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— Ah, sim. Ian não está aqui no momento, ele só voltará amanhã, sinto muito. Talvez às dez horas. O senhor pode deixar o seu telefone, sr. Gavallan?

Gavallan deu o telefone, desapontado.

— Há algum outro número onde possa encontrá-lo?

— Não, sinto muito.

— Por favor, peca-lhe para me telefonar, a qualquer hora. — Ele tornou a agradecer e desligou, pensativo.

Lá fora estava o carro que tinha alugado. Entrou nele e se dirigiu para a entrada principal do aeroporto. Um 707 estava se aproximando da pista, com os faróis acesos, e as luzes da cauda e das asas piscando.

— Boa noite, sr. Gavallan — disse Sibbles, o funcionário da meteorologia. Ele era inglês, magro, pequeno, desidratado, e estava no golfo há dez anos. — Aqui está. — Ele entregou a Gavallan a longa fotocópia com a previsão do tempo. — O tempo vai ficar instável por aqui nos próximos dias. — Entregou-lhe mais três folhas. — Lengeh, Kowiss e Bandar Delam.

— E qual é a última previsão?

— São quase todas iguais, com uma diferença de 10 ou 15 nós para mais ou para menos, algumas centenas de pés de teto... desculpe, não consigo me acostumar com o sistema métrico. Uns cem metros de teto. Nos próximos dias o vento deve voltar ao normal, o simpático noroeste. A partir de meia-noite, estamos prevendo chuva e nuvens baixas e neblina sobre quase todo o golfo, ventos de sudeste de cerca de 20 nós com pancadas de chuva, e alguma turbulência. — Ele levantou os olhos e sorriu. — E turbilhões.

O estômago de Gavallan deu um salto, embora Sibbles tivesse dito aquilo sem segundas intenções e não estivesse a par do segredo. Pelo menos, eu acho que não está, pensou. Esta é a segunda coincidência estranha de hoje. A outra foi o americano que estava almoçando numa mesa perto da minha com um shargazi cujo nome eu não entendi.

— Boa sorte amanhã — o homem tinha dito com um sorriso simpático, bem-humoradamente, na hora que estava saindo

— Perdão?

— Glenn Wesson, da Wesson Oil Marketing, o senhor é Andrew Gavallan, certo? Nós soubemos que o senhor e seus rapazes estão organizando uma., uma 'corrida de camelos' amanhã no oásis de Dez-al, certo?

— Nós não, sr. Wesson. Não nos interessamos muito por camelos.

— É mesmo? O senhor deveria experimentar, é muito divertido. De qualquer maneira, boa sorte.

Pode ter sido uma coincidência. Corridas de camelo eram uma diversão comum entre os estrangeiros e o oásis de Dez-al um dos lugares favoritos para o fim-de-semana islâmico.

— Obrigado, sr. Sibbles, vejo-o amanhã. — Ele guardou as previsões no bolso e desceu as escadas até o saguão do terminal-, dirigindo-se para o escritório da companhia, que ficava ali ao lado. Nada de positivo ainda, estava pensando. Sábado é mais seguro do que amanhã. É preciso arriscar. Não posso esperar mais muito tempo.

— Como você vai decidir? — sua mulher, Maureen, tinha perguntado, ao se despedir dele na madrugada do dia anterior, com Aberdeen quase inundada e continuando a chover.

— Não sei, garota. Mac tem um bom faro, ele vai ajudar.

E agora nada de Mac! Mac ficando biruta, Mac pilotando sem um exame médico, Mac convenientemente preso em Kowiss e a única saída sendo o Turbilhão; Erikki ainda desaparecido, e o pobre Duke uma fera por estar fora da lista, mas teve uma sorte danada em vir para cá. O doutor Nutt estava certo. As radiografias mostraram que várias lascas de osso tinham perfurado o seu pulmão esquerdo e que havia mais uma dúzia ameaçando uma artéria. Ele olhou para o relógio do saguão: 20:27h. Nesta altura ele já deve ter acordado da anestesia.

Tenho que decidir logo. De comum acordo com Charlie Pettikin tenho que tomar logo uma decisão.

Ele entrou pela porta que dizia PROIBIDA A ENTRADA EXCETO PARA QUEM VIER A SERVIÇO, atravessou o corredor com janelas de vidro em toda a sua extensão. Na pista, o 707 estava sendo guiado para o local de desembarque por um carro-guia e o aviso estava escrito em inglês e em farsi. Vários ônibus de quarenta lugares para transporte de passageiros estavam estacionados ali perto, no meio de um Jumbo da Pan Am que fazia parte do esquema de evacuação de Teerã e de meia dúzia de jatos particulares. Gostaria que hoje fosse sábado, pensou. Não, talvez não.

