Выбрать главу

Assim que terminou de falar com Mary, Stanton Rogers fez uma ligação de emergência para o coronel McKinney.

— Bill, sou eu, Stanton Rogers.

— Pois não, senhor. Em que posso servi-lo?

— Quero que pegue Mike Slade. Mantenha-o sob custódia vigiada até receber nova comunicação minha.

Havia um tom de incredulidade na voz do coronel quando disse:

— Mike Slade?

— Quero que ele seja detido e isolado. Provavelmente está armado e é perigoso. Não o deixe falar com ninguém.

— Está bem, senhor.

— Quero que ligue para mim na Casa Branca assim que o tiver detido.

— Certo, senhor.

O telefone de Stanton Rogers tocou duas horas depois. Ele atendeu no mesmo instante.

— Alô?

— Aqui é o coronel McKinney, senhor Rogers.

— Deteve Slade?

— Não, senhor. Há um problema.

— Que problema?

— Mike Slade desapareceu.

29

Sófia, Bulgária — Sábado, 3 de julho

Num prédio pequeno e indescritível na Prezviter Kozma, 32, um grupo discreto de membros do Comitê Oriental estava reunido. Sentados em torno da mesa estavam poderosos representantes da Rússia, China, Tchecoslováquia, Paquistão, Índia e Malásia. O presidente estava dizendo:

— Damos as boas-vindas a nossos irmãos e irmãs do Comitê Oriental que se juntaram a nós hoje. Estou feliz em anunciar que tenho excelentes notícias do Controlador. Tudo está agora em seus devidos lugares. A fase final do nosso plano está prestes a ser concluída com sucesso. Acontecerá amanhã à noite, na residência oficial da embaixadora americana em Bucareste. Já providenciamos a cobertura da imprensa internacional e da televisão.

Codinome Kali perguntou:

— A embaixadora americana e seus dois filhos...?

— Serão assassinados, juntamente com cerca de mais uma centena de convidados americanos. Todos estamos conscientes dos graves riscos e do holocausto que pode se seguir. Está na hora de fazer uma votação.

Ele começou pela extremidade da mesa.

— Brahma?

— Sim.

— Vishnu?

— Sim.

— Ganesha?

— Sim.

— Yama?

— Sim.

— Indra?

— Sim.

— Krishna?

— Sim.

— Rama?

— Sim.

— Kali?

— Sim.

— É unânime — declarou o presidente. — Devemos um voto especial de agradecimento à pessoa que tanto nos ajudou na consumação do plano.

Ele virou-se para o americano.

— O prazer foi meu — disse Mike Slade.

As decorações para a festa do Quatro de Julho foram levadas para Bucareste num Hércules C-120, ao final da tarde de sábado, sendo transferidas para um caminhão e transportadas diretamente para um armazém do governo dos Estados Unidos. A carga consistia de mil balões, vermelhos, brancos e azuis, empacotados em caixas, três cilindros de aço contendo hélio, para encher os balões, 250 pacotes de confete, bombinhas, uma dúzia de estandartes e seis dúzias de pequenas bandeiras americanas. A carga foi deixada no armazém às oito horas da noite. Duas horas depois chegou ao armazém um jipe com dois cilindros de oxigênio, com as insígnias do Exército dos Estados Unidos. O motorista levou-os para o interior do armazém.

À uma hora da madrugada, quando o armazém estava deserto, Angel apareceu. A porta do armazém fora deixada destrancada. Angel foi até os cilindros, examinou-os com todo cuidado e começou a trabalhar. A primeira providência era esvaziar os três tanques de hélio, até que cada um estivesse apenas com um terço. Depois, o resto seria simples.

Na manhã do Quatro de Julho a residência oficial da embaixadora americana estava mergulhada no caos. Os assoalhos estavam sendo lavados, os lustres limpos, os tapetes aspirados. Cada cômodo tinha os seus ruídos distintos. Havia marteladas na extremidade do salão de baile, onde estava se construindo um palanque para a banda, o zumbido dos aspiradores nos corredores, barulhos de preparo de comida na cozinha.

Às quatro horas da tarde, um caminhão do Exército dos Estados Unidos parou na entrada de serviço da residência. O guarda de serviço perguntou ao motorista:

— O que tem aí?

— Coisas para a festa.

— Vamos dar uma olhada.

O guarda inspecionou o interior do caminhão.

— O que tem dentro das caixas?

— Gás hélio, balões, bandeirolas, essas coisas.

— Abra as caixas.

Quinze minutos depois o caminhão passou pelo portão. Dentro da propriedade, um cabo e dois fuzileiros começaram a descarregar o equipamento, levando para uma sala de serviço grande, ao lado do salão de baile. Ao começarem a abrir as caixas, um dos fuzileiros comentou:

— Olhem só para todos esses balões! Quem vai encher tudo isso?

Eddie Maltz entrou nesse momento, acompanhado por uma pessoa estranha, que usava um macacão.

— Não se preocupem — disse Eddie Maltz. — Esta é a era da tecnologia. — Ele acenou com a cabeça para a pessoa. — Aqui está a pessoa que vai cuidar dos balões. Por ordem do coronel McKinney.

Um dos fuzileiros sorriu para a pessoa.

— Antes você do que eu.

Os dois fuzileiros se retiraram.

— Você tem uma hora — disse Eddie Maltz à pessoa. — É melhor começar a trabalhar logo. Tem muitos balões para encher.

Maltz acenou com a cabeça para o cabo e retirou-se. O cabo aproximou-se de um dos cilindros.

— O que tem aqui dentro?

— Hélio — respondeu a pessoa, bruscamente. Enquanto o cabo ficava observando, a pessoa pegou

um balão, encostou a ponta do bico de um cilindro por um instante; assim que o balão encheu, ele prendeu a ponta. Toda a operação não levou mais que um segundo.

— Mas isso é sensacional! — comentou o cabo, sorrindo.

Em sua sala na embaixada, Mary Ashley estava terminando alguns telegramas de ação que precisavam ser enviados imediatamente. Gostaria muito de que a festa pudesse ter sido cancelada. Haveria mais de duzentos convidados. Ela esperava que Mike Slade fosse apanhado antes de a festa começar.

Tim e Beth estavam sob constante vigilância na residência. Como Mike Slade pode lhes fazer algum mal? Mary se lembrava o quanto ele parecia gostar de brincar com as crianças. Ele não é normal.

Mary levantou-se para pôr alguns papéis no retalha-dor e parou de repente. Mike Slade estava entrando em sua sala, através da porta de ligação. Ela abriu a boca para gritar.

— Não!

Estava apavorada. Não havia ninguém bastante perto para poder salvá-la. Ele poderia matá-la antes que pudesse pedir socorro. E podia escapar da mesma forma por que entrara. Como conseguira passar pelos guardas? Não devo deixá-lo perceber como estou assustada.

— Os homens do coronel McKinney estão à sua procura — disse Mary, em tom de desafio. — Pode me matar, mas nunca conseguirá escapar.

— Tem escutado muitos contos de fada. Angel é que está tentando matá-la.

— Está mentindo. Angel morreu. Vi quando o mataram.

— Angel é um profissional da Argentina. A última coisa que ele faria seria andar com etiquetas argentinas nas roupas e pesos argentinos nos bolsos. O idiota que a polícia matou era um amador que serviu como isca.

Faça-o falar.

— Não acredito numa só palavra do que está dizendo. Você matou Louis Desforges. Tentou me envenenar. Nega isso?

Mike estudou-a em silêncio por um longo momento.