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— Proteja-me — e a Gueng: — Vá! — apontando na direção do mesmo grupo que Tenzing estava atacando.

No mesmo instante, Gueng saiu da sua vala e correu para eles, que estavam distraídos pela ação de Tenzing. Quando viu seu camarada tombar, sua raiva explodiu, soltou o pino da granada e atirou-a no meio deles, jogando-se na neve. Assim que a granada explodiu, ele se levantou, atirando na direção dos gritos, fazendo calar a maioria deles. Viu um homem fugindo, e outro se arrastando, desesperado, para o meio dos arbustos. Um golpe do kookri arrancou parte da cabeça do homem que se arrastava. Uma curta rajada cortou o outro em pedaços e mais uma vez Gueng desviou-se para se proteger, sem saber de onde viria o perigo. Outra granada explodindo desviou sua atenção para o outro lado do caminho.

Ross arrastara-se para a frente. As balas choveram sobre ele, mas Rosemont deu várias rajadas de metralhadora, desviando o fogo, dando a Ross a ajuda que ele precisava, e este alcançou a árvore seguinte, em segurança, encontrou uma vala funda na neve e se atirou lá dentro. Por um segundo esperou, recuperando o fôlego, depois arrastou-se pela neve dura e gelada em direção ao fogo. Agora estava fora da vista dos atacantes e avançou com facilidade. Então ouviu a granada explodir e os gritos e rezou para que Gueng e Tenzing estivessem bem.

O fogo inimigo se aproximava, e quando achou que estava em posição, tirou o pino da primeira granada, com a carabina na mão esquerda e se levantou. Assim que saiu da vala, viu os homens, mas não onde tinha esperado que estivessem. Eram cinco, a uns vinte metros de distância. Eles viraram os rifles em sua direção, mas suas reações foram um pouco mais rápidas e ele já estava no chão, atrás de uma árvore, com a granada preparada e contando antes que dessem os primeiros tiros. Ao contar quatro, saiu de trás da árvore e atirou a granada na direção deles, protegendo a cabeça com os braços. A explosão levantou-o do chão, arrebentou o tronco de uma árvore próxima, enterrando-o sob um monte de galhos e neve.

Mais abaixo, Rosemont esvaziara a arma na direção em que supunha estarem os atacantes. Praguejando em sua ansiedade, enfiou outro pente na arma e tornou a atirar.

Na colina do outro lado do caminho, Gueng agachara-se atrás de uma rocha, esperando que alguém se movesse. Então, perto da árvore que explodira, viu um homem fugindo, abaixado. Atirou e o homem caiu, com o tiro ecoando. Depois, silêncio.

Rosemont sentiu o coração acelerar. Não podia esperar mais.

— Cubra-me, Gueng — gritou, e dando um salto, correu em direção à árvore. Um brilho de fogo à sua direita, as balas assoviando muito próximo, então Gueng começou a atirar lá do outro lado. Houve um grito e o fogo cessou. Rosemont correu para a frente até chegar ao lugar da emboscada, com a carabina pronta. Os três homens estavam inteiramente destroçados, o último ainda morrendo, seus rifles totalmente retorcidos. Todos usavam roupas tribais. Enquanto olhava, o último homem engasgou e morreu. Ele se virou e correu para a outra árvore, arrancando galhos, abrindo caminho na neve para chegar até Ross.

Do outro lado, Gueng esperava e vigiava, para matar qualquer coisa que se movesse. Houve um ligeiro movimento atrás das pedras, onde sua granada explodira os três homens. Ele esperou, mal respirando, mas era apenas um roedor mastigando. Em pouco tempo eles vão limpar o terreno, deixando-o intacto de novo, pensou, maravilhado pelo ciclo dos deuses. Seus olhos examinaram tudo vagarosamente. Viu Tenzing caído de um lado da rocha, com o kookri ainda apertado nas mãos. Antes de partir, vou pegar o kookri, pensou; a família dele vai gostar e seu filho vai usá-lo com a mesma honra. Tenzing Sheng'Khan viveu e morreu como um homem e renascerá da forma que os deuses decidirem. Carma.

