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O tráfego estava engarrafado para os dois lados. Não havia mais nada a fazer a não ser esperar. Depois de meia hora a ambulância chegou, junto com alguns Faixas Verdes e um mulá que começaram a dirigir o tráfego. Depois de algum tempo, McIver recebeu ordem de avançar. Ao passar pelos destroços, com todo o tráfego enlouquecido, ele não reparou no corpo decapitado de Talbot, meio enterrado sob os destroços do restaurante, nem reconheceu Ross vestido em roupas civis, inconsciente ali ao lado, imprensado contra a parede, com o casaco rasgado, e sangue saindo do nariz e dos ouvidos.

NO SAGUÃO DO AEROPORTO DE AL SHARGAZ — DO OUTRO LADO DO GOLFO: 14:05H. Scot Gavallan estava no meio da multidão que esperava ao lado de fora da área de alfândega e imigração, com o braço direito na tipóia. Pelo alto-falante, vinham os avisos de partidas e chegadas de aviões, em árabe e inglês, e o grande balcão de embarque e desembarque fervilhava, bem como os portões de embarque, enfim, todo o terminal. Ele viu o pai passar pela porta verde, seu rosto se iluminou e ele se adiantou para encontrá-lo.

— Oi, papai!

— Oh, Scot, meu rapaz! — Gavallan disse alegremente e abraçou-o com cuidado por causa do ombro. — Como vai você?

— Eu estou ótimo papai, de verdade. Eu lhe disse, agora estou ótimo.

— Sim, estou vendo. — Desde que Gavallan tinha partido na segunda-feira, ele tinha falado muitas vezes com o filho pelo telefone. Mas falar pelo telefone não é a mesma coisa, pensou. — Eu... eu estava tão preocupado...

Gavallan não tinha querido partir, mas o médico inglês do hospital lhe assegurara que Scot estava bem, e havia assuntos urgentes para tratar na Inglaterra e a tão adiada reunião do Conselho para enfrentar.

— O raio-X não mostra nenhuma lesão no osso, sr. Gavallan. A bala atravessou parte do músculo, a ferida foi feia mas vai ficar curada.

Para Scot, o médico dissera:

— Vai doer um bocado e você não vai poder pilotar por dois meses ou mais. Quanto às lágrimas... você também não precisa se preocupar. É uma reação bastante normal quando se leva um tiro. O vôo de Zagros para cá também não ajudou... você escapou num caixão, não foi? Isso é o bastante para deixar qualquer um nervoso, imagine depois de ter levado um tiro. Eu ficaria uma pilha. Vamos manter você aqui até amanhã.

— É necessário, doutor? Eu... eu estou me sentindo bem melhor... — Scot tinha se levantado, mas seus joelhos dobraram e ele teria caído se Gavallan não tivesse conseguido segurá-lo.

— Primeiro nós temos que consertá-lo. Uma boa noite de sono e ele estará novinho em folha, sr. Gavallan, eu juro. — O médico deu um sedativo a Scot e Gavallan ficara com ele, tranqüilizando-o a respeito da morte de Jordon.

— Se alguém é responsável, este alguém sou eu, Scot. Se eu tivesse ordenado a evacuação antes do xá partir, Jordon ainda estaria vivo.

— Não, isso não seria certo, papai... as balas eram para mim... Gavallan tinha esperado até ele adormecer. Nessa altura, já tinha perdido a sua conecção, mas conseguiu apanhar o vôo da meia-noite e chegou em Londres a tempo.

— Que diabo vai acontecer no Irã? — Linbar perguntara sem preâmbulos.

— Onde estão os outros? — retrucara Gavallan, com firmeza. Só havia mais um diretor na sala, Paul Choy, que tinha o apelido de 'Lucrativo' e que tinha vindo de Hong Kong. Gavallan o respeitava muito pela sua perspicácia nos negócios. A única nuvem entre eles era o envolvimento deste na morte acidental de David MacStruan e na sucessão de Linbar. — Nós deveríamos esperar por eles, vocês não acham?

— Ninguém mais virá — respondeu Linbar. — Eu cancelei sua vinda porque não preciso deles. Eu sou tai-pan e posso fazer o que quiser. Por...

— Não com a S-G Helicópteros. — Gavallan olhou firmemente para Choy. — Eu proponho um adiamento.

— É claro que podemos adiar — Choy disse calmamente — mas que diabo, Andy, eu vim especialmente para isso e nós três damos quorum à reunião, se quisermos votar.

