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— Eu não sei o que pensar. Não perca tempo, Charlie. — McIver enfiou o bloco nas mãos dele e disse com mais irritação do que pretendia: — Faça logo este plano de vôo antes que ele mude de idéia: Al Shargaz. Se tivermos uma emergência em Jellet isso é problema nosso. Pelo amor de Deus, faça isto logo e vamos partir o mais rápido que pudermos.

— Claro. Agora mesmo.

— Você não vai pilotar, vai, Duncan? — peguntou Genny.

— Não, é Charlie quem vai fazer isso.

Pettikin pensou por um momento, depois pegou uma chave e algum dinheiro.

— Esta é a chave do meu quarto, Genny. Você pode apanhar as minhas coisas para mim, não há nada muito importante lá, pagar a conta e pegar o próximo avião. Hughes, o representante da Imperial Air, lhe dará prioridade.

— E quanto ao seu passaporte e licença para pilotar? — ela perguntou.

— Eu sempre os carrego comigo, tenho um medo danado de perdê-los, bem como uma nota de cem dólares — nunca sei quando vou precisar subornar alguém.

— Conte comigo. — Ela colocou os óculos escuros e sorriu para o marido. — O que você vai fazer, Duncan?

Sem notar, McIver suspirou profundamente.

— Eu vou ter que continuar, Gen. Não tenho coragem de ficar aqui. Duvido que eles me deixassem. Eles estão desesperados para não criar nenhuma confusão e loucos para se livrarem de nós. É óbvio, não é? Quem já ouviu falar em ser autorizado a decolar de uma praia? Nós somos um tremendo embaraço e uma ameaça para o Estado, é claro que somos. Esta é a verdade! Faça o que Charlie disse, Gen. Nós vamos reabastecer os aparelhos em Jellet, mudar os registros lá e torcer pelo melhor. Você está com os estênceis, Charlie?

— Pincéis, tinta, tudo. — Pettikin não parou de preencher os formulários. — E quanto a Wazari?

— Ele faz parte da tripulação até que alguém faça alguma pergunta. Coloque-o aí como operador de rádio. Isto não é nenhuma mentira. Se não implicarem com ele em Bahrain, certamente o farão em Al Shargaz. Talvez Andy possa inventar alguma coisa para livrá-lo.

— Está bem. Ele é da tripulação. Então está pronto.

— Ótimo. Gen, Jeliet é fácil de chegar, Bahrain e A! Shargaz também. O tempo está bom, a lua está de fora, portanto um vôo à noite não será problema. Faça o que Charlie disse. Você chegará lá a tempo de nos esperar.

— Se você vai partir imediatamente, precisará de comida e água — ela disse. — Podemos conseguir um pouco aqui. Eu vou buscar, Charlie. Vamos, Duncan, você está precisando de um drinque

— Sirva-me um em Al Shargaz, Gen.

— Eu o farei. Mas vou lhe servir um agora. Você não vai pilotar, está precisando de um, eu vou lhe arranjar. — Ela foi até o funcionário da Imigração e conseguiu permissão para comprar sanduíches e dar um telefonema.

— Volto num segundo, Charlie. — McIver seguiu-a pelo interior do saguão do hotel e foi direto para o toalete. Lá ele vomitou muito. Levou algum tempo para se recuperar. Quando saiu, ela estava desligando o telefone

— Os sanduíches já estão quase prontos, o seu drinque está servido e eu pedi uma ligação para você falar com Andy. — Ela foi na frente até uma mesa no suntuoso terraço-bar. Três Perrier gelados com fatias de limão, e uma dose dupla de uísque puro, sem gelo, do jeito que ele gostava. Ele bebeu o primeiro copo de Perrier sem parar.

— Meu Deus, eu estava precisando disto... — Ele olhou para o uísque, mas não o tocou. Pensativamente, ele tomou o segundo copo de Perrier e olhou para ela. Quando ele já estava quase no fim, disse: — Gen, acho que gostaria que você viesse comigo.

Ela ficou perplexa. Depois disse:

— Obrigado, Duncan, eu gostaria muito de ir. Sim, eu gostaria muito. O rosto dele enrugou num sorriso.

— Você teria vindo de qualquer jeito, não teria? Ela deu de ombros. Baixou os olhos para o uísque.

— Você não está pilotando, Duncan. O uísque seria bom para você. Acalmaria o seu estômago.

— Você notou, hein?

