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— A carga de explosivos junta as duas meias taças — Jesper explicara antes. — Isso força o selo de borracha de encontro ao revestimento de metal e ele está tampado, o selo dura uns dois anos. Quando você quiser abri-lo, nós voltamos e, com uma ferramenta especial, retiramos a tampa e ele fica novo. Talvez.

Ele enxugou o rosto com a manga.

— Vamos dar o fora, Tom! — Voltou para a cabine, desligou o interruptor elétrico principal, enfiou todas as folhas de computador numa pasta, fechou e trancou a porta.

— E quanto a todo o equipamento?

— Fica. A cabine é boa. Vamos subir a bordo, eu estou gelado. — Jesper dirigiu-se para o 206 que estava parado na pista. — Assim que eu voltar para Shiraz, irei à IranOil e tentarei que eles nos dêem permissão para voltar e apanhar a cabine, junto com as outras. Onze cabines são um investimento grande demais para deixar para trás, sem uso. Dependendo do tempo, elas duram um ano, trancadas. Elas são projetadas para agüentar um bocado de mau tempo, embora não um ataque. — Ele fez um gesto em direção aos destroços em volta deles. — Que coisa estúpida!

— Sim.

— Estúpida! Tom, você deveria ter visto os executivos da IranOil quando eu lhes contei que vocês tinham sido expulsos e que o sr. Será ia fechar o campo.

— Jesper sorriu, louro, de olhos azuis. — Eles berraram como porcos no matadouro e juraram que não havia nenhuma ordem dos komitehs para interromper a produção.

— Eu ainda não sei por que eles não voltaram com você para dominar estes filhos da mãe daqui.

— Eu os convidei e eles disseram que viriam na próxima semana. Isso aqui é o Irã, eles não virão nunca. — Ele tornou a olhar para o campo. — Só este poço produz 16 mil barris por dia. — Ele se sentou no assento da esquerda ao lado de Tom. Seu assistente, um bretão taciturno, entrou atrás e fechou a porta. Lochart ligou o motor, com o aquecimento no máximo.

— Agora, plataforma Maria, certo? Jesper pensou um momento.

— É melhor deixá-la para o fim. A plataforma Rosa é mais importante.

— E abafou outro bocejo. — Temos dois poços em funcionamento para tampar lá e o que está ainda sendo perfurado. Os pobres desgraçados não tiveram tempo de retirar cerca de sete mil pés de canos, então vamos ter que tampá-lo com tudo lá dentro. Um desperdício danado. — Ele fechou o cinto de segurança e se encolheu mais para perto da saída de ar quente.

— O que acontece depois?

— Rotina. — O rapaz riu. — Quando você quiser reabrir, nós tiramos a tampa e depois começamos a pescar o cano, peça por peça. Lento, cansativo e caro. — Mais um enorme bocejo. Ele fechou os olhos e adormeceu instantaneamente.

Mimmo Sera estava esperando o 206 na plataforma Rosa. Havia também um 212 na pista, com o motor trabalhando, Jean-Luc nos controles, homens carregando a bagagem e subindo a bordo.

— Buon giorno, Tom.

— Oi, Mimmo. Como está indo? — Lochart acenou para Jean-Luc.

— Estes são os meus últimos homens, exceto por um operário que vai ajudar Jesper. — Mimmo Será estava exausto. — Não houve tempo de recolher o cano do Três.

— Não há problema, vamos tampá-lo como está.

— Si. — Um sorriso cansado. — Pense em todo o dinheiro que você vai ganhar retirando-o.

— Dois mil e seiscentos metros a... talvez nós façamos um preço especial para você — riu Jesper

Bem-humoradamente, o outro fez um gesto expressivo, bem italiano.

— Vou deixar vocês dois trabalhando. A que horas você quer que eu venha buscá-lo? — perguntou Lochart.

Jesper olhou o relógio. Era quase meio-dia.

— Venha às quatro e meia. Certo?

— Quatro e meia em ponto. O pôr-do-sol é às 6:37h. — Lochart foi até o 212.

Jean-Luc estava inteiramente agasalhado contra o frio, mas mesmo assim conseguia ser elegante.

— Vou levar este lote diretamente para Shiraz. São os últimos, exceto por Mimmo e a sua tripulação.

— Ótimo. Como estão as coisas lá embaixo?

