Выбрать главу

— Nitchak Khan conhece os arredores — disse com tranqüilidade, sem querer amedrontar Rod, já havia medo demais na base. — Ele vai nos proteger, Rod, caso eles estejam lá. O motor de reserva já está embalado?

— Hum? Claro, Tom, claro, está embalado.

— Você se encarrega de colocá-lo no helicóptero. Vejo você mais tarde Não se preocupe.

Durante um longo tempo, Lochart ficou olhando para a parede. Quando chegou a hora de voltar para a plataforma Rosa, Lochart foi procurar Nitchak Khan.

— Você não vai querer ver se a plataforma Rosa foi fechada direito, calênder? Ela fica na sua terra — disse e embora o velho estivesse relutante, ele conseguiu persuadi-lo com lisonjas a acompanhá-lo. Com o khan a bordo, Lochart sabia que estaria seguro por enquanto.

Até agora tudo bem, pensou. Eu vou ter que ser o último a partir. Até estarmos bem longe, Scot e eu, eu vou ter que ser muito esperto. Há muito a perder agora: Scot, os rapazes, Xarazade, tudo.

NA PLATAFORMA ROSA: 17H. Jesper guiava o caminhão velozmente pelo caminho entre os pinheiros que levava ao último poço a ser tampado. Ao lado dele estava Mimmo Será. O operário e o seu assistente estavam atrás, e ele cantava baixinho, mais para se manter acordado. O platô era largo, havia quase um quilômetro entre cada poço, a paisagem era bonita e selvagem.

— Estamos atrasados — disse Mimmo, cansado, olhando para o sol que baixava no horizonte. — Stronzo!

— Nós vamos conseguir — retrucou Jesper. No seu bolso estava a última das barras de chocolate energizantes. Os dois homens a repartiram. — Isto se parece um bocado com a Suécia — disse Jesper, derrapando numa curva, animando-se com a velocidade.

— Nunca estive na Suécia. Lá está ele — exclamou Mimmo. O poço estava numa clareira, já em funcionamento e produzindo cerca de 12 mil barris por dia, todo o campo era imensamente rico. Sobre o poço havia uma coluna gigantesca de válvulas e canos, chamada de árvore de Natal, que o ligava ao oleoduto principal. — Este foi o primeiro que perfuramos aqui — disse distraidamente. — Antes do seu tempo.

Quando Jesper desligou o motor, o silêncio foi estonteante, não havia necessidade de bombas para trazer o óleo para a superfície. A enorme pressão do gás, preso na camada de óleo a milhares de metros de profundidade, fazia isto para eles e continuaria fazendo por muitos anos.

— Nós não temos tempo para tampá-lo direito, sr. Será. A menos que o senhor queira prolongar a nossa permanência.

O homem sacudiu a cabeça e puxou o gorro para cima das orelhas.

— Por quanto tempo as válvulas agüentarão? Jesper deu de ombros.

— Deveriam agüentar indefinidamente, mas sem conservação nem inspeção periódicas? Não sei. Talvez indefinidamente, a menos que tenhamos um escapamento de gás, ou se uma das válvulas ou selos estiver com defeito.

— Stronzo!

— Stronzo — repetiu Jesper, depois fez um sinal para o seu assistente e para o operário e avançou. — Vamos apenas fechá-lo, sem tampar. — A neve afundava sob os pés deles. O vento agitava a copa das árvores e então eles ouviram o barulho do helicóptero voltando da base. — Vamos acabar logo com isso.

Eles estavam ocultos da pista e dos prédios principais da plataforma Rosa, que ficavam a um quilômetro de distância. Irritado, Mimmo acendeu um cigarro e se encostou no capô, observando os três homens trabalharem, lutandocom as válvulas, algumas emperradas, depois apanhando a enorme chave inglesa para soltá-las, depois a bala ricocheteou na árvore de Natal e o ruído que se seguiu ecoou pela floresta. Todos ficaram paralisados. E esperaram. Nada.

— Vocês viram de onde ela veio? — murmurou Jesper. Ninguém respondeu. Mais uma vez eles esperaram. Nada. — Vamos terminar — disse, e mais uma vez pôs o seu peso sobre a chave inglesa. Os outros se adiantaram para ajudar. Imediatamente houve outro tiro e a bala entrou no pára-brisa do caminhão, abriu um buraco na parede da cabine, arrebentou a tela do computador e outros instrumentos elétricos antes de sair pelo outro lado. Silêncio.