— Só que você está muito cansado. Eu nunca o vi assim tão cansado, mas você se saiu maravilhosamente bem, fez um trabalho perfeito e deve descansar. Você... você tem tomado as suas pílulas e todo o resto?

— Oh, sim, embora vá precisar de um reforço em breve. Não há problema, mas eu me senti muito mal umas duas vezes. — Ao ver a ansiedade dela, ele acrescentou depressa: — Eu estou bem agora, Gen. Muito bem.

Ela não quis insistir. Agora que ele a convidara para ir junto, ela podia relaxar um pouco. Desde que ele pousara que ela o vinha observando com muito cuidado, cada vez mais preocupada. Ela tinha pedido umas aspirinas junto com os sanduíches, tinha Veganin na bolsa e o estojo de primeiros socorros que o dr. Nutt lhe dera em segredo.

— Como foi pilotar de novo? De verdade?

— De Teerã até Kowiss foi formidável, mas o resto não foi tão bom. Este último trecho não foi nada bom. — A lembrança de ter sido perseguido por caças e de ter estado tão perto do fracasso o fez sentir-se enjoado outra vez. Não pense nisso, disse a si mesmo, já terminou. O Turbilhão está quase no fim. Erikki e Azadeh estão a salvo, mas e quanto a Dubois e Fowler, que diabo aconteceu com eles? E Tom? Eu poderia matar Tom, pobre idiota.

— Você está bem, Duncan?

— Oh, sim, estou muito bem. Só estou cansado, foram duas semanas daquelas.

— E quanto a Tom? O que você vai dizer a Andy?

— Eu estava pensando nele agora. Vou ter que contar a Andy.

— Isto é uma ameaça e tanto ao Turbilhão, não?

— Ele... ele está por conta própria, Gen. Talvez ele consiga apanhar Xarazade e fugir. Se for apanhado... nós temos que esperar e torcer — disse. Mas ele estava pensando quando ele for apanhado. McIver estendeu a mão e tocou-a, contente de estar com ela, sem querer preocupá-la ainda mais. Tudo isso é muito mais duro para ela. Eu acho que vou morrer.

— Por favor, desculpe-me, sahib, mensahib, os seus pedidos foram levados para o helicóptero — disse o garçom.

McIver entregou-lhe um cartão de crédito e o garçom se afastou.

— Isto me faz lembrar da sua conta do hotel e da do Charlie. Vamos ter que tratar disso antes de partirmos.

— Oh, eu telefonei para o sr. Hughes enquanto você estava no banheiro e pedi a ele para cuidar das nossas contas e despachar nossa bagagem e todo o resto se eu não estivesse de volta dentro de uma hora. Eu estou com a minha bolsa, meu passaporte e... por que você está rindo?

— Nada... nada, Gen.

— Foi só para o caso de você me convidar. Eu achei... — Ela examinou as bolhas do seu corpo. Mais uma vez deu de ombros e olhou para ele, sorrindo feliz. — Estou tão contente que você tenha me pedido isso, Duncan. Obrigado.

AL SHARGAZ — NOS ARREDORES DA CIDADE: 18:01H. Gavallan saltou do carro e subiu rapidamente os degraus da frente da casa em estilo mourisco que era cercada de muros altos.

— Sr. Gavallan!

— Oh, olá, sra. Newbury! — Ele mudou de direção para ir ao encontro da mulher, que estava meio escondida, ajoelhada, plantando alguns arbustos perto da entrada de carros. — O seu jardim está maravilhoso.

— Obrigada. É uma distração e me mantém em forma — ela respondeu. Angela Newbury era alta, tinha cerca de trinta anos e seu sotaque era elegante. — Roger está no pavilhão esperando pelo senhor. — Com as costas das mãos enluvadas, ela enxugou o suor do rosto, deixando uma mancha de terra. — Como vão as coisas?

— Muito bem — ele disse, omitindo as notícias sobre Lochart. — Nove em dez até agora.

— Oh, que bom, oh, isso é um alívio. Meus parabéns, nós estávamos todos tão preocupados. Que maravilha, mas pelo amor de Deus, não diga a Roger que eu perguntei, ele teria um ataque. Ninguém deve saber.

Ele devolveu-lhe o sorriso e atravessou os lindos jardins até chegar ao pavilhão. Este ficava no meio de um grupo de árvores e canteiros de flores e tinha cadeiras, mesinhas, um bar portátil e telefone. A sua alegria desapareceu ao ver a cara de Roger.