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— O que tenho que fazer? Irritado, o major disse:

— Ficar calmo e controlado e não ser mais estúpido. — Para o sargento, ele disse em turco: — Vá buscá-la.

Erikki estava esperando por algum truque. Então ele a viu no final do corredor, inteira, e quase chorou de alívio, e ela também.

— Oh, Erikki...

— Vocês dois, ouçam — o major disse secamente. — Muito embora vocês dois tenha-nos causado um bocado de inconvenientes, eu decidi que ambos estão dizendo a verdade, então serão mandados imediatamente, sob escolta, para Istambul, discretamente, e entregues ao seu embaixador, discretamente, para serem expulsos, discretamente.

Eles ficaram olhando para ele, boquiabertos.

— Nós vamos ser libertados? — ela disse, segurando-se nas grades.

— Imediatamente. Nós contamos com a discrição de vocês, e isto faz parte do acordo. Vocês terão de concordar formalmente, por escrito. Discrição. Isto significa que não vão dar nenhuma informação, nem em público nem em particular, sobre a fuga de vocês. Vocês concordam?

— Oh, sim, sim, é claro — disse Azadeh. — Mas não há, não há nenhum truque?

— Não.

— Mas... mas por quê? Por que depois... por que o senhor nos está deixando ir? — Erikki gaguejou, ainda sem acreditar.

— Porque eu testei vocês dois e vocês passaram no teste, vocês não cometeram nenhum crime dentro do que nós consideramos como crime, os seus juramentos são entre vocês e Deus e não estão sujeitos a nenhum tribunal e, felizmente para vocês, o mandado de prisão era ilegal e portanto inaceitável. Komiteh! — ele murmurou aborrecido, então notou o modo como eles estavam olhando um para o outro. Por um momento ele ficou enlevado e com inveja.

Curioso que Hakim Khan tenha permitido que um komiteh expedisse o mandado, não a polícia, o que teria tornado a extradição legal. Ele fez um sinal para o sargento.

— Deixe-o sair. Eu vou esperar pelos dois no escritório. Não se esqueçam que eu ainda tenho algumas jóias para devolver-lhes. E as duas facas — ele se afastou.

A cela foi aberta ruidosamente. O sargento hesitou e depois saiu. Nem Erikki nem Azadeh o viram sair e nem notaram a sujeira da cela, só tinham olhos um para o outro, ela do lado de fora, ainda segurando nas grades, ele do lado de dentro, segurando nas grades da porta. Eles não se moveram, apenas sorriram.

— Insha'Allah? — ela perguntou.

— Por que não? — E então, ainda desorientado por terem sido soltos por um homem honesto a quem Erikki teria matado como a essência da maldade há um instante atrás, Erikki se lembrou do que o major tinha dito sobre o purdah, e o quanto ela era atraente. Apesar do seu desejo de não estragar o milagre do que havia acontecido, ele exclamou:

— Azadeh, eu gostaria de deixar todo o mal aqui. Seria possível? E quanto a John Ross?

O sorriso dela não se alterou e ela sabia que eles estavam à beira do abismo. Com toda a confiança, ela pulou para dentro dele, satisfeita pela oportunidade.

— Há muito tempo, quando começamos, eu disse a você que o havia conhecido quando era muito jovem — ela disse, com uma voz terna, disfarçando a sua ansiedade. — Na aldeia e na base ele salvou a minha vida. Quando eu tornar a vê-lo, se isto acontecer, eu sorrirei para ele e ficarei feliz. Peço a você para fazer o mesmo. O passado é o passado e deve continuar a ser passado.

Aceite isto, Erikki, agora e para sempre, ela pensou, ou o nosso casamento terminará rapidamente, não por minha vontade, mas porque você irá se castrar, irá tornar a sua vida intolerável e não vai me querer perto de você. Então eu voltarei para Tabriz e começarei uma outra vida, é triste mas é verdade, e foi isto o que decidi fazer. Eu não vou lembrar a você a promessa que me fez antes de nos casarmos, não quero humilhá-lo, mas como é vergonhoso da sua parte esquecê-la. Eu só o perdôo porque o amo. Oh, Deus, os homens são tão estranhos, tão difíceis de entender, por favor, faça-o lembrar-se do seu juramento imediatamente.

— Erikki — ela murmurou — deixe o passado em paz. Por favor. — Com os olhos, ela implorou como só uma mulher pode implorar.

Mas ele evitou-lhe o olhar, devastado pela sua própria estupidez e ciúme. Azadeh tem razão, ele estava gritando para si mesmo. Isto é passado. Azadeh me contou honestamente sobre ele e eu prometi livremente que poderia viver com isso e ele realmente salvou-lhe a vida. Ela tem razão, mas mesmo assim eu tenho certeza de que ela o ama.

Atormentado, ele olhou dentro dos olhos dela, uma porta fechou-se no seu cérebro, ele trancou-a e jogou fora a chave. A velha ternura invadiu-o, purificando-o.

— Você tem razão e eu concordo! Você tem razão! Eu te amo, e Finlândia para sempre! — Ele a ergueu nos braços e beijou-a e ela também o beijou, depois abraçou-o enquanto, mais feliz do que nunca, ele a carregou pelo corredor. — Será que eles têm sauna em Istambul? Você acha que nos deixarão dar um telefonema, só um, você acha...

Mas ela não estava ouvindo. Estava feliz.

BAHRAIN — O HOSPITAL INTERNACIONAL: 18:03H. O telefone tocou no quarto de Mac e Genny despertou do seu agradável devaneio na varanda, enquanto Mac cochilava numa poltrona ao lado dela, na sombra. Ela se levantou sem fazer barulho para não acordá-lo e foi atender.

— Quarto do capitão McIver — ela disse baixinho.

— Oh, sinto muito incomodá-la, poderia falar com o capitão McIver? Aqui é o assistente do sr. Newbury em Al Shargaz.

— Sinto muito, ele está dormindo, aqui é a sra. McIver, o senhor pode deixar o recado?

A voz hesitou.

— Talvez a senhora possa pedir a ele para ligar para mim. Bertram Jones.

— Se for importante, é melhor falar comigo. Outra vez a voz hesitou. Depois:

— Muito bem, obrigado. Há um telex do nosso QG em Teerã para ele. Diz: "Por favor, informe ao capitão McIver, diretor executivo da CHI, que um dos seus pilotos, Thomas Lochart, e sua mulher foram mortos acidentalmente durante uma manifestação." Sinto muito pelas más notícias, sra. McIver.

— Es-tá tudo bem. Obrigada. Eu vou informar ao meu marido. Obrigada. — Silenciosamente, ela desligou o telefone. Olhou para o espelho e viu que o seu rosto estava pálido, refletindo a sua tristeza.

Oh, meu Deus, eu não posso deixar que Duncan me veja nem que saiba, se não ele...

— Quem era, Gen? — McIver perguntou da varanda, ainda meio dormindo.

— Nada... nada de importante, querido. Torne a dormir.

— Que bom, sobre os testes, hein? — Os resultados tinham sido excelentes.

— Maravilhoso... eu voltarei num segundo. — Ela foi até o banheiro e fechou a porta e derramou um pouco d'água no rosto. Não posso contar a ele, simplesmente não posso... tenho que protegê-lo. Será que devo ligar para Andy? Ela deu uma olhada no relógio. Não posso, Andy já deve estar no aeroporto. Vou... vou esperar até ele chegar, é isto o que vou fazer... vou esperá-lo junto com Jean-Luc e... não posso fazer nada até lá... Oh, Deus, oh, Deus, pobre Tommy, pobre Xarazade... meus pobres amores...

As lágrimas escorreram-lhe pelo rosto e ela abriu as torneiras para disfarçar o barulho. Quando voltou para a varanda, McIver estava dormindo satisfeito. Ela se sentou e ficou olhando para o pôr-do-sol, sem enxergá-lo.

AEROPORTO INTERNACIONAL DE AL SHARGAZ: PÔR-DO SOL. Rudi Lutz, Scragger, e todos os outros estavam esperando no portão de embarque, olhando ansiosamente para o saguão lotado, cheio de passageiros embarcando e desembarcando.

— Chamada final para o vôo da BA para Roma e Londres. Todos a bordo, por favor.

Pelas enormes janelas de vidro, eles podiam ver que o sol estava quase descendo no horizonte. Todos estavam nervosos.

— Andy devia ter mantido Johnny e o 125 aqui, pelo amor de Deus — Rudi murmurou, nervoso.

— Ele teve que ser mandado para a Nigéria — Scot disse defensivamente.