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- Nós não podemos permitir que ele nos faça ir até ali - disse Kelly horrorizada. - Temos de nos manter no meio desta gente. E agora, o que é que fazemos?

Diane olhou para Kelly, espantada.

- O que é que quer dizer com isso? A Kelly é que ficou encarregada de nos tirar daqui, lembra-se? Ponha o seu plano a funcionar.

- Não resultou - respondeu Kelly engolindo em seco.

- Então passe para o plano B - pediu nervosamente Diane.

- Diane...

- Sim?

- Não há um plano B.

Os olhos de Diane abriram-se.

- Quer dizer que... que nos trouxe até aqui sem ter maneira de nos fazer sair?

- Eu pensei...

A voz de Tanner soava no altifalante.

- As senhoras Stevens e Harris importam-se de vir até aqui, por favor?

Kelly virou-se para Diane.

- Eu... eu peço muita desculpa.

- A culpa é toda minha. Nunca devíamos ter vindo.

As pessoas na multidão começavam a vírar-se para olhar para elas. EWstavam encurraladas.

- Senhoras Stevens e Harris...

Kelly murmurou:  - O que é que vamos fazer?

Diane respondeu:

- Não temos alternativa. Temos de ir. - Respirou fundo. - Vamos.

Relutantes, as duas mulheres começaram a caminhar devagar em direcção ao pódio.

Diane olhava para cima para Betty Baker, cujos olhos estavam pregados nela, um ar de pânico espelhado no rosto.

Diane e Kelly aproximaram-se, os corações a bater desordenados. Diane pensava: Meu querido Richard, eu tentei. Seja o que for que acontecer, quero que saibas...

Ouviu-se o som de alguma agitação vinda da zona traseira do parque. As pessoas esticavam o pescoço para verem melhor.

Ben Roberts fazia a sua entrada, acompanhado por uma enorme equipa de operadores de câmara e de assistentes.

As duas voltaram-se para olhar. Kelly agarrou o braço de Diane, exultante:

- O plano A chegou! Ben está aqui!

E Diane olhou para cima e disse baixinho:

- Obrigada, Richard.

- O quê? - perguntou Kelly, mas de repente percebeu o que Diane queria dizer. E comentou cinicamente: - Está bem. Vamos. Ben está à nossa espera.

Tanner observava o que se estava a passar, o rosto tenso. E disse alto:

- Desculpe, lamento muito, senhor Roberts, mas esta é uma cerimônia privada. Vejo-me obrigado a pedir-lhe a si e à sua equipa que saiam.

Roberts respondeu-lhe:

- Bom dia, senhor Kingsley. O meu programa está a fazer um segmento sobre as senhoras Harris e Stevens no estúdio, mas, já que estamos aqui, pensei que gostaria de mostrássemos o seu serviço de homenagem.

Tanner abanou a cabeça. - Não. Não posso permitir que permaneçam.

- Tanto pior. Então, sendo assim, vejo-me obrigado a levar as senhoras Harris e Stevens comigo de volta ao estúdio, neste momento.

- Não pode - disse Tanner rispidamente.

- Desculpe, eu não posso o quê? - disse Ben, olhando para cima.

- Eu... o que eu quero dizer é que... Não interessa. - Tanner tremia de fúria.

As duas mulheres aproximaram-se de Ben. Este disse baixinho:

- Desculpem o atraso. Mas é que chegou uma notícia sobre um assassinato e...

- Quase vos chegou outra notícia sobre mais dois - retorquiu Kelly. - Vamos mas é sair daqui para fora.

Tanner olhava frustrado enquanto Kelly, Diane, Ben Roberts e toda a sua equipa afastavam os homens de Tanner e saíam do parque.

Harry Flint olhou para Tanner em busca de instruções. Enquanto este abanava a cabeça devagar numa negativa, ia pensando: Não pensem que isto fica assim, suas cabras.

Diane e Kelly entraram no carro de Ben. Os outros membros da equipa seguiam atrás em duas carrinhas. Roberts olhou para Kelly. - Já me podes explicar o que se estava a passar ali?

- Quem me dera, Ben. Mas ainda não te posso dizer nada. Assim que souber realmente o que se passa, prometo que te explico tudo.

- Kelly, tu sabes que eu sou um repórter. Preciso de saber...