Não havia nenhum movimento em parte alguma. Apenas o vento e a neve caindo, agitada pelo vento. Barulho dos jatos do helicóptero na manobra de pouso.

Mimmo Sera gritou em farsi:

— Estamos apenas fechando o poço, Excelências, para ficar mais seguro. Nós vamos fechá-lo e depois partiremos. — Mais uma vez eles esperaram. Nenhuma resposta. Mais uma vez: — Nós só estamos deixando o poço seguro! Seguro para o Irã, não para nós! Para o Irã e o imã. É o petróleo de vocês e não nosso.

Mais uma vez esperaram e não se ouviu nenhum som além dos sons da floresta. Galhos quebrando. Ao longe, um animal gritou.

— Mamma mia — disse Mimmo Será, com a voz rouca de tanto gritar, depois se adiantou e apanhou a chave inglesa e a bala passou tão perto do seu rosto que ele sentiu a sua passagem. Ele levou um choque enorme. A chave inglesa escorregou-lhe das mãos. — Todo mundo para o caminhão. Vamos embora.

Ele recuou e entrou no banco da frente. Os outros o seguiram. Exceto Jesper. Ele foi buscar a chave inglesa e quando viu o estrago que a bala tinha feito na sua cabine, no seu equipamento, fechou a cara, sua raiva explodiu e ele sacudiu a chave inglesa na direção da floresta com um palavrão e ficou lá em pé um momento, com os pés ligeiramente afastados, sabendo que era um alvo fácil mas sem se importar.

— Fòrbannadesshitdjàvlar—murmurou Jesper, satisfeito em dizer o palavrão em sueco, depois subiu para o assento do motorista. O caminhão voltou por onde tinha vindo e quando já estava fora da vista, uma saraivada de balas dos dois lados da floresta atingiu a árvore de Natal, arrancando pedaços de metal, que se espalharam pela neve e pelo ar. Depois silêncio. Então alguém riu e gritou:

— Allahhhh-u Akbarrr...

O grito ecoou. Depois morreu.

EM ZAGROS TRÊS: 18:38H. O sol tocou o horizonte. As últimas peças e bagagens estavam sendo colocadas a bordo. Todos os quatro helicópteros estavam alinhados, dois 212, o 206 e o Alouette, e os pilotos estavam prontos. Jean-Luc andava de um lado para o outro, a partida tinha sido atrasada por Nitchak Khan que, mais cedo, ordenara arbitrariamente que todos os aparelhos partissem ao mesmo tempo, o que tornava impossível para Jean-Luc alcançar Al Shargaz, apenas Shiraz, onde teria que passar a noite, uma vez que os vôos noturnos eram proibidos no Irã.

— Explique outra vez a ele, Tom — disse Jean-Luc, furioso.

— Ele já disse a você que não, já me disse que não, então é não, e de qualquer maneira já está muito tarde. Está tudo pronto, Freddy?

— Sim — Ayre gritou irritado. — Estamos esperando há mais de uma hora!

Com uma expressão severa, Lochart dirigiu-se até onde estava Nitchak Khan, que percebera a raiva e a irritação dos estrangeiros e ficara secretamente encantado pelo transtorno que lhes causara. Ao lado de Nitchak Khan estava o Faixa Verde que Lochart presumia que fosse do komiteh e alguns aldeões. O resto tinha ido embora durante a tarde. Para a floresta, ele pensou, com a boca seca.

— Calênder, estamos quase prontos.

— Seja como Deus quiser. Lochart gritou:

— Freddy, última carga, agora. — Ele tirou o seu gorro e os outros fizeram o mesmo enquanto Ayre, Rodrigues e dois mecânicos traziam o caixão que estava no hangar e o levavam cuidadosamente até o 212 de Jean-Luc. Depois de terminado, Lochart se aproximou. — Pessoal de Shiraz a bordo. — Ele apertou a mão de Mimmo Será, de Jesper, do operário e do assistente de Jesper à medida que eles foram subindo a bordo, ajeitando-se no meio da bagagem, das peças e do caixão. Inquietos, Mimmo Será e o seu operário italiano se benzeram, depois colocaram os cintos.

Jean-Luc subiu para o lugar do piloto com Rodrigues ao seu lado. Lochart virou-se para o resto dos homens.