— Eu voto que sim — disse Linbar. — Do que é que você está com medo?

— De nada. Mas...

— Ótimo. Então nós temos quorum. Agora, e quanto ao Irã? — Gavallan controlou a raiva.

— Sexta-feira é o dia D, se o tempo permitir. A operação Turbilhão foi preparada da melhor maneira possível.

— Tenho certeza disso, Andy. — O sorriso de Choy era amigável. — Linbar me disse que você esta planejando retirar apenas os 212, não é? — Ele era um homem bem-apessoado, imensamente rico, de quase quarenta anos, um dos diretores da Struan's e de muitos dos seus conselhos subsidiários há alguns anos e tinha muitos outros interesses fora da Struan's, em navios, produtos farmacêuticos em Hong Kong e no Japão, e no mercado de ações na China. — E quanto aos nossos 206 e Alouettes?

— Vamos ter que deixá-los. É impossível retirá-los. Não há nenhuma maneira. — A sua explicação foi seguida de silêncio.

— Qual é o plano final da Operação Turbilhão? — perguntou Paul Choy.

— Na sexta-feira às sete horas, se o tempo permitir, eu passo pelo rádio a mensagem em código dizendo para iniciarem a operação. Todos os aparelhos decolam. Nós teremos quatro 212 posicionados em Bandar Delam sob o comando de Rudi, eles se dirigirão para Bahrain, serão reabastecidos, e depois seguirão para Al Shargaz; os nossos dois 212 que estão em Kowiss terão que ser reabastecidos na costa e depois seguirão para o Kuwait para se reabastecerem de novo, e depois para Jellet, é uma pequena ilha perto da Arábia Saudita onde nós escondemos combustível, depois seguirão para Bahrain e Al Shargaz. Os três que estão em Lengeh sob o comando de Scragger não deverão enfrentar nenhum problema, eles vão diretamente para Al Shargaz. Erikki vai pela Turquia. Assim que eles chegarem, nós começaremos a desmontá-los para embarcá-los no 747 que eu já fretei e depois dar o fora o mais depressa possível.

— Quais são as chances de não perdermos nenhum homem e nenhum aparelho? — Choy perguntou, com os olhos subitamente severos. Ele era um conhecido jogador e proprietário de cavalos de corrida e um dos administradores do Jockey Club de Hong Kong. Havia rumores de que era também membro do sindicato de apostas de Macau.

— Eu não sou um homem de apostas. Mas as chances são boas. Senão eu não teria nem pensado nisso. McIver já conseguiu retirar três 212, já é uma economia de mais de três milhões de dólares. Se nós retirarmos todos os nossos 212 e a maior parte das peças, a S-G ficará em boas condições.

— Péssimas condições — disse Linbar, secamente.

— Em melhores condições do que se encontra a Struan's este ano. Linbar enrubesceu.

— Você deveria estar preparado para esta catástrofe, você e o seu maldito McIver. Qualquer idiota podia ver que o xá não se agüentava nas pernas.

— Chega dessa história, Linbar — Gavallan exclamou. — Eu não voltei para brigar, só para comunicar em que pé estão as coisas, então vamos terminar logo com isso para que eu possa apanhar o meu avião de volta. O que mais, Choy?

— Andy, mesmo que você consiga retirá-los, o que me diz do fato da Imperial estar suplantando vocês no mar do Norte, tirando vinte e tantos contratos das mãos de vocês? E há também a sua encomenda de seis X63.

— Uma decisão estúpida e fora de hora — disse Linbar.

Gavallan afastou o olhar de Linbar e se concentrou. Choy tinha o direito de perguntar e ele não tinha nada a esconder.

— Enquanto eu tiver os meus 212, posso voltar à luta; há muito trabalho para eles. Vou começar a negociar com a Imperial na semana que vem. Sei que vou conseguir de volta alguns dos contratos. O resto do mundo está louco atrás de petróleo, e a ExTex vai aparecer com novos contratos na Arábia Saudita, na Nigéria e na Malásia, e quando eles receberem os nossos relatórios sobre os X63, vão dobrar os seus negócios conosco. E as companhias mais importantes farão o mesmo. Nós estaremos em condições de prestar-lhes um serviço melhor, com mais segurança em más condições de tempo, com menor custo por quilômetro por passageiro. O mercado é ótimo, a China estará entrando nele dentro de pouco tempo e...