Outro movimento. Lá na frente, na floresta. Ele se concentrou.

Do outro lado da trilha, Rosemont puxava os galhos, lutando para arrancá-los, com os braços doendo. Finalmente, alcançou Ross e seu coração quase parou. Ross estava caído no chão, com os braços sobre a cabeça, a carabina perto dele. O sangue manchava a neve e as costas do macacão branco. Rosemont se ajoelhou e virou-o e quase chorou de alívio quando viu que Ross estava respirando. Por um momento, seus olhos olharam sem entender, depois entraram em foco. Ele se ergueu e piscou.

— Tenzing? E Gueng?

— Tenzing foi atingido. Gueng está do outro lado, protegendo-nos. Ele está bem.

— Graças a Deus. Pobre Tenzing.

— Experimente os seus braços e as suas pernas. — Desajeitadamente, Ross moveu os membros. Estava tudo em ordem.

— Minha cabeça está explodindo, mas estou bem. — Olhou em volta e viu os atacantes mortos. — Quem são eles?

— Homens de tribos, bandidos, talvez. — Rosemont examinou o caminho. Nada se mexia. A noite estava bonita. — É melhor darmos o fora daqui antes que surjam mais desses filhos da mãe. Você acha que pode continuar?

— Sim. Dê-me alguns segundos. — Ross limpou a neve do rosto. O frio estava ajudando. — Obrigado, hein?

— É tudo parte do serviço — disse sorrindo, sem jeito. Seus olhos desviaram-se para os assaltantes. Mantendo-se bem abaixado, foi até eles e revistou-os como pôde. Não encontrou nada. — Provavelmente gente daqui ou bandidos. Esses filhos da mãe podem ser bem cruéis quando nos pegam vivos.

Ross concordou com a cabeça e sentiu outro espasmo de dor.

— Estou bem agora, eu acho. É melhor dar o fora. O tiroteio deve ter sido ouvido a quilômetros de distância, e não convém ficarmos por aqui.

— Espere mais um pouco — disse Rosemont que percebera o sofrimento dele.

— Não, eu me sinto melhor andando. — Ross juntou as forças, depois gritou em gurkhali: — Gueng, vamos prosseguir. — Começou a se levantar, mas parou quando ouviu um assovio agudo indicando perigo. — Abaixe-se! — E puxou Rosemont com ele.

Uma única bala de rifle surgiu no meio da noite, escolhendo Rosemont e se alojando em seu peito, ferindo-o mortalmente. Então houve tiros do outro lado da encosta e um grito, e depois silêncio de novo.

Em seguida, Gueng juntou-se a Ross.

— Sahib, acho que este era o último. Por enquanto.

— Sim. — Esperaram com Vien Rosemont até que ele morresse, depois fizeram o que tinham que fazer por ele e por Tenzing. E depois foram embora.

22

BASE AÉREA MILITAR DE ISFAHAN: 5:40H. A leste, o dia começava a clarear. A base estava calma, não havia ninguém por lá exceto os guardas islâmicos armados que, junto com a população de Isfahan, aos milhares e liderada por mulás, tinham invadido a base ontem e agora a controlavam, com todos os oficiais e soldados do Exército e da Força Aérea confinados aos seus alojamentos, sob escolta ou livres — tendo-se declarado a favor de Khomeini e da revolução.

O sentinela Relazi tinha 18 anos e sentia muito orgulho da sua faixa verde e de estar de guarda do lado de fora do barracão onde estavam o traidor general Valik e sua família, que tinham sido apanhados na véspera, se esgueirando pelo refeitório dos oficiais com o seu piloto estrangeiro da CIA. Deus é grande, pensou. Amanhã eles serão mandados para o inferno junto com todo o infame povo da Mão Esquerda.

Há anos que os Relazi eram sapateiros numa pequena barraca do velho bazar de Isfahan. Sim, pensou, eu fui um bazaari até uma semana atrás, quando o nosso mulá chamou a mim e a todos os fiéis para a batalha de Deus, deu-me a braçadeira de Deus e esta arma e me ensinou como usá-la. Como são maravilhosos os desígnios de Deus.