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- Mas é uma pena. Você daria um excelente governador.

O sangue se esvaiu do rosto de Oliver.

- O que... o que está querendo dizer, Todd?

- Não pareceria correto se eu continuasse a apoiá-lo agora, não é mesmo, Oliver? Quando se pensa nos sentimentos de Jan...

- O que minha candidatura a governador tem a ver com Jan?

- Venho dizendo a todos que havia uma grande possibilidade de que o próximo governador fosse meu genro. Terei de fazer novos planos, não é mesmo?

- Seja razoável, Todd. Não pode...

O sorriso do senador Davis desapareceu.

- Nunca me diga o que posso ou não posso fazer, Oliver. Posso fazê-lo o próximo governador e posso destruí-lo!

Ele tornou a sorrir.

- Mas não me entenda mal. Sem ressentimentos. Eu lhe desejo o melhor.

Oliver permaneceu em silêncio por um longo momento

- Entendo... - Ele se levantou.

- Eu... lamento muito tudo isso.

- Também lamento, Oliver. Com toda sinceridade.

Depois que Oliver se retirou, o senador chamou Peter Tager.

- Vamos abandonar a campanha.

- Largar tudo? Por quê? Vamos ganhar. As últimas pesquisas...

- Faça o que estou dizendo. Cancele todos os compromissos de Oliver. No que nos diz respeito, ele está fora da disputa.

Duas semanas depois, as pesquisas começaram a apresentar uma queda nos índices de Oliver Russell. Os cartazes começaram a desaparecer, os anúncios no rádio e televisão foram cancelados.

- O governador Addison está começando a subir de novo nas pesquisas - comentou Peter Tager. - Se vamos encontrar um novo candidato, é melhor nos apressarmos.

O senador estava pensativo.

- Temos bastante tempo. Vamos esperar.

Foi poucos dias mais tarde que Oliver Russell foi à agência Bailey &Tomkins e pediu que cuidassem de sua campanha. Jim Bailey apresentou-o a Leslie, e Oliver se sentiu imediatamente fascinado por ela. Leslie não era apenas bonita, mas também inteligente e simpática... e acreditava nele. Oliver notara algumas vezes uma certa indiferença em Jan, mas a ignorara.

Com Leslie, era completamente diferente. Uma mulher efusiva e sensível, fora natural apaixonar-se por ela. De vez em quando,

Oliver pensava no que perdera. Isso é apenas o primeiro passo. Você serve por um ou dois mandatos como governador e prometo que depois o levaremos para a Casa Branca.

Oliver tratou de se persuadir: Que se dane. Posso ser feliz sem isso. Mas às vezes ele não podia deixar de pensar nas boas coisas que poderia ter realizado.

Com o casamento de Oliver iminente, o senador Davis chamou Tager para uma conversa.

- Peter, temos um problema. Não podemos deixar que Oliver Russell desperdice sua carreira ao casar com uma mulher desconhecida.

Peter Tager franziu o rosto.

- Não sei o que podemos fazer agora, senador. O casamento já foi marcado.

O senador Davis pensou um pouco.

- O páreo ainda não foi corrido, não é mesmo?

Ele telefonou para a filha em Paris.

- Jan, tenho uma notícia terrível para você. Oliver vai casar.

Houve um longo silêncio.

- Eu... eu já soube.

- O mais triste é que ele não ama essa mulher. Disse-me que vai casar com ela como uma reação, porque você o deixou. Ele ainda é apaixonado por você.

- Oliver disse isso?

- Claro que disse. Ele está fazendo uma coisa terrível para si mesmo. E, de certa forma, foi você quem o forçou a isso, meu bem. Quando o largou de repente, ele desmoronou.

- Pai, eu... não tinha idéia.

- Nunca vi um homem mais infeliz.

- Não sei o que dizer.

- Você ainda o ama?

- Sempre o amarei. Cometi um erro lamentável.

- Talvez não seja tarde demais.

- Mas ele vai casar!

- Meu bem, por que não esperamos para ver o que acontece? Talvez ele recupere o bom senso.

Depois que o senador Davis desligou, Peter Tager perguntou:

- O que pretende fazer, senador?

- Eu? - murmurou o senador Davis, com um ar inocente.

- Nada. Apenas juntar de volta algumas peças, devolvendo-as aos lugares a que pertencem. Acho que terei uma conversinha com Oliver.

Oliver Russell foi ao escritório do senador Davis naquela tarde.

- É um prazer tornar a vê-lo, Oliver. Obrigado por atender ao meu convite. Você está com uma boa aparência.

- Obrigado, Todd. Você também.

- Já estou velho, mas faço o que posso.

- Queria falar comigo, Todd?

- Queria, sim, Oliver. Sente-se.

Oliver se acomodou numa cadeira.

- Quero que me ajude com um problema legal que estou tendo em Paris. Uma das minhas companhias ali enfrenta dificuldades. Haverá uma assembléia de acionistas muito em breve. Eu gostaria que comparecesse para me representar.

- Terei o maior prazer. Quando será a assembléia? Verificarei na minha agenda...

- Lamento, mas terá de partir esta tarde.

Oliver ficou atônito.

- Esta tarde?

- Detesto mobilizá-lo com tão pouco prazo, mas acabei de receber o aviso. Meu avião está esperando no aeroporto. Pode viajar? É muito importante para mim.

Oliver tinha uma expressão pensativa.

- Darei um jeito.

- Ficarei muito agradecido, Oliver. Sabia que podia contar com você. - O senador inclinou-se para a frente. Lamento profundamente o que está acontecendo com você. Viu as últimas pesquisas? Ele suspirou, antes de arrematar:

- Você está caindo.

- Sei disso.

- Eu não deveria me importar tanto, mas...

O senador Davis não continuou.

- Mas...?

- Você daria um excelente governador. Na verdade, seu futuro não poderia ter sido mais brilhante. Teria muito dinheiro... e poder. Deixe-me falar um pouco sobre dinheiro e poder, Oliver. O dinheiro não se importa com quem o possui. Um vagabundo pode ganhar na loteria, um idiota pode herdar uma fortuna, ou alguém pode conseguir o dinheiro assaltando um banco. Mas poder... é algo diferente. Ter poder é possuir o mundo. Se você fosse governador deste Estado, poderia afetar as vidas de todos os que vivem aqui. Poderia obter a aprovação de projetos que ajudariam as pessoas, e teria o poder de vetar os projetos que pudessem prejudicá-las. Eu lhe prometi uma ocasião que poderia se tornar presidente dos Estados Unidos. Pois saiba que falei a sério, que você poderia mesmo ser. E pense sobre esse poder, Oliver, ser o homem mais importante do mundo, dirigindo o país mais poderoso do mundo. Não acha que vale a pena sonhar com isso? Pense a respeito.

O senador fez uma pausa, depois acrescentou, em voz pausada:

- O homem mais poderoso do mundo.

Oliver especulava sobre o rumo que a conversa tomaria. Como se em resposta à sua indagação tácita, o senador comentou:

- E você deixou escapar tudo isso apenas por uma mulher. Pensei que era mais inteligente, filho.

Oliver esperou. O senador Davis continuou, em tom casuaclass="underline"

- Falei com Jan esta manhã. Ela continua em Paris, no Ritz. Quando contei que você ia casar... ela desatou a chorar.

- Lamento muito, Todd. Sinceramente.

O senador suspirou.

- É uma pena que vocês dois não possam reatar.

- Todd, vou casar na semana que vem.

- Sei disso. E não interferiria em seu casamento por nada neste mundo. Suponho que não passo de um velho sentimental, mas para mim o casamento é a coisa mais sagrada do mundo. Tem minha bênção, Oliver.

- Fico muito grato.

- Sei que fica. - O senador olhou para seu relógio.

- Você vai querer ir para casa agora e arrumar as malas. As informações sobre a assembléia serão despachadas por fax para você em Paris.

Oliver levantou-se.

- Está certo. E não se preocupe. Cuidarei de tudo por lá.

- Tenho certeza que sim.

- Ah, antes que eu me esqueça, reservei um quarto para você no Ritz.

No luxuoso Challenger do senador Davis, voando para Paris, Oliver refletiu sobre a conversa com o senador. Você daria um excelente governador. Na verdade, seu futuro não poderia ter sido mais brilhante... Deixe-me falar um pouco sobre dinheiro e poder Oliver... Ter poder é possuir o mundo. Se você fosse governador deste Estado, poderia afetar as vidas de todos os que vivem aqui. Poderia obter a aprovação de projetos que ajudariam as pessoas, e teria o poder de vetar os projetos que pudessem prejudicá-las.