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— Pronta para festejar, Sra. Grey? — murmura Christian, abrindo um sorriso tímido para mim.

Eu derreto. Ele está divino em um smoking preto e simples com gravata e faixa prateadas. Está... estonteante.

— Mais do que nunca — respondo, com um sorriso bobo no rosto.

Mais tarde, a festa de casamento está a todo vapor... Carrick e Grace foram até a cidade. Eles reinstalaram o toldo e o decoraram lindamente em tons de cor-de-rosa claro, prateado e marfim, aberto dos lados e dando para a baía. Felizmente o tempo está bom, e o sol de fim de tarde brilha sobre a água. Há uma pista de dança na ponta da grande tenda, e um farto bufê na outra.

Ray e minha mãe estão dançando e rindo juntos. Tenho um sentimento dúbio vendo-os assim tão próximos. Espero que meu casamento com Christian dure mais. Não sei o que eu faria se ele me deixasse. Quem casa a correr, toda a vida tem para se arrepender. O provérbio é um fantasma a me assombrar.

Kate está ao meu lado, linda no seu vestido longo de seda. Ela me fita e franze o cenho.

— Ei, este deveria ser o dia mais feliz da sua vida — repreende-me ela.

— E é — sussurro.

— Ah, Ana, o que há com você? Está pensando em sua mãe e Ray?

Admito tristemente.

— Eles estão felizes.

— Só porque se separaram.

— Você está com dúvidas? — pergunta Kate, preocupada.

— Não, de jeito nenhum. É só que... eu amo tanto Christian. — Fico travada; não consigo, ou talvez eu não deseje, articular meus temores.

— Ana, está na cara que ele adora você. Sei que foi um início pouco convencional para um relacionamento, mas eu vi como vocês passaram felizes esse último mês. — Ela pega minhas mãos e as aperta com carinho. — Além disso, agora é tarde — acrescenta, com um sorriso bem-humorado.

Dou uma risadinha. Ninguém melhor do que Kate para apontar o óbvio. Ela me puxa para um Abraço Especial de Katherine Kavanagh.

— Ana, vai dar tudo certo. E se ele tocar em um fio de cabelo seu, vai se ver comigo. — Ela então me solta e sorri para alguém atrás de mim.

— Oi, baby. — Christian me abraça de surpresa e me beija na têmpora. — Kate — ele a cumprimenta. Ainda age friamente com ela mesmo depois de seis semanas.

— Olá novamente, Christian. Vou procurar o seu padrinho.

E, sorrindo para nós dois, ela se dirige até Elliot, que está bebendo com o irmão dela, Ethan, e nosso amigo José.

— Hora de irmos — murmura Christian.

— Já? Esta é a primeira festa em que eu não ligo de ser o centro das atenções. — Giro em seus braços para olhar para ele.

— Você merece. Está deslumbrante, Anastasia.

— Você também.

Ele sorri, e sua expressão torna-se mais quente.

— Este lindo vestido ficou perfeito em você.

— Este pedaço de pano velho?

Coro e puxo o delicado acabamento de renda do vestido de casamento, simples e bem cortado, desenhado para mim pela mãe de Kate. Adoro o fato de a renda deixar apenas os ombros descobertos — recatado mas sedutor, espero.

Ele se inclina e me beija.

— Vamos. Não quero mais dividir você com essa gente toda.

— Podemos ir embora da nossa própria festa de casamento?

— A festa é nossa, baby, podemos fazer o que quisermos. Já cortamos o bolo. E agora eu quero tirar você daqui e tê-la só para mim.

Dou uma risadinha.

— Você me tem para a vida toda, Sr. Grey.

— Fico muito feliz de ouvir isso, Sra. Grey.

— Ah, aqui estão vocês! Os dois pombinhos.

Dou um gemido de desgosto por dentro... A mãe de Grace nos encontrou.

— Christian querido: mais uma dança com a sua avó?

Ele contorce os lábios.

— É claro, vovó.

— E você, linda Anastasia, vá e faça um velho feliz: dance com o Theo.

— O Theo, Sra. Trevelyan?

