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— Mas são os nossos helicópteros, e todo mundo foi embora, todo mundo, todos os mecânicos e pilotos e...

— Droga, eu mandei que viessem todos para cá para averiguações. Repito que estou muito insatisfeito com a sua operação. E vou comunicar isto à Irã-Toda. Agora pare de chamar!

No escritório, todos estavam ainda em estado de choque. Então McIver ainda estava em Kowiss e isso era um desastre. Turbilhão ia mal. Eram 10:42h e Rudi e os outros três estavam atrasados em relação à chegada prevista em Bahrain.

— ...mas não sabemos que tipo de vento eles pegaram, papai — Scot tinha dito — nem quanto tempo eles vão levar para reabastecer durante o vôo. Eles podem ter um atraso de 45 minutos ou uma hora e estarem bem. Digamos que cheguem em Bahrain entre 11 h e 11:15.

— Mas todo mundo sabia que não podia haver tanto combustível assim a bordo.

Nada ainda de Scrag e seus outros dois aparelhos, mas isto era esperado — eles não têm HF a bordo, Gavallan pensou. O vôo deles para Al Shargaz deve levar cerca de uma hora e meia. Se eles tiverem saído às 7:30 e apanhado os mecânicos e tornado a decolar sem incidentes, deverão chegar às 9:15.

— Não precisa se preocupar, Manuela, você sabe como são os ventos de proa — ele tinha dito —, e nós não sabemos ao certo a que horas eles partiram.

Tantas coisas podiam dar errado. Meu Deus, essa espera é horrível. Gavallan sentiu-se muito velho, pegou um dos telefones e ligou para Bahrain.

— Golf Air de France? Jean-Luc Sessonne, por favor. Jean-Luc, alguma notícia?

— Não, Andy. Acabei de ligar para a torre e não há nada no sistema. Pas problème. Rudi deve estar economizando gasolina. A torre disse que me ligaria assim que o vissem. Alguma notícia dos outros?

— Acabamos de descobrir que Mac ainda está em Kowiss. — Gavallan ouviu o susto dele e as obscenidades que disse. — Também acho. Torno a ligar para você. — Ele discou para o Kuwait. — Charlie, Genny está aí com você?

— Não, ela está no hotel. Andy, eu...

— Acabamos de saber que Mac ainda está em Kowiss e..

— Meu Deus, o que foi que aconteceu?

— Não sei, ele ainda está transmitindo. Tornarei a chamar quando souber de algo definido. Não conte a Genny ainda. Até logo.

Mais uma vez a espera agonizante, então o HF começou a transmitir.

— Teerã, aqui é Kowiss, capitão McIver. Continue.

— Kowiss, Teerã, estamos tentando nos comunicar com vocês a manhã toda. Aga Siamaki está tentando entrar em contato com o senhor. Ele voltará dentro de uma hora. Por favor confirme se o senhor ordenou que os quatro 212 fossem, para Kowiss.

— Teerã, aqui é Kowiss. Bandar Delam, ouça também: — A voz de McIver estava mais lenta, mais clara e muito zangada. — Eu confirmo, todos os meus 212 estão sob o meu controle. Todos eles. Não vou poder falar com aga Siamaki uma vez que estou autorizado a decolar daqui para

Teerã com o ministro Kia dentro de cinco minutos, mas espero encontrar-me com aga Siamaki no Aeroporto Internacional de Teerã. Dentro de alguns instantes estaremos fechando para reparos, por ordem das autoridades, e estaremos operando apenas em VHF. Para informação de vocês, o capitão Ayre partirá dentro de cinco minutos para a plataforma Abu Sal com peças de reposição e o capitão Lochart vai permanecer aqui para esperar os 212 que vêm de Bandar Delam. Entendido, Teerã?

— Afirmativo, capitão McIver, mas o senhor pode fazer o favor de.. McIver interrompeu-o.

— Entendido, Numir, ou você está mais ineficiente do que nunca?

— Sim, mas devo insistir que...

— Estou cansado de toda essa besteira. Eu sou o diretor executivo desta operação e enquanto operar no Irã é assim que vai ser, simples, direto e sem interferências. Kowiss vai fechar para reparos conforme ordens do coronel Changiz e tornará a se comunicar assim que estivermos no ar de novo. Permaneçam neste canal mas mantenham-no livre para verificação. Tudo vai prosseguir conforme foi planejado. Fim e desligo.

