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— E como vai agarrá-los?

— Com os caças.

NO LOCAL DE ENCONTRO: 14:07H. Os dois 212 estavam parados na praia deserta, sob uma chuva fina. Freddy Ayre e Lochart estavam sentados, desanimados, na porta de uma das cabines, os dois mecânicos e Wazari na outra, todos cansados de carregar os pesados tambores de duzentos litros de combustível e de se revesar em bombear gasolina para dentro dos tanques. Nunca dois 212 haviam sido reabastecidos com tanta rapidez. Freddy Ayre tinha chegado lá por volta das onze e meia, Lochart um pouco depois do meio-dia, eles tinham levado meia hora para reabastecer e estavam esperando desde então.

— Vamos dar mais meia hora — disse Lochart.

— Cristo, você está agindo como se tivéssemos todo o tempo do mundo.

— É uma burrice ficarmos os dois esperando, é mais seguro você ir na frente. Quantas vezes eu vou ter que dizer isto? Leve todo mundo, eu fico esperando.

— Quando o Mac chegar, nós todos podemos...

— Droga, leve os mecânicos e Wazari, eu fico esperando. McIver diria isto mesmo se estivesse aqui e vocês estivessem esperando por mim.

— Pelo amor de Deus, pare de bancar o herói e dê o fora!

— Não, sinto muito, mas ou partimos juntos ou eu vou esperar até ele chegar.

Lochart deu de ombros, com o humor tão sombrio quanto o dia. Assim que chegou, ele tinha calculado aproximadamente o esquema de McIver:

— Freddy, Mac saiu do sistema de Kowiss às 11:20h. Digamos que ele continuasse voando por meia hora, e depois levasse mais meia hora, no máximo, para fingir uma emergência, aterrissar e se livrar de Kia, e mais uma hora para chegar aqui. Isto significa que deverá chegar, no mais tardar, às 13:30h. O meu palpite é que ele estará aqui entre 13:00 e 13:15h.

Mas já passava das duas e nem sinal de Mac ainda e talvez ele não chegasse nunca — deve ter havido algum imprevisto. Ele estudou as nuvens, procurando respostas no tempo e redefinindo os seus planos. Os tambores vazios estavam arrumados numa pilha e ainda havia cinco cheios. Os tambores tinham sido levados para lá durante as viagens de rotina para as plataformas e escondidos sob lona, camuflados com areia e algas. Lá no meio do mar, quase invisível, havia uma plataforma, bem acima do nível do mar, empoleirada sobre estacas.

Ele não tivera nenhum problema em chegar lá. Assim que estava no ar, Wazari tinha se arrastado até a cabine.

— É melhor você ficar escondido até estarmos sobrevoando o golfo — Lochart tinha dito. Mas quando pousaram, Wazari ficou muito enjoado, então ele mudou de idéia e contou aos outros o que tinha acontecido. Agora Wazari já tinha se recuperado e fora aceito. Mas ainda era considerado suspeito.

A praia fedia a peixe podre e algas. O vento, mantendo-se em cerca de trinta nós, sacudia as lâminas dos rotores, ainda adverso à rota de fuga planejada para o Kuwait. O teto tinha baixado, estava agora em cerca de setenta metros. Mas Lochart não estava pensando nisso. Sua mente estava cada vez mais voltada para Teerã e Xarazade, enquanto os seus ouvidos tentavam ouvir o barulho do 206 por sobre o ruído do vento e das ondas. Vamos, Mac, ele rezou. Vamos, não me decepcione. Vamos Mac, não me decepcione...

Aí ele ouviu o barulho do helicóptero. Levou alguns segundos para se certificar e então deu um salto para fora da cabine, com a boca ligeiramente aberta para ouvir melhor e aumentar a sua capacidade de localização. Ayre deixou de sonhar acordado e ficou ao lado dele, ambos olhando para o céu coberto de nuvens, ouvindo o barulho cada vez mais alto do motõ.r, indo na direção do mar, depois ultrapassando-os e Lochart praguejou

— Ele não nos viu!

— VHF? — perguntou Ayre.

— É perigoso demais... ainda não... ele vai tornar a passar, ele é bom demais para não fazer isto.