Na porta do conjunto de escritórios da companhia estava escrito: S-G HELICÓPTEROS, SHEIK AVIATION

— Olá, Scot

— Olá, papai. — Scot sorriu. Ele estava sozinho, era o oficial de plantão e estava sentado diante do HF com um livro no colo e o braço direito na tipóia. — Nada de novo exceto um recado para ligar para Roger Newbury na casa dele. Posso fazer a ligação?

— Daqui a pouco, obrigado. — Gavallan entregou-lhe os relatórios da meteorologia. Scot examinou-os rapidamente. O telefone tocou. Sem parar de ler, ele atendeu.

— S-G? — Ele ouviu por um momento. — Quem? Oh, sim. Não, ele não está aqui, sinto muito. Sim, eu digo a ele. Até logo. — Ele desligou e suspirou. — A nova conquista de Johnny Hogg, Alessandra. Manuela a chama de 'Tamale apimentado' porque ela tem certeza de que ele vai ficar com a boca ardendo. — Gavallan riu. Scot levantou os olhos dos relatórios. — Nem uma coisa nem outra. Pode ser muito bom, dá bastante cobertura. Mas se o vento aumentar pode ser horrível, sábado é melhor do que sexta-feira. — Seus olhos azuis observavam o pai que estava olhando pela janela para o tráfego na pista, onde os passageiros do jato estavam desembarcando.

— Eu concordo. — Gavallan disse, neutramente. — Há algo.. — Ele parou porque o HF começou a funcionar.

— Al Shargaz, aqui é o escritório de Teerã, estão me ouvindo?

— Aqui é o escritório de Al Shargaz, você está quatro por cinco, continue - disse Scot.

— O diretor Siamaki quer falar imediatamente com o sr. Gavallan. Gavallan balançou a cabeça negativamente.

— Eu não estou aqui — murmurou.

— Posso anotar o recado? — Scot perguntou no microfone. — Já está um pouco tarde, mas eu darei o recado o mais cedo possível.

Espera. Estática. Depois ouviu-se a voz arrogante que Gavallan detestava.

— Aqui é o diretor Siamaki. Diga a Gavallan para ligar para mim esta noite. Eu estarei aqui até as dez e meia ou a partir das nove da manhã. Sem falta. Entendido?

— Cinco por cinco, escritório central — Scot disse docemente. — Câmbio e desligo.

— Metido, filho da mãe — Gavallan resmungou. Depois perguntou: — Que diabo ele está fazendo no escritório a essa hora da noite?

— Deve estar bisbilhotando, e se está planejando trabalhar no dia santo.. vsso é muito suspeito, não?

Mac disse que podia tirar do cofre tudo o que fosse importante e atiraT a chave dele e a sobressalente na vala.

— Aposto que esses metidos têm duplicatas — disse Gavallan. — Vou ter que esperar até amanhã pelo prazer de falar com ele. Scot há alguma maneira de evitar que ele ouça as nossas ligações?

— Não, não se usarmos freqüências da companhia, que são as únicas que temos.

O pai concordou com a cabeça.

— Quando Johnny chegar, lembre a ele que eu posso querer que ele levante vôo amanhã a qualquer momento. — Era parte do plano da operação Turbilhão usar o 125 como um VHF transmissor-receptor de alta altitude para cobrir os helicópteros que só possuíam VHF. — De sete horas em diante.

— Então vai ser mesmo amanhã.

— Ainda não. — Gavallan apanhou o telefone e discou. — Boa noite, sr. Newbury, por favor, aqui é o sr. Gavallan. — Roger Newbury era um dos funcionários do consulado britânico que tinha sido muito gentil, facilitando a obtenção dos vistos. — Alô, Roger, você queria falar comigo? Desculpe, você não esta jantando, está?

— Não, foi bom você ligar. Duas coisas: primeiro, uma má notícia, acabamos de saber que George Talbot foi assassinado.

— Meu Deus, como foi?

— Acho que foi muito azar. Ele estava num restaurante onde havia alguns aiatolás importantes. Um carro-bomba terrorista explodiu o lugar e ele foi junto. Ontem, na hora do almoço.