— Um caos. — Jean-Luc praguejou com vontade. — E sinto cheiro de desgraça, mais desgraça.

— Você está sempre esperando alguma desgraça. A não ser quando está na cama. Não se preocupe, Jean-Luc.

— É claro que estou preocupado. — Jean-Luc observou por um momento o aparelho sendo carregado; estava quase terminado agora, malas, mochilas, dois cachorros, dois gatos, e uma carga completa de homens esperando impacientemente. Depois tornou a virar-se, baixou a voz e disse com seriedade: — Tom, quanto antes estivermos fora do Irã, melhor.

— Não. Zagros é um caso isolado. Eu ainda tenho esperança de que o Irã volte a funcionar. — O HBC apareceu diante dos olhos de Lochart, depois Xarazade e 'Turbilhão'. Ele não tinha contado a ninguém a respeito da operação 'Turbilhão' nem a sua conversa com Starke:

— Vou deixar isto para você, Duke — tinha dito antes de partir. — Você pode apresentar o caso melhor do que eu. Eu sou totalmente contra.

— Claro. É um direito seu. Mac aprovou a sua viagem para Teerã na segunda-feira.

— Obrigado. Ele já esteve com Xarazade?

— Não, Tom, ainda não.

Onde ela se meteu? pensou, sentindo outro aperto no peito.

— Vejo você na base, Jean-Luc. Faça uma boa viagem.

— Certifique-se de que Scot e Rodrigues estejam prontos quando eu voltar. Terei que fazer uma parada rápida se quiser chegar em Al Shargaz hoje à noite. — Bateu a porta da cabine, olhou em volta e obteve autorização para subir, depois agradeceu, e voltou-se. — Vou subir. Certifique-se de que Scot suba a bordo discretamente, hein? Eu não quero ser atacado lá em cima. Eu ainda acho que Scot era o alvo deles, ninguém mais.

Lochart balançou a cabeça e foi para o 206.

Ele voltava de Kowiss, na véspera, quando a desgraça aconteceu. Jean-Luc tinha acabado de acordar na hora e, por acaso, estava olhando pela janela.

— Os dois, Scot e Jordon, estavam muito perto um do outro, transportando peças, carregando o HIW — ele tinha contado a Lochart assim que este pousou. — Eu não vi os primeiros tiros, apenas ouvi, mas vi Jordon cambalear e gritar, atingido na cabeça, e Scot olhar na direção das árvores atrás do hangar. Depois Scot se curvou para ajudar Jordon. Eu já vi muitos homens atingidos por balas para saber que o pobre Effer estava morto antes mesmo de tocar o chão. Então houve mais tiros, três ou quatro, mas não era uma metralhadora, parecia mais um M16 automático. Desta vez Scot levou um tiro no ombro e caiu na neve ao lado de Jordon, meio encoberto por ele. Jordon estava entre ele e as árvores. Então as balas continuaram a chover... sobre Scot, Tom, eu tenho certeza.

— Como você pode ter certeza, Jean-Luc?

— Eu tenho certeza. Effer estava diretamente na linha de fogo, diretamente, e levou todos os tiros. Os atacantes não estavam atirando na base, só em Scot. Eu agarrei a minha pistola Very e saí, não vi ninguém, mas atirei na direção das árvores. Quando cheguei onde estava Scot, ele estava histérico e Jordon todo arrebentado, tinha levado uns oito tiros. Nós levamos Scot para a enfermaria. Ele está bem, Tom, foi uma ferida no ombro, eu o vi ser tratado, a ferida está limpa e a bala atravessou a carne.

Lochart tinha ido imediatamente ver Scot no trailer que eles chamavam de enfermaria. Kevin O'Sweeney, o médico, disse:

— Ele está bem, capitão.

— Sim — repetiu Scot, com o rosto branco e ainda em estado de choque. — Estou bem sim, Tom.

— Deixe-me falar com Scot por um momento, Kevin. — Quando estavam a sós, ele disse baixinho: — O que houve enquanto eu estive fora, Scot, você esteve com Nitchak Khan? Com alguém da aldeia?

— Não, com ninguém.

— E você não contou a ninguém o que aconteceu na praça?

— Não, não, de jeito nenhum. Por quê, o que está havendo, Tom?

— Jean-Luc acha que você era o alvo, não Jordon nem a base, só você.

— Oh, Cristo! O velho Jeffer morreu por minha causa?