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— Sim, senhor? — respondeu Hogg, já na porta.

— Plano B! — Imediatamente, Hogg fez um sinal com os polegares para cima para o co-piloto que, na mesma hora, começou a abrir os manetes enquanto Gavallan se enfiava num casaco e apanhava uma sacola de viagem. — Vamos, Mac! — Desceu os degraus de dois em dois, com McIver atrás dele. Assim que eles saíram os degraus foram puxados, a porta fechada, os motores ligados e o 125 taxiou, ganhando velocidade. — Fique de costas para os carros, Mac, não olhe para eles, olhe o avião decolando!

Tudo aconteceu tão depressa que McIver mal teve tempo de puxar o fecho ecler do casaco. Um dos carros avançou para interceptar o avião mas, nessa altura, o 125 já corria pela pista. Em segundos ele decolou e se afastou. Então eles se viraram para enfrentar os carros que chegavam.

— E agora, Andy?

— Isso depende do comitê de recepção.

— Que diabo era o Plano B?

— Melhor que o Plano C, cara — disse Gavallan, rindo. — Este era uma merda. Plano B: Eu salto, Johnny decola imediatamente e não diz a ninguém que teve que sair correndo, amanhã ele volta para me apanhar no mesmo horário; se não houver nenhum contato, visual ou pelo rádio, então Johnny pula um dia e vem uma hora mais cedo. E assim por diante durante quatro dias. Então ele fica estacionado em Al Shargaz e aguarda novas instruções.

— Plano A?

— Esse era se nós pudéssemos ter passado a noite aqui. Eles montando guarda e eu com você.

Os carros pararam, o mulá e os Faixas Verdes os cercaram, apontando as armas para eles, todo mundo gritando. De repente, Gavallan berrou:

— Allah-u Akbar — e todo mundo parou, estatelado. Com um floreio, levantou o chapéu para o mulá, que também estava armado, tirou um documento de aparência oficial do bolso, escrito em farsi, que estava selado com lacre vermelho na ponta. Entregou-o ao mulá. — É uma licença para pousar em Teerã concedida pelo 'novo' embaixador em Londres — disse a McIver enquanto os homens se juntavam em volta do mulá espiando para o papel. — Eu parei em Londres para apanhá-lo. Ele diz que eu sou um VIP, em missão oficial e que posso entrar e sair do país sem ser incomodado.

— Como você conseguiu isso? — perguntou McIver, com admiração.

— Influência, meu rapaz, influência e um grande heung yau. — E cuidadosamente usou o equivalente cantonês a pishkesh.

— Vocês vêm conosco — disse um jovem de barba que estava perto do mulá, com um sotaque americano. — Vocês estão presos!

— Sob que acusação, meu caro senhor?

— Pouso ilegal sem permis...

— Isto aqui é uma licença concedida pelo seu próprio embaixador em Londres! Viva a Revolução! Vida longa para o aiatolá Khomeini!

O jovem hesitou, depois traduziu para o mulá. Houve uma troca furiosa de palavras entre eles.

— Vocês vêm conosco!

— Nós os seguiremos no nosso carro! Vamos, Mac — disse Gavallan, com firmeza e entrou no carro. McIver ligou o motor. Por alguns instantes os homens ficaram sem ação, depois o homem que sabia falar inglês e mais um outro entraram atrás. Ambos carregavam uma AK47

— Vá para o terminal! Vocês estão presos!

No terminal, perto da seção de Imigração, havia mais homens hostis e um funcionário da Imigração muito nervoso. Imediatamente, McIver mostrou o seu passe para o aeroporto, sua carteira de trabalho, explicou quem eles eram e que trabalhavam para a IranOil e tentou convencê-los a deixá-los passar, mas o mandaram calar a boca. O funcionário examinou meticulosamente o papel e o passaporte de Gavallan — com os rapazes o tempo todo em volta deles, com seus corpos fedorentos. Depois abriu a valise de Gavallan e a revistou grosseiramente, mas ela continha apenas um aparelho de barbear, uma camisa, roupa de baixo e roupa de dormir. E um quarto de litro de uísque. Imediatamente a garrafa foi confiscada por um dos rapazes, aberta e despejada no chão.

