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- Será pago em dinheiro, no acto de entrega - respondeu Kelly Enquanto o gerente se apressava a tratar do caso, Diane comentou: - Gostaria de ter pensado isso.

E Kelly fez um enorme sorriso.

- Vai pensar.

- Pensei que gostaria de ver estes, senhor Kingsley.

Kathy Ordonez deu-lhe uma série de jornais. Os cabeçalhos eram elucidativos:

"AUSTRÁLIA SOB INESPERADO TORNADO"

O primeiro tornado que alguma vez atingiu a Austrália já destruiu meia dúzia de aldeias. O número de mortos é por enquanto desconhecido. Os meteorologistas dizem-se desconcertados com estes novos padrões do clima. Culpa atribuída à camada de ozono.

- Envie tudo à senadora van Luven acompanhados de uma nota:

"Cara senadora van Luven, penso que o tempo urge. Melhores cumprimentos, Tanner Kingsley."

- Com certeza, senhor.

Tanner olhou para o computador quando ouviu o som que o avisava de que tinha recebido um alerta da divisão de segurança do Departamento de Informação e Tecnologia.

Conseguira instalar "spiders", software de alta. tecnologia que constantemente pesquisava a internet em busca de informações. Inicialmente, colocara-as para ser alertado quando alguém entrava em busca de informações delicadas sobre as mortes de Richard Stevens e de Mark Harris, e agora olhava interessado para o computador que lhe enviava os alertas.

Premiu um intercomunicador e chamou:

- Andrew, anda cá.

Andrew estava no seu gabinete a pensar no acidente que sofrera e a lembrar-se. Estava no vestiário onde fora buscar o fato espacial que o exército tinha mandado. Começara a tirar um do cabide, mas Tanner estava lá e fora ele quem lhe dera um fato e uma máscara de gás. Veste este. Vai-te dar sorte! Tanner era...

- Andrew, anda cá!

Andrew ouviu a ordem, levantou-se e dirigiu-se devagar ao gabinete de Tanner.

- Senta-te.

- Sim, Tanner. - E sentou-se.

- As cabras acabaram de entrar do nosso site de Berlim. Sabes o que isso significa?

- Sim... eu... Não.

A secretária de Tanner fez-se ouvir pelo intercomunicador:, - Senhor Kingsley, os computadores chegaram.

- Quais computadores?

- Aqueles que encomendou.

Intrigado, Tanner levantou-se e dirigiu-se à recepção. Três dúzias de computadores empilhavam-se em cima de carrinhos. O gerente da loja e três homens em fato macaco estavam junto deles.

O rosto do gerente iluminou-se quando viu Tanner a aproximar-se.

- Trouxe tudo aquilo que pediu, senhor Kingsley. Tudo topo de gama. E teremos todo o gosto em lhe arranjar aquilo que...

Tanner olhava fixamente para a pilha de computadores.

- Quem foi que encomendou tudo isto?

- A sua assistente, Kelly Harris. Disse que o senhor precisava deles com urgência, por isso...

- Leve-os de volta - respondeu baixinho Tanner. - Ela não vai precisar deles, no sítio para onde vai.

E virou-se e regressou ao gabinete.

- Andrew, tens alguma idéia da razão por que elas acederam ao nosso site? Bom, então eu vou-te explicar. Estão a fazer uma busca sobre as vítimas e vão procurar saber quais as razões que se encontram por detrás das suas mortes. - E Tanner sentou-se. - Para o fazerem, teriam de ir à Europa. Só que não vão conseguir lá chegar...

- Pois não... - respondeu Andrew, sonolento.

- E como é que nós as vamos impedir, Andrew?

Andrew acenou com a cabeça: - Impedir...

Tanner olhou para o irmão e disse, desdenhoso: - Como gostava de ter alguém com um cérebro para poder falar. - Os olhos de Andrew observavam tudo enquanto Tanner se dirigia a um computador e se sentava na frente do teclado.

- Vamos começar por limpar todos os bens delas. Temos os números da Segurança Social. - Batia as teclas enquanto falava. Diane Stevens... - ia dizendo enquanto usava o software clandestino que o KIG instalara quando tinham sido contratados para fazer com que os sistemas do Experian fossem compatíveis com o Y2K. Este software clandestino permitia a Tanner ter acesso a coisas que nem os principais directores do Experian conseguiam ter.

- Olha. O Experian tem toda a informação bancária dela, um fundo de pensões do IRA, a linha de crédito no banco. Estás a ver?

- Sim, Tanner - respondeu Andrew engolindo em seco. - Sim.

Tanner voltou a olhar para o computador.

- Vamos dar os cartões de crédito dela como roubados... Agora vamos fazer a mesma coisa com os de Kelly Harris... O nosso próximo passo é entrar no site do banco de Diane.

Acedeu ao site e em seguida clicou num link que dizia "Gerir as suas Contas".

Em seguida, Tanner digitou o número de conta de Diane Stevens e os quatro últimos números da Segurança Social e o acesso foi-lhe concedido imediatamente. Uma vez lá dentro, transferiu todos os saldos para a linha de crédito e depois voltou à base de crédito do Experian e cancelou-lhe a linha de crédito sob "Em Cobrança".

- Andrew...

- Sim, Tanner.

- Percebeste o que eu fiz? Transferi todo o dinheiro de Diane Stevens para o campo das dívidas a serem cobradas pelo departamento de cobranças. - A voz dele soava satisfeita. - Agora vou fazer a mesma coisa com Kelly Harris.

Quando terminou, levantou-se e chegou junto de Andrew.

- Está feito. Agora não têm dinheiro nem crédito. Não têm maneira de sair do país. Conseguimos encurralá-las. O que pensas tu do teu irmão mais novo?

Andrew abanou a cabeça: - Ontem à noite na televisão, vi um filme sobre...

Furioso, Tanner cerrou a mão e esmurrou o irmão na cara, de tal maneira que ele caiu da cadeira e esta bateu contra uma parede, fazendo enorme estardalhaço.

- Seu grande filho da mãe! Presta atenção ao que eu digo quando estou a falar contigo!

A porta abriu-se de repente e Kathy Ordonez, a secretária de Tanner, entrou, ansiosa:

- Está tudo bem, senhor Kingsley?

- Sim, está tudo bem. Foi o pobre Andrew que caiu.

- Oh, meu Deus!

Os dois ergueram Andrew e puseram-no de pé.

- Eu caí?

- Sim, Andrew. Tu caíste, mas agora está tudo bem - respondeu Tanner, todo suavidade.

Kathy Ordonez sussurrou:

- Senhor Kingsley, não acha que o seu irmão estaria melhor num lar?

- É claro que estaria - respondeu. - Mas isso seria um enorme desgosto para ele. Esta é a sua casa e eu posso muito bem tomar conta dele aqui.

Kathy Ordonez olhou com admiração para Tanner.

- O senhor é um homem maravilhoso, senhor Kingsley.

Ele encolheu os ombros.

- Todos temos de fazer o que melhor que podemos.

Dez minutos mais tarde a secretária de Tanner estava de volta.

- Boas notícias, senhor Tanner. Chegou agora mesmo este fax do gabinete da senadora van Luven.

- Mostre cá. - Tanner arrancou-lho da mão.

Caro senhor Kingsley, Serve a presente para o informar de que a Comissão Especial do Senado para o Ambiente decidiu atribuir fundos para aumentar imediatamente a investigação sobre o aquecimento global e as formas de o combater. Melhores cumprimentos, senadora van Luven.

 

CAPÍTULO 33

- Tem passaporte? - perguntou Diane.

- Ando sempre com ele quando estou no estrangeiro - e acrescentou: - E este, de facto, tem sido ultimamente um país estrangeiro para mim.

Diane anuiu.

- O meu está num cofre no banco. Vou buscá-lo. E além disso também precisamos de dinheiro.

Quando entraram no banco, Diane desceu para a zona dos cofres e abriu o seu. Tirou o passaporte, meteu-o na carteira e subiu as escadas direita a uma das caixas.

- Pretendo fechar a minha conta.

- Com certeza. O seu nome, por favor?

- Diane Stevens.

O caixa acenou com a cabeça. - É só um segundo, por favor.

Dirigiu-se a um ficheiro, abriu uma gaveta e começou a procurar nos cartões. Puxou um, olhou por momentos para ele e em seguida voltou para junto de Diane.