Neste momento a porta se abriu e Starke entrou, acompanhado por uma jovem enfermeira nervosa. Manuela ficou estarrecida. Gavallan deu um pulo e ajudou-o a se sentar, com o peito todo enfaixado. Ele estava usando calças de pijama e um robe de flanela.

— Eu estou bem. Andy — Starke disse. — Como vai, querida?

— Conroe, você ficou maluco?

— Não. Andy, conte-me o que está acontecendo. A enfermeira disse:

— Nós não podemos nos responsabilizar.. Starke disse pacientemente:

— Eu juro que é só por umas duas horas e vou tomar muito cuidado. Manuela, por favor, leve-a até o carro, sim? — E olhou-a com o olhar especial que os maridos têm para as mulheres e as mulheres para os maridos quando não é momento para discussões. Ela se levantou imediatamente e saiu com a enfermeira e, depois que tinham saído, Starke disse:

— Desculpe, Andy, mas não pude mais agüentar. O que está acontecendo?

EM KOWISS: 10:48H. McIver desceu as escadas da torre, sentindo-se mal e vazio sem saber nem mesmo se conseguiria chegar até o 206, quanto mais levar a cabo o resto do plano. Você vai conseguir, disse a si mesmo. Controle-se. O mulá Hussein ainda estava conversando com Kia, encostado no carro, com o seu AK47 pendurado no ombro.

— Está tudo pronto, ministro — disse McIver. — É claro, se estiver tudo em ordem, Excelência Hussein?

— Sim, como Deus quiser — Hussein disse com um estranho sorriso. Educadamente, ele estendeu a mão. — Até logo, ministro Kia.

— Até logo, Excelência. Kia virou-se e caminhou rapidamente em direção ao 206.

McIver estendeu a mão para o mulá, nervosamente.

— Até logo Excelência.

Hussein virou-se para ver Kia entrar na cabine. Mais uma vez o estranho sorriso.

— Está escrito: "Os moinhos de Deus trabalham lentamente, mas moem em pedaços bem pequenos." Não é verdade, capitão?

— Sim. Mas por que o senhor diz isso?

— É um presente de despedida. Você pode dizer isso ao seu amigo Kia quando pousarem em Teerã.

— Ele não é meu amigo. E por que nessa hora?

— O senhor faz bem em não tê-lo como amigo. O senhor vai ver o capitão Starke de novo?

— Não sei. Espero vê-lo em breve. — McIver viu o mulá olhar para Kia e o seu nervosismo aumentou. — Por quê?

— Eu gostaria de vê-lo em breve. — Hussein tirou a arma do ombro e entrou no carro, partindo com os seus Faixas Verdes.

— Capitão? — Era Pavoud. Ele estava nervoso e tremendo.

— Sim, sr. Pavoud? Só um instante. Freddy! — McIver fez um sinal para Ayre que veio correndo. — Sim, sr. Pavoud?

— Por favor, por que os 212 estão carregados de peças e bagagens e...

— Uma mudança de pessoal — McIver disse imediatamente e fingiu não notar o olhar de Ayre. — Estou esperando quatro 212 que vão chegar de Bandar Delam. É melhor o senhor preparar as acomodações. Quatro pilotos e quatro mecânicos. Eles devem chegar dentro de umas duas horas.

— Mas nós não temos nenhum motivo para...

— Faça o que estou mandando! — A tensão de McIver tornou a explodir. — Eu dei as ordens. Eu! Eu pessoalmente! Eu mandei que os meus 212 viessem para cá! Freddy, o que é que você está esperando? Vá andando com as suas peças.

— Sim, senhor. E o senhor?

— Eu vou levar Kia de volta, Tom Lochart está encarregado daqui até eu voltar. Vá logo. Não, espere, eu vou com você. Pavoud, o que você está esperando? O capitão Lochart vai ficar muito irritado se não estiver tudo pronto a tempo. — McIver se afastou com Ayre, rezando para que Pavoud estivesse convencido.

— Mac, que diabo está acontecendo?

— Espere até chegarmos perto dos outros. — Quando McIver chegou perto dos 212, ele virou de costas para Pavoud que ainda estava na escada que levava aos escritórios e contou-lhes rapidamente o que estava acontecendo. — Vejo-os na costa.