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— Kuwait?

— Sim, mas não ficaremos lá. Iremos para Londres. — Mais uma vez ela mostrou tristeza. — Não quero deixar a nossa casa e os nossos amigos e... eu não...

Atrás dela, Lochart viu a porta da casa se abrir. Valik e Seladi saíram acompanhados por Ali. Ele notou que os três homens estavam usando armas agora. Devia haver um esconderijo de armas aqui, pensou distraidamente enquanto Ali batia continência e corria pelo caminho em direção ao lago. Radiantes, as duas crianças vieram correndo de trás do barracão e se jogaram nos braços de Valik. Ele girou a garotinha no ar e colocou-a no chão.

— Sim, Annoush? — perguntou à esposa.

— Você queria que eu e as crianças estivéssemos aqui exatamente nesta hora.

— Sim. Por favor arrume Setarem e Jalal. Partiremos em breve. — Imediatamente, as crianças saíram correndo para dentro da casa. — Capitão, o helicóptero está pronto?

— Sim, está.

— Por favor, apronte-se, querida.

— Eu só preciso apanhar o meu casaco. Estou pronta para partir. — Ela sorriu e não se moveu. O resto dos oficiais vinha se aproximando. Vários car regavam rifles automáticos.

Lochart tirou da cabeça Xarazade e o dia santo e mais quatro dias e que brou o silêncio.

— Qual é o plano?

— Bagdá. Nós partiremos em poucos minutos — respondeu Valik

— Pensei que fôssemos para o Kuwait — disse Annoush.

— Decidimos ir para Bagdá. O general Seladi acha que será mais seguro do que se dirigir para o sul. — Valik não parava de observar Lochart. — Quero estar no ar dentro de dez minutos.

— Eu o aconselharia a esperar até duas ou três horas da manhã e..

— Nós poderíamos ficar presos aqui. — Seladi interrompeu friamertte. — Soldados poderiam preparar-nos uma emboscada. Há uma base aérea aqui perto, eles poderiam mandar uma patrulha. Você não entende de assuntos militares. Vamos partir imediatamente para Bagdá.

O Kuwait é melhor e mais seguro, mas em ambos os lugares o helicóptero será apreendido sem uma certidão iraniana. — disse Lochart.

— Talvez sim, talvez não — respondeu Valik, calmamente. — Baksheesh e algumas ligações farão muita diferença. — Você, intruso na minha família, pensou satisfeito, você e mais a oferta do 212 serão um presente que satisfará até os iraquianos, pois nós certamente concordamos que você o pilotou ilegalmente. Até mesmo o certificado que você conseguiu em Teerã foi ilegal. Os iraquianos vão compreender e não nos molestarão. A maioria deles odeia e teme Khomeini e a sua versão do Islã. Com você, o 212 e um pouco mais por fora, por que eles me criariam problemas?

Percebeu que Lochart o observava.

— Sim?

— Eu acho Bagdá uma má escolha.

— Vamos partir agora. — Disse o general Seladi, com rispidez. Lochart enrubesceu com a grosseria. Alguns dos outros homens se mexeram nervosamente.

— Não há dúvida que o senhor vai partir quando o aparelho estiver pronto e o piloto também. O senhor já voou por estas montanhas?

— Não... não, nunca, mas o 212 tem teto e é para Bagdá que nós vamos. Agora!

— Então eu lhe desejo sorte. Eu ainda aconselho o Kuwait e que partam mais tarde, mas o senhor faça como quiser, porque não vou levá-los.

Houve um silêncio ainda mais longo. Seladi ficou vermelho.

— Você vai se preparar para partir, agora.

— No caminho para Isfahan — Lochart disse a Valik —, eu lhe informei que não faria a última parte da viagem. Não vou levá-los para fora do país. Ali pode fazer isso, ele é perfeitamente qualificado.

— Mas agora você está sendo tão procurado quanto nós — disse Valik, estarrecido com a estupidez dele. — É claro que você vai pilotar na última parte da viagem.

