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- O que foi?

- Nada. É que... nós juntas fazemos uma excelente equipa. Não gosto da idéia de nos separarmos. Porque não vamos ambas a Paris e...?

Diane sorriu.

- Nós não nos vamos separar, Kelly. Quando tiver terminado de falar com Sam Meadows, telefone-me. Podemo-nos encontrar em Berlim. Nessa altura imagino já ter as informações que são precisas.

Temos os nossos celulares. Podemos permanecer em contacto.

Estou ansiosa por ficar a saber o que vai descobrir hoje à noite.

Chegaram a Paris. Diane olhou pelo retrovisor.

- Nada de Citroen. Finalmente despistámo-los. Onde quer que a leve agora?

Kelly olhou pela janela. Estavam a chegar à Place de la Concorde.

- Diane, porque é que não vai entregar o carro e parte para Berlim? Eu posso apanhar um táxi.

- Tem a certeza, companheira?

- Tenho sim, companheira.

- Tenha cuidado.

- Você também.

Dois minutos depois, Kelly estava dentro de um táxi a caminho do seu apartamento, ansiosa por regressar a casa. Dentro de pouco tempo ia encontrar-se com Sam Meadows no apartamento dele para um jantar.

Quando o táxi parou em frente do seu prédio, Kelly, sentiu uma enorme sensação de alívio. Estava em casa. O porteiro abriu-lhe a porta.

Kelly olhou para cima e começou a dizer - Estou de volta, Martin... - e parou. O porteiro era um perfeito desconhecido.

- Boas tardes, minha senhora.

- Boas tardes. Onde está Martin?

- Martin já cá não trabalha. Despediu-se.

Kelly ficou sem saber o que dizer. - Oh! Que pena.

- Por favor, minha senhora. Permita que me apresente. O meu nome é Jerôme Maio.

Kelly assentiu.

Entrou no átrio. Um outro desconhecido, alto e magro, estava de pé atrás da secretária, junto de Nicole Paradis.

O desconhecido sorriu.

- Boas tardes, senhora Harris. Temos estado à sua espera. O meu nome é Alphonse Girouard e sou o porteiro do prédio.

Kelly olhou em redor, intrigada.

- Onde está Philippe Cendre?

- Ah! Philippe e a família mudaram-se algures para Espanha. - respondeu, encolhendo os ombros. - Razões de trabalho, imagino.

Kelly estava ficar cada vez mais alarmada.

- E a filha?

- Foi com eles.

Já lhe disse que a minha filha entrou para a Sorbonne ? É um sonho que se tornou realidade.

Kelly tentou manter a voz calma.

- E quando partiram?

- Há apenas uns dias, mas, por favor, não se preocupe, senhora, nós trataremos muito bem de si. O seu apartamento está à sua espera.

Nicole Paradis, que estava sentada atrás da secretária, ergueu os olhos.

- Bem vinda a casa. - Mas os seus olhos diziam outra coisa.

- Onde está Angel?

- A sua cadelinha? Philippe levou-a com ele.

Kelly lutava contra uma onda de pânico. Começava a sentir dificuldade em respirar.

- Vamos, minha senhora? Temos uma pequena surpresa para si, no apartamento.

Aposto que tens. O cérebro de Kelly trabalhava velozmente.

- Muito bem, mas é só um segundo - pediu. - Esqueci-me de ir buscar uma coisa.

E antes que Girouard pudesse dizer fosse o que fosse, Kelly já estava na rua, apressando-se pela rua abaixo.

Jerôme Maio e Alphonse Girouard ficaram parados no passeio a olhar para ela. Apanhados desprevenidos, era demasiado tarde para a impedirem. Viram-na entrar num táxi.

Meu Deus! O que foi que eles fizeram com Philippe e a família? E Angel ?, interrogava- se Kelly.

- Para onde, menina?

- Vá andando!

Hoje à noite vou descobrir o que está por trás de tudo isto, pensava Kelly. Entretanto, tenho de fazer tempo durante quatro horas.

No seu apartamento Sam Meadows terminava um telefonema:

- Sim, compreendo perfeitamente como é importante. Eu trato de tudo... Estou à espera que ela chegue dentro de minutos para jantar... Sim... Já tenho alguém para me ver livre do corpo depois...

Muito obrigado. É muita generosidade sua, senhor Kingsley.

Assim que Sam Meadows desligou, olhou para o relógio. A sua convidada devia estar a chegar a qualquer altura.

 

CAPÍTULO 36

Quando Diane chegou a Berlim, ao aeroporto Tempelhof, havia uma espera de cerca de quinze minutos para os táxis. Por fim chegou a sua vez.

O motorista sorriu.

- Wohin?

- Fala inglês?

- É claro, fràulein.

- Para o Kempiski Hotel, por favor.

Vinte minutos mais tarde, Diane registava-se no hotel.

- Queria alugar um carro com motorista.

- Com certeza, menina. - E o recepcionista olhou para baixo.

- Tem bagagem?

- Já vem.

Assim que o carro chegou, o motorista perguntou:

- Que pretende visitar, menina?

Precisava de tempo para pensar.

- Vá andando durante um bocado, por favor.

- Muito bem. Há muitas coisas para ver em Berlim.

Berlim deixou Diane espantada. Sabia que, durante a Segunda Guerra Mundial, tinha sido bombardeada até quase ser varrida do mapa, mas aquilo que agora via era uma cidade activa, cheia de modernos edifícios e com um vivo ar de sucesso.

Os nomes da ruas pareciam-lhe estranhos: Windscheidstrasse, Regenburgerstrasse, Lútzowfer... Enquanto iam andando, o motorista ia explicando a história dos parques e das construções, mas Diane não ouvia nada. Tinha que falar com as pessoas com que frau Verbrugge trabalhava e descobrir o que sabiam. Segundo a Internet, a mulher de Franz Verbrugge fora assassinada e ele desaparecera.

Diane inclinou-se para a frente e perguntou ao motorista:

- Conhece algum "for café