Mais uma vez a espera, o ruído dos motores desaparecendo, depois tornando a aumentar. Mais uma vez o helicóptero passou e não os viu e começou a se afastar e mais uma vez tornou a voltar. Os motores roncavam cada vez mais altos, então ele saiu da neblina a um quilômetro da praia, localizou-os e começou a descer. Não havia dúvida de que era um deles, McIver estava pilotando e estava sozinho. Eles começaram a aplaudir.

NA CABINE DE COMANDO DO 206: MacIver tinha tido muita dificuldade em encontrar o local de encontro, os charcos eram todos iguais, a costa também e as condições péssimas. Então ele se lembrou da plataforma inativa perto da costa, começou a procurá-la e, usando-a como marco, voou em direção à costa.

Quando estava solidamente plantado no chão, ele murmurou.

— Graças a Deus — e respirou, com o estômago doendo e desesperado de vontade de urinar, abriu a porta da cabine imediatamente e disse, sem responder a nenhuma pergunta: — Desculpem, mas tenho que mijar. Freddy, desligue-o para mim, sim? — Lochart, que estava mais perto, disse:

— Deixe que eu faço isso, Mac.

— Obrigado. — MacIver soltou o cinto, saltou e correu para a duna mais próxima. Quando pôde falar, ele olhou em volta, viu Ayre esperando por ele, os outros perto dos 212. — Os meus dentes de trás estavam flutuando há mais de uma hora.

— Eu sei como é.

McIver fechou o zíper e reparou em Wazari.

— Que diabo ele está fazendo aqui?

— Tom achou melhor trazê-lo, mais seguro do que deixá-lo lá e ele realmente ajudou. É melhor irmos andando, Mac. Nós já estamos reabastecidos. E quanto ao 206?

— Vamos ter que deixá-lo aqui. — O aparelho não estava equipado com tanques para longas distâncias e levaria muito tempo para montar um sistema de reabastecimento durante o vôo. E de qualquer maneira, o vento contrário aumentaria o consumo de combustível e tornaria a viagem impossível. MacIver apontou para o mar. — Eu pensei em deixá-lo na plataforma na esperança de podermos voltar e apanhá-lo, mas isso é impossível. Não há espaço suficiente para pousar com ele e com um 212 ao mesmo tempo. É uma pena, mas não há outro jeito.

— Nenhum problema com Kia?

— Não. Ele deu um pouco de trabalho, e... — Ele se virou, espantando. Atrás deles, Lochart tinha acelerado o 206 e agora estava subindo e recuando. — Pelo amor de Deus, Tom... — ele gritou e correu em direção ao helicóptero, mas Lochart recuou mais depressa e subiu seis metros. — Tommmm!

Lochart debruçou-se na janela.

— Não espere por mim, Mac! — gritou.

— Mas você está quase sem combustível...

— Há o bastante por enquanto. Eu vou esperar vocês partirem e então volto para reabastecer. Vejo-o em Al Shargaz.

— Que diabo você está fazendo? — disse Ayre, surpreso.

— Xarazade — McIver disse, xingando a si mesmo por ter esquecido disto. — Ele devia ter mais de cinqüenta planos prontos para levar o 206, de uma forma ou de outra. — Então ele pôs as mãos em volta da boca e gritou: — Tom, você vai arruinar a operação turbilhão, pelo amor de Deus! Você tem que ir conosco!

— Eles nunca me tomarão como refém, Mac! Nunca! O risco é meu, não seu... a decisão é minha, por Deus. Agora dêem o fora!

McIver pensou por um segundo, depois berrou:

— Desça agora, nós o ajudaremos a reabastecer, isto vai lhe poupar trabalho. — Ele viu Lochart balançar a cabeça negativamente e apontar para os 212.

— Eu vou voltar para apanhar Xarazade — gritou Lochart. — Não tentem me impedir nem me dissuadir... é o meu pescoço, não o de vocês... Feliz aterrissagem. — Ele acenou e se afastou, pousando de frente para eles, mantendo os motores ligados, pronto para uma decolagem rápida.

Não há meio de impedi-lo — murmurou McIver, furioso consigo mesmo por n$o ter se prevenido.

— Nós.nós poderíamos esperar até o combustível dele acabar disse Ayre.

— Tom é esperto demais para cair numa armadilha dessas. — Quase em pânico, McIver olhou para o relógio, com a cabeça confusa. — Malditos idiotas, eu e Tom. — Ele viu todos os outros olhando para ele

— O que vamos fazer, Mac? — perguntou Ayre.