- Tu hoje vieste como amigo.

Roberts suspirou.

- Está bem. Onde queres que vos deixe?

- Importas-te de nos deixar na esquina da Forty-second Street com a Times Square? - perguntou Diane.

- Com certeza.

Vinte minutos mais tarde, Kelly e Diane apeavam-se. Kelly beijou Ben Roberts na face.

- Muito obrigada, Ben. Não me esquecerei do que fizeste. Depois falamos.

- Tem cuidado.

Enquanto se afastavam, viraram-se para dizer adeus.

- Sinto-me nua - disse Kelly.

- Porquê?

- Diane, nós não temos uma arma, nada. Quem me dera que tivéssemos uma arma.

- Mas temos os nossos cérebros.

- Eu gostava de ter uma arma. Porque é que viemos para aqui? O que vamos fazer agora?

- Vamos parar de fugir. De agora em diante, passamos à ofensiva.

- E o que significa isso? - perguntou Kelly, curiosa.

- Significa que estou farta de ser o alvo a atingir. Agora somos nós que vamos atrás deles, Kelly.

Kelly estacou e olhou para Diane.

- Nós vamos atrás do KIG?

- Exactamente.

- Deve ter andado a ler demasiados livros policiais. E como é que acha que nós as duas vamos ser capazes de deitar abaixo o maior think tank do mundo?

- Vamos começar por arranjar os nomes de todos os funcionários deles que morreram nas últimas semanas.

- O que a leva a pensar que morreu mais gente além de Mark e Richard?

- Porque os jornais diziam todos os funcionários, o que significa que foram mais do que dois.

- Oh! E quem é que nos vai dar esses nomes?

- Já lhe digo - respondeu Diane.

O Easy Access Ciber Café era uma sala enorme com mais de uma dúzia de filas de computadores, quase todos eles ocupados. Fazia parte de uma cadeia que começava a aparecer por todo o mundo.

Quando entraram, Diane dirigiu-se à máquina que vendia cartões para comprar uma hora de acesso à Internet. Quando voltou para junto de Kelly, esta perguntou-lhe: - Por onde começamos?

- Vamos perguntar ao computador.

 Encontraram um cubículo vazio e sentaram-se. Kelly observou enquanto Diane se ligava.

E agora o que acontece?

Primeiro fazemos uma pesquisa no Google para descobrirmos os nomes das outras vítimas que trabalhavam para o KIG.

Diane surfou na net entrando no site www.google.com e teclou os critérios de pesquisa: "necrologia" e "KIG".

No ecrã apareceu uma longa lista de sites possíveis. Diane procurou especificamente os de jornais que estavam disponíveis online e encontrou vários. Clicou nesses links que a levaram a uma série de registos de óbitos e outros artigos. Um dos artigos levou-a até ao KIG de Berlim, e ela entrou no web site.

- Isto é interessante... Franz Verbrugge.

- Quem é esse?

- A questão é: onde é que ele está! Parece que desapareceu. Trabalhava para o KIG de Berlim e a mulher, Sonja, morreu em condições misteriosas.

Diane clicou noutro link. Hesitou e olhou para Kelly.

- Em França... Mark Harris.

Kelly respirou fundo e disse que sim com a cabeça.

- Continue.

Diane teclou mais umas palavras.

- Denver, Gary Reynolds, e em Manhattan - a voz fraquejou, - Richard.

Levantou-se.

- E é tudo.

- E agora? - perguntou Kelly.

- Agora tentamos descobrir qual a ligação que existe entre tudo isto. Vamos embora.

A meio do quarteirão, Kelly e Diane passaram por uma loja que vendia computadores.

- É só um minuto - pediu Kelly.

Diane seguiu-a enquanto ela entrava na loja e abordava o gerente.

- Desculpe. O meu nome é Kelly Harris. Sou assistente do senhor Tanner Kingsley. Precisamos de três dúzias dos melhores e mais caros computadores que tiver, para esta tarde. Acha que é possível?

O gerente entusiasmou-se.

- Claro que sim. Com certeza, senhora Harris. Para o senhor Kingsley, tudo o que quiser. É claro que não temos o material todo aqui, mas temos nos nossos armazéns. Eu próprio me encarrego do caso. Vai ser pago em dinheiro ou para facturar?