ayre. Mas ela não disparou. Enquanto olhava, o garoto apanhou-a pelo cabo, bateu com a coronha no chão para tirar a neve, e retirou descuidadamente um pouco mais de neve do gatilho. Havia algumas granadas penduradas no seu cinto — pelos pinos. Apressadamente, Ayre foi para perto dos mecânicos, protegendo-se.

— Maldito garoto! — disse um deles, nervosamente. — Ele vai mandar a ele mesmo para o inferno e nós vamos junto. O senhor está bem, capitão? Nós ouvimos 'Pé-quente' gritando como um louco.

— É, foi mesmo. HBX, de onde é ele, Benson?

— De Bandar Delam — respondeu Benson. Era um inglês gorducho, de cara vermelha. — Aposto que é Duke.

Quando o 212 baixou os deslizadores e cortou os motores, Wazari liderou a correria, com alguns dos guardas gritando "Allah-u Akbarrr!" Cercaram o aparelho, com as armas apontadas.

— Malditos imbecis! — disse nervosamente Ayre. — Parecem personagens de comédia-pastelão.

Ainda não conseguia ver o piloto claramente, então se aproximou, rezando para ser Starke. As portas da cabine se abriram. Homens armados pularam lá de dentro, indiferentes aos rotores que ainda estavam girando, gritando saudações, dizendo aos outros para abaixarem as armas. No meio do pandemônio, alguém deu uma rajada de boas-vindas para o ar. Momentaneamente, todo mundo começou a se espalhar, depois, com mais gritos, se agruparam em frente às portas quando o carro chegou e mais homens correram para se juntar aos outros. Várias mãos ajudaram a retirar um mulá. Ele estava gravemente ferido. Depois saiu uma maca. Depois mais feridos e Ayre viu Wazari correndo em sua direção.

— Vocês têm algum médico aqui? — perguntou com urgência na voz.

— Sim. — Ayre virou-se e pôs as mãos em volta da boca. — Benson, vá buscar o doutor e o assistente bem depressa. — Depois disse para o sargento, que voltava junto com ele para perto do helicóptero: — Que diabo está acontecendo?

— Eles estão vindo de Bandar Delam. Houve uma contra-revolução lá, os malditos fedayins...

Ayre viu a porta do piloto se abrir e Starke sair, e não ouviu o resto do que Wazari disse, correndo para a frente.

— Alô, Duke, meu velho. — Deliberadamente, manteve o rosto impassível e a voz normal, embora estivesse tão feliz por dentro que sentiu que podia explodir. — Por onde andou?

— Pescando, meu velho — disse Starke sorrindo, acostumado com a reserva britânica. — De repente, Manuela apareceu correndo no meio da multidão e caiu nos braços dele. Ele a levantou com facilidade e girou com ela.

— Ora, querida — disse com uma voz arrastada —, estou vendo que você gosta de mim, afinal.

Ela estava rindo e chorando ao mesmo tempo e ficou abraçada nele.

— Oh, Conroe, quando eu vi você tive vontade de morrer...

— Nós quase morremos mesmo, querida — disse involuntariamente, mas ela não ouviu e ele a abraçou mais uma vez e colocou-a no chão. — Fique aqui um instante enquanto eu ajeito as coisas. Venha, Freddy.

Ele foi na frente, no meio da confusão. O mulá ferido estava no chão, encostado num dos deslizadores, inconsciente. O homem da maca já estava morto.

— Ponham o mulá na maca — Starke ordenou em farsi. Os Faixas Verdes que ele trouxera no helicóptero obedeceram imediatamente. Wazari, o único de uniforme ali, e os outros homens da base estavam estarrecidos. Nenhum deles se dera conta da presença de Zataki, o líder revolucionário sunita que comandara a resistência em Bandar Delam e que agora estava encostado no helicóptero, observando tudo cautelosamente, disfarçado pela jaqueta de vôo da S-G.