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Isto vai me tomar uma meia hora, não mais, pensou, e sentou-se na cama, satisfeito. Depois de trazer a comida na noite anterior, os policiais o haviam deixado sozinho, confiando na segurança da cela. Esta manhã, eles lhe deram um café horroroso e um pedaço de pão duro e tinham ficado olhando para ele, sem entender quando ele pediu para ver o major e a esposa. Ele não sabia como era 'major' em turco e nem o nome do oficial, mas quando apontou para a lapela, imitando o posto do homem, eles tinham entendido e simplesmente erguido os ombros, falando várias coisas em turco que ele não tinha entendido e depois tinham tornado a sair. O sargento não tornou a aparecer.

Nós sabemos o que fazer, ele pensou, Azadeh e eu, nós dois estamos em perigo, cada um de nós fará o melhor que puder. Mas se tocarem nela ou a machucarem, nenhum deus poderá ajudar aquele que a tiver tocado enquanto eu viver. Eu juro.

A porta do final do corredor foi aberta. O major aproximou-se.

— Bom dia — disse, franzindo o nariz com o fedor.

— Bom dia, major. Onde está minha mulher e quando é que o senhor vai nos deixar partir?

— A sua mulher está na aldeia, em segurança e descansada. Acabei de vê-la. — O major olhou-o, pensativo, notou as mãos dele cheias de poeira, estudou cuidadosamente a fechadura da cela, as barras da janela, o chão, o teto...

— A segurança dela e o tratamento que vai receber dependem do senhor. Está entendendo?

— Sim, sim, estou. E como o policial mais graduado daqui, eu o considero responsável por ela.

— Ótimo — disse sorrindo sarcasticamente, e então o sorriso desapareceu.

— Acho melhor evitar um confronto. Se o senhor cooperar, ficará aqui esta noite e amanhã eu o enviarei sob escolta para Istambul, onde o seu embaixador poderá vê-lo se quiser, para ser julgado pelos crimes de que é acusado ou para ser extraditado.

Erikki tirou da cabeça os seus próprios problemas.

— Eu trouxe a minha esposa para cá contra a vontade dela. Ela não fez nada de errado, devia voltar para casa. Ela pode ser levada de volta?

O major observou-o.

— Isto depende da sua cooperação.

— Vou pedir a ela para voltar. Vou insistir, se é isto o que o senhor quer dizer.

— Ela poderia ser mandada de volta — o major disse, experimentando-o.

— Oh, sim. Mas é claro que é possível que no caminho até a fronteira ou ao sair do hotel ela seja 'raptada' novamente, desta vez por bandidos, bandidos iranianos, muito perigosos, e levada para as montanhas para ser devolvida daqui a um mês ou dois em troca de um resgate substancial a ser pago pelo khan Erikki ficou pálido.

— O que o senhor quer que eu faça?

— A estrada de ferro não fica muito longe daqui. Esta noite o senhor poderia ser retirado daqui em segredo e levado para Istambul. As acusações contra o senhor poderiam ser anuladas. O senhor poderia ganhar um bom emprego, voando, treinando os nossos pilotos por dois anos. Em troca, o senhor concordaria em se tornar um agente secreto, fornecendo-nos informações sobre o Azerbeijão, especialmente sobre o soviético que mencionou, Mzytryk, informações sobre Hakim Khan, onde ele vive e como, como entrar no palácio, e qualquer outra coisa que quisermos saber.

— E quanto à minha esposa?

— Ela fica em Van, por livre e espontânea vontade, como refém, para garantir que o senhor se comporte... por um mês ou dois. Depois ela pode ir ao seu encontro, onde quer que o senhor esteja.

— Se ela for levada de volta para Hakim Khan hoje, em segurança, ilesa, e se eu tiver provas de que ela está em segurança, farei o que o senhor quer.

— Ou o senhor concorda ou não — o major disse impacientemente. — Não estou aqui para negociar com o senhor!

— Por favor, ela não tem nada a ver com os meus crimes. Por favor, deixe-a partir. Por favor.

— O senhor acha que somos idiotas? O senhor concorda ou não?

— Sim! Mas primeiro quero vê-la em segurança. Primeiro!

— Talvez primeiro o senhor queira vê-la ser violentada. Primeiro! Erikki atirou-se para cima dele por entre as grades e a porta da cela foi sacudida pelo impacto. Mas o major estava fora de alcance e riu das mãos enormes que tentavam agarrá-lo sem conseguir. Ele tinha calculado a distância com precisão, era experiente demais para se deixar apanhar desprevenido, um investigador experiente demais para ignorar como provocar, ameaçar e experimentar, como debochar e exagerar para tirar proveito do próprio terror do prisioneiro, como torcer os fatos para penetrar a cortina de mentiras e meias-verdades até chegar à verdade.

Os seus superiores tinham deixado a seu critério o que fazer com os prisioneiros. Agora ele tinha decidido. Sem se apressar, ele tirou o revólver e apontou para o rosto de Erikki. Este não recuou mas continuou agarrado nas grades com as duas mãos, ofegante.

— Ótimo — o major disse calmamente, guardando o revólver. — O senhor foi avisado de que o seu comportamento é que determinaria a forma como ela seria tratada. Ele se afastou. Quando Erikki ficou sozinho, tentou arrancar a porta da cela Esta rangeu mas não se soltou.

NO AEROPORTO INTERNACIONAL DE AL SHARGAZ: 16:39H. Sentado na direção do seu carro, Gavallan observou as portas do 747 de carga fecharem-se sobre a metade dos 212, caixotes de peças e rotores. Pilotos e mecânicos carregavam febrilmente o segundo jumbo, faltando carregar apenas uma carcaça de 212, uma dúzia de caixotes e uma pilha de malas.

— Estamos dentro do horário, Andy. — Rudi disse, fingindo não notar a palidez do amigo. — Meia hora.

— Ótimo. — Gavallan entregou-lhe alguns papéis. — Aqui estão as licenças para os mecânicos partirem com eles

— Nenhum piloto?

— Não. Todos os pilotos têm reservas no vôo da BA. Mas certifique-se de que estejam na Imigração às seis e dez; a BA não pode atrasar o vôo. Certifique-se de que todos estejam lá, Rudi. Eles têm que partir neste vôo. E,u dei minha palavra.

— Não se preocupe. E quanto a Duke e Manuela?

— Eles já partiram. O doutor Nutt foi com eles. Eué só isso — Ga vallan não estava conseguindo raciocinar direito.

— Você e Scrag ainda estão no vôo de seis e trinta e cinco para Bahrain?

— Sim. Jean-Luc vai nos esperar. Estamos levando Kasigi para organizar a sua operação e se preparar para receber os helicópteros da Irã-Toda. Eu vou ao embarque de vocês.

— Vejo-o em Aberdeen. — Rudi apertou-lhe a mão com firmeza e se afastou rapidamente, Gavallan engrenou, arranhou a marcha e praguejou, depois voltou para o escritório.

— Alguma notícia, Scrag?

— Ainda não, meu velho. Kasigi ligou. Eu disse a ele que está tudo certo, dei-lhe os números de registro dos helicópteros e os nomes dos pilotos e mecânicos. Ele disse que tem reservas no nosso vôo para o Kuwait esta noite, depois pode pegar uma carona até Abadan e depois para a Irã-Toda. — Scragger estava tão perturbado quanto os outros com a cara de Gavallan — Andy, você cobriu todas as possibilidades.

— Será? Eu duvido, Scrag. Não consegui retirar Erikki e Azadeh. Durante toda noite, até bem tarde no horário de Londres, Gavallan tinha entrado em contato com todas as pessoas importantes que tinha conseguido lembrar. O embaixador da Finlândia tinha ficado chocado:

— Mas não é possível! Um compatriota nosso não poderia estar envolvido numa coisa dessas. Impossível! Onde o senhor vai estar amanhã a esta hora? — Gavallan tinha dito a ele e tinha visto o dia amanhecer. Não havia nenhuma maneira de entrar em contato com Hakim Khan, a não ser através de Newbury, e Newbury estava tratando disto.