— Acho que você pode me chamar de vovó. Agora, de verdade, vocês dois têm que começar a trabalhar para me darem bisnetos. Não vou durar muito mais tempo. — Ela nos lança um sorriso afetado.

Christian a olha horrorizado.

— Venha, vovó — diz ele, rapidamente pegando a mão dela e levando-a até a pista de dança. Ao se afastar, ele olha para mim, quase fazendo bico por ter sido contrariado, e revira os olhos. — Até mais, baby.

Ao me encaminhar na direção do Sr. Trevelyan, sou abordada por José.

— Não vou pedir outra dança. Acho que já monopolizei muito do seu tempo na pista... Estou feliz de vê-la feliz, Ana, mas é sério: eu estarei aqui... se precisar de mim.

— Obrigada, José. Você é um bom amigo.

— Pode contar comigo. — Seus olhos escuros brilham com sinceridade.

— Eu sei. Obrigada, José. Agora, se me der licença, tenho um encontro marcado com um senhor de idade.

Ele faz uma expressão confusa.

— O avô do Christian — esclareço.

Ele sorri.

— Boa sorte, Ana. Boa sorte com tudo.

— Obrigada, José.

Depois de dançar com o eternamente encantador avô de Christian, coloco-me em frente às portas francesas e fico apreciando o sol, que mergulha lentamente sobre Seattle, lançando sombras azul-claras e alaranjadas sobre a baía.

— Vamos embora — Christian me chama, apressado.

— Tenho que trocar de roupa.

Pego a mão dele, com a intenção de puxá-lo pelas portas francesas e levá-lo para cima comigo. Ele franze as sobrancelhas, sem compreender, e puxa minha mão de leve, para me deter.

— Pensei que você quisesse tirar o meu vestido — explico.

Seu semblante se ilumina.

— Correto — diz ele, e abre um sorriso lascivo. — Mas não vou tirar sua roupa aqui, senão só iríamos embora depois de... Sei lá... — Gesticulando a mão comprida, ele deixa a frase incompleta, mas está bastante claro o que quer dizer.

Fico vermelha e solto sua mão.

— E também não solte o cabelo — murmura ele, com ar sério.

— Mas...

— Nada de “mas”, Anastasia. Você está linda. E quero que seja eu a tirar o seu vestido.

Ah. Faço um ar de desagrado.

— Guarde as roupas que você separou para sair daqui — ordena ele. — Vai precisar delas. Taylor já pegou a sua mala.

— Tudo bem.

O que foi que ele planejou? Christian não me contou para onde vamos. Na verdade, acho que ninguém sabe nosso destino. Nem Mia nem Kate conseguiram extrair a informação dele. Aproximo-me de minha mãe e de Kate, que estão circulando ali por perto.

— Não vou me trocar.

— O quê? — diz minha mãe.

— Christian não quer que eu tire o vestido.

Dou de ombros, como se isso explicasse tudo. Ela franze a testa por um breve instante.

— Você não deve obediência a ele — diz ela, com tato.

Kate resmunga ao ouvir isso, e tenta disfarçar com uma tosse fingida. Olho para ela com desaprovação. Nenhuma das duas tem ideia da briga que Christian e eu tivemos sobre isso. Não quero retomar a discussão. Nossa, ele pode ficar bravo... e ter pesadelos. As lembranças me deixam tensa.

— Eu sei, mãe, mas ele gosta desse vestido e eu quero agradar meu marido.

Sua expressão fica mais leve. Kate revira os olhos e discretamente se retira para nos deixar sozinhas.

— Você está tão linda, querida. — Carla afasta gentilmente uma pequena mecha do meu cabelo e acaricia meu queixo. — Estou tão orgulhosa de você, meu amor. Christian será um homem muito feliz ao seu lado. — Ela me puxa para um abraço.

Ah, mãe!

— É incrível como você parece adulta agora. Começando uma vida nova… Lembre-se apenas de que os homens são de outro planeta e tudo vai ficar bem.

Dou uma risada. Christian é de outro universo; ah se ela soubesse…

— Obrigada, mãe.