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— Se Johnny não os apressar, três quartos de hora, fácil.

— Não é muito para se fazer um plano. — disse Gavallan. Ele tornou a olhar para o mapa. — Mas nenhum tempo seria suficiente para isso. Há alguma plataforma perto desse lugar que esteja vazia, ainda fechada?

— Dezenas. Existem dezenas que ainda estão do mesmo jeito que os grevistas as deixaram há meses atrás. Portas soldadas, loucura, não? Por quê?

— Scrag disse que uma delas poderia ser o lugar ideal para guardar combustível e reabastecer.

Starke franziu a testa.

— Não na nossa área, Andy. Ele tem algumas plataformas grandes, as nossas são todas muito pequenas. Não temos nenhuma que pudesse agüentar mais de um helicóptero de cada vez, e nós não iríamos querer ficar esperando a vez. O que foi que o velho Scrag disse? Gavallan contou a ele.

— Você acha que ele vai ver Rudi?

— Ele disse que iria nos próximos dias. Agora, eu não posso mais esperar. Você poderia arranjar uma desculpa para ir até Bandar Delam?

Os olhos de Starke estreitaram-se.

— Claro. Talvez pudéssemos enviar dois dos nossos aparelhos para lá e dizer que os estamos redistribuindo, melhor ainda, dizer ao 'Pé-quente' que os estamos emprestando por uma semana. Ainda podemos conseguir algumas autorizações ocasionais, desde que aquele filho da puta esteja fora do caminho.

Gavallan tomou um gole da cerveja, fazendo-a durar.

— Nós não podemos mais operar no Irã. O pobre velho Jordon não podia ter morrido e eu estou tremendamente arrependido de não ter ordenado uma evacuação há semanas. Terrivelmente arrependido.

— Você não tem culpa dele ter morrido, Andy.

— De uma certa forma, tenho. De qualquer modo, nós temos que dar o fora. Com ou sem os aparelhos. Temos que tentar salvar o que pudermos, sem arriscar a vida do pessoal.

— Qualquer retirada será tremendamente arriscada, Andy — A voz de Starke era gentil.

— Eu sei. Gostaria que você perguntasse aos seus rapazes se eles tomariam parte na operação Turbilhão'.

— Não há nenhuma maneira de retirarmos todos os helicópteros, nenhuma.

— Eu sei, por isso eu proponho que nos concentremos apenas nos 212. — Gavallan viu Starke olhá-lo com mais interesse. — Mac concordou. Você poderia retirar três?

Starke pensou por um momento.

— Dois é o máximo que eu posso conseguir. Nós precisaríamos de dois pilotos, digamos com um mecânico por helicóptero para emergências e alguma ajuda extra para lidar com os tambores de reserva ou reabastecimento durante o vôo. Isso seria o mínimo. Seria arriscado, mas se tivermos sorte... — Ele assoviou desafinadamente. — Talvez pudéssemos mandar o outro 212 para o Rudi em Bandar Delam. Claro, por que não? Eu diria ao 'Pé-quente' que ele foi emprestado por dez dias. Você poderia me enviar um telex solicitando a transferência. Mas que diabo, Andy, ainda assim nós precisaríamos de três pilotos aqui e...

O telefone interno tocou.

— Droga — disse irritado, levantando-se para atender. — Estou tão acostumado com os telefones mudos que cada vez que um toca eu levo um susto. Alô, aqui é Starke. Sim?

Gavallan observou Starke, alto, magro e muito forte. Eu gostaria de ser assim tão forte, pensou.

— Ah, obrigado — Starke estava dizendo. — Sim, claro, obrigado, sargento. Quem?... Claro, ponha-o na linha. — Gavallan notou a mudança na voz dele e prestou mais atenção. — Esta noite... Não, não podemos, agora não... NÃO! Não podemos! Agora não, estamos ocupados. — Desligou o telefone e resmungou um "filho da puta". — 'Pé-quente' queria falar conosco. "Quero vocês dois no meu escritório imediatamente!" Veado! — Tomou um gole de cerveja e se sentiu melhor. — Era também Wazari lá da torre comunicando que o último dos nossos aparelhos acabou de pousar.

— Quem?

— Pop Kelly, ele está trabalhando na plataforma Destroços, transportando alguns operários de uma plataforma para outra. Eles estão com falta de pessoal, exceto os komitehs que estão mais preocupados com encontros para rezar e com tribunais ilegais do que com a extração de petróleo. — Ele estremeceu. — Vou-lhe dizer uma coisa, Andy, os komitehs são patrocinados pelo demônio. — Gavallan notou o termo mas não disse nada e Starke prosseguiu. — Eles são o inferno.

— Sim. Azadeh quase foi assassinada — apedrejada.

— O quê?

Gavallan contou-lhe sobre a aldeia e a fuga dela de lá.

— Nós ainda não sabemos onde está o velho Erikki. Eu a vi antes de partir e ela estava... apalermada é a palavra certa, ainda não tinha se recuperado do choque.

O rosto de Starke ficou ainda mais severo. Com esforço, ele abafou a raiva.

— Digamos que possamos retirar os 212, e os rapazes? Nós ainda temos três pilotos e talvez dez mecânicos para retirar antes da fuga, o que faremos com eles? E as peças? Nós estaríamos deixando para trás três 206 e o Alouette... e quanto aos nossos pertences, nossas contas bancárias, apartamentos em Teerã, fotografias e as coisas das crianças. Droga, não apenas nossos mas de todos os outros caras, daqueles que retiramos durante o êxodo? Se dermos o fora, tudo estará perdido, tudo.

— A companhia reembolsará todo mundo. Eu não posso devolver os objetos, mas nós pagaremos pelas contas bancárias e cobriremos o resto. As contas, na maioria, são pequenas, uma vez que vocês guardam os seus fundos na Inglaterra e os vão retirando na medida em que precisam. Nos últimos meses, com certeza desde que os bancos entraram em greve, nós temos depositado todos os salários em Aberdeen. Nós os indenizaremos pela mobília e artigos pessoais. Eu acho que não poderíamos mesmo retirar quase nada. Os portos ainda estão fechados, as transportadoras são praticamente inexistentes, as estradas de ferro não estão funcionando, o transporte aéreo praticamente não existe. Todo mundo será indenizado.

Starke balançou lentamente a cabeça. Ele terminou a cerveja até a última gota.

— Mesmo que consigamos retirar os 212, você vai ter um tremendo prejuízo.

Gavallan disse pacientemente.

— Não. Calcule você mesmo. Cada 212 vale um milhão de dólares, cada 206 150 mil, um Alouette 500 mil. Nós temos doze 212 no Irã. Se conseguíssemos retirá-los, ficaríamos em boa situação, ainda continuaríamos no negócio, e eu poderia absorver as perdas do Irã. Por pouco. Os negócios estão crescendo e doze 212 nos manteriam trabalhando. Quaisquer peças que conseguíssemos retirar seriam um bônus extra. Poderíamos também nos concentrar apenas nas peças dos 212. Com os 212, nós podemos continuar operando.

Ele tentou manter a confiança, mas ela estava diminuindo. Tantos obstáculos para vencer, tantas montanhas para escalar, precipícios para atravessar. Sim, mas não se esqueça de que uma viagem de dez mil léguas começa com o primeiro passo. Seja um pouquinho chinês, disse a si mesmo. Lembre-se da sua infância em Xangai e da velha babá Ah Soong e do que ela lhe contou a respeito do destino: em parte sorte, em parte carma: "O que está escrito está escrito, jovem senhor, seja bom ou ruim. Às vezes se pode rezar por um destino bom e consegui-lo, às vezes não. Mas ayeeyah, não confie demais nos deuses — os deuses são como as pessoas. Eles dormem, vão almoçar, ficam bêbados, esquecem os seus deveres, mentem, prometem e tornam a mentir. Reze o quanto quiser, mas não se fie nos deuses — só em você e na sua família e mesmo com eles, fie-se em si mesmo. Lembre-se de que os deuses não gostam das pessoas, jovem senhor, porque as pessoas os fazem lembrar deles mesmos..."

— É claro que vamos conseguir retirar os rapazes, todos eles. Nesse meio tempo, você poderia pedir voluntários para pilotar os nossos dois aparelhos, se, se eu apertar o botão da operação 'Turbilhão'?

Starke tornou o olhar para o mapa. Então ele disse:

— Claro. Serei eu e Freddy ou Pop Kelly. O outro pode levar o 212 para Rudi e se juntar a ele na sua operação, eles não têm que percorrer uma distância tão grande. — E deu um sorriso amargo. — Certo?