— Não, não vou. Vou sair daqui a pé. É claro que vocês não podem perder tempo deixando-me em algum lugar. Ali pode levá-los, ele esteve baseado nesta região e conhece o radar. Deixe-me apenas um rifle e eu vou para Bandar Delam. Certo?

Os outros olharam de Lochart para Seladi e Valik. Esperando.

Valik refletiu sobre este novo problema. Seladi também. Os dois homens chegaram à mesma conclusão: Insha'Allah\ Lochart escolhera ficar e portanto escolhera as conseqüências.

— Muito bem — disse calmamente Valik. — Ali vai nos levar. — Ele sorriu e então, porque respeitava Lochart como piloto, acrescentou rapidamente: — Como somos um povo muito democrático, eu sugiro que votemos: Iraque ou Kuwait?

— Kuwait — disse imediatamente Annoush, e os outros fizeram coro com ela antes que Seladi pudesse interromper.

Ótimo, Valik pensou, eu me deixei convencer porque Seladi afirmou conhecer o chefe de polícia de Bagdá e disse que uma permissão de trânsito para mim e minha família e para ele não custaria mais de vinte mil dólares em moeda americana, o que seria muito mais barato do que no Kuwait. Quanto os outros terão que pagar é problema deles: espero que tenham dinheiro com eles ou uma maneira de arranjá-lo rapidamente.

— O senhor concorda, é claro, meu tio Excelência? Kuwait. Obrigado, capitão. Talvez o senhor possa comunicar a Ali que ele vai pilotar. Ele está lá embaixo no lago.

— Claro. Vou apanhar as minhas coisas. O senhor vai me deixar um rifle?

— É claro.

Lochart entrou no barracão.

— Tirem o helicóptero para podermos partir — disse Seladi. Eles foram cumprir as ordens. Lochart saiu, colocou sua mochila de vôo e sua mala ao lado da porta e foi andando em direção ao lago. Seladi ficou observando-o, depois caminhou impaciente em direção ao 212.

— Sim, Annoush? — perguntou Valik, ao perceber que sua mulher o observava.

— O que está planejado para o capitão Lochart? — Ela perguntou baixinho embora ninguém pudesse ouvi-los.

— Ele... você ouviu o que ele disse. Ele se recusa a nos levar e quer ficar. Ele vai sair daqui a pé.

— Eu sei como a sua cabeça trabalha, querido. Você vai mandar matá-lo? — Havia um sorriso gentil no seu rosto. — Assassiná-lo?

— Assassinato não seria a palavra correta. — Ele sorriu. — Tenho certeza que você concorda que Lochart representa um grande perigo agora. Eles nos conhece, sabe os nossos nomes. As nossas famílias vão sofrer quando ele for preso, torturado e condenado. É a Vontade de Deus. Ele fez a escolha. Seladi queria que isto fosse feito de qualquer maneira. Uma decisão militar. Eu disse que não, que ele nos levaria adiante.

— Para ser sacrificado no Kuwait, ou em Bagdá?

— Seladi deu as ordens para Ali, não eu. Lochart está marcado, pobre homem. É trágico mas necessário. Você concorda, não?

— Não, meu querido, sinto muito mas não concordo... Então, se ele for ferido, se tocarem nele aqui, muita gente vai se arrepender. — O sorriso de Annoush não mudou. — Você também, meu querido.

O rosto dele ficou vermelho. Os homens já tinham puxado o 212 para fora e agora o empurravam. Ele baixou a voz.

— Você não ouviu, Annoush querida, ele é uma ameaça! Ele não é um de nós, Jared mal o tolera e eu juro que ele é um grande perigo para nós, para aqueles que ficaram para trás. Tanto para a sua família quanto para a minha,

— Você não ouviu o que eu disse, marido? Eu juro que conheço muito bem os perigos, mas se ele for morto aqui, assassinado, você também será morto.

— Não seja ridícula!

— Um dia você vai dormir e não vai acordar. Será a Vontade de Deus. — Seu sorriso não mudou e nem a douçura da sua voz.

Valik hesitou, depois fechou a cara e se dirigiu apressadamente para o lago. As crianças vieram correndo da casa e ela disse gentilmente: