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O AUTOR E SUA OBRA

Henri Charrière tornou-se famoso da noite para o dia, como Papillon, ao escrever um livro sobre a extraordinária aventura de sua vida – a fantástica história que se iniciou quando ele foi condenado, aos 25 anos, em 1932, à prisão perpétua, que o levou ao presídio de Cayena, do qual, depois de várias tentativas, conseguiu fugir.

Seu livro, que teve por título a sua alcunha, “Papillon”, alcançou, ao ser traduzido para as mais diversas línguas, mais de catorze milhões de exemplares. Coro as suas sucessivas edições, os lucros do autor se elevaram a cerca de quatro milhões de dólares, afora seiscentos mil dólares que recebeu pela adaptação cinematográfica da obra. Esse um aspecto de seu sucesso editorial. Mas ele obteve outros tipos de consagração, como a conferência que pronunciou, em 1969, na Faculdade de Direito da Universidade da Sorbonne, em Paris. Cidade em que também se realizou uma “Noite da Borboleta”, em homenagem a “Monsieur” Henri Charrière, ou antes, Papillon (Borboleta). À festa compareceram mais de quinhentas personalidades, entre escritores, políticos, juristas, artistas, etc. Papillon havia-se transformado numa atração da sociedade parisiense.

O livro “Papillon” pode ser considerado como um exemplo típico de literatura “oral”; suas aventuras foram narradas com emoção e clareza. A verdade é que ele – indomável, jovial, inteligente, espontâneo, falador e sensível – soube estabelecer uma adequação perfeita entre o homem Henri Charrière e o personagem (verdadeiro) Papillon. Havia uma razão bastante profunda para isso: ambos nasceram, literariamente, de um só sofrimento, de uma só esperança de liberdade e de um mesmo amor, entranhado, à vida. Foi por isso, disse ele, que escreveu “Papillon”, nele “colocando toda a sua alma”. Henri Charrière faleceu em julho de 1973.

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