— Dew neh loh moh — Gavallan disse docemente em cantonês, e McIver quase caiu na gargalhada. — Viva a revolução.

O mulá interrogou o funcionário, e eles puderam ver o medo e o suor dele. No fim, o rapaz que sabia falar inglês disse:

— As autoridades vão ficar com o papel e o passaporte e vocês vão ter que dar mais explicações mais tarde.

— Eu vou ficar com o meu passaporte — disse Gavallan, tranqüilamente.

— O passaporte vai ficar com as autoridades. Os inimigos vão sofrer. Aqueles que desrespeitarem as leis... pousos ilegais e entradas no país. Sofrerão castigos islâmicos. Sua Excelência quer saber quem estava no avião com você.

— Só a minha tripulação, de duas pessoas. Estão no registro anexo à permissão para pousar. Agora, o meu passaporte, por favor, e este documento.

— Vão ficar com as autoridades. Onde você vai ficar? — McIver deu o endereço dele.

O homem traduziu. Mais uma vez houve uma discussão acalorada.

— Informo-lhes que agora seus aviões não podem voar nem pousar sem antes pedir permissão. Todos os aviões são do Irã. Todos os aviões que estão no Irã agora pertencem ao Estado e..

— Os aviões pertencem aos seus donos legais — disse McIver.

— Sim — disse o homem com um riso de deboche —, o nosso Estado islâmico é o dono. Se não gostarem das leis, saiam. Saiam do Irã. Nós não os convidamos para virem aqui.

— Ah, mas você se engana. Nós, da S-G Helicópteros, fomos convidados para vir para cá. Nós trabalhamos para o seu governo e temos servido à IranOil há anos.

— A IranOil é uma companhia do xá. — E o homem cuspiu no chão. — O Estado islâmico é o dono do petróleo, e não os estrangeiros. Vocês logo serão presos junto com todos os outros por um grande crime: roubar o petróleo do Irã.

— Bobagem! Nós não roubamos nada. — disse McIver —Nós ajudamos o Irã a entrar no século vinte! Nós.

— Saiam do Irã, se quiserem — tornou a dizer o porta--voz, sem prestar atenção nele. — Agora todas as ordem vêm do imã Khomeini, que Alá o proteja! Ele diz: nenhum pouso ou decolagem sem permissão. E sempre um dos guardas de Khomeini acompanhará cada avião. Entendido?

— Compreendemos o que você diz — respondeu educadamente Gavallan. — Posso pedir-lhe para nos dar isso por escrito, já que o governo de Bakhtiar pode não concordar.

O homem traduziu e houve muitas gargalhadas.

— Bakhtiar partiu — disse rindo o homem. — Aquele cão do xá está escondido. Escondido, vocês compreendem? O imã é o governo. Só ele!

— Sim, é claro — disse Gavallan, sem acreditar nele. — Nós podemos ir, então?

— Vão. Amanhã apresentem-se às autoridades.

— Onde, e a que autoridades?

— Às autoridades de Teerã.

O homem traduziu para os outros e mais uma vez todo mundo riu. O mulá pôs o passaporte e o papel no bolso e saiu andando com imponência. Alguns guardas foram com ele, levando junto o suado funcionário da Imigração. Os outros ficaram andando por ali, aparentemente a esmo. Alguns ficaram vigiando-os, encostados na parede, fumando, com seus rifles do exército americano pendurados de qualquer jeito.

Estava muito frio no terminal. E muito vazio.

— Ele está com toda a razão, sabe? — disse uma voz. Gavallan e McIver olharam para trás. Era George Talbot, da embaixada britânica, um homem baixo e seco de 55 anos, vestindo uma capa de chuva grossa e um chapéu de pele, de estilo russo. Estava na porta de um escritório da alfândega, acompanhado por um homem alto, de ombros largos, de uns sessenta anos, de olhos azuis, cabelos e bigode grisalhos, vestido displicentemente, usando um cachecol, um chapéu mole e uma capa de chuva velha. Ambos estavam fumando.

— Oh, olá, George, prazer em vê-lo. — Gavallan foi até ele e estendeu a mão. Ele o vinha encontrando através dos anos, tanto no Irã quanto na Malásia, o antigo posto de Talbot, onde a S-G também operava em grande escala. — Há quanto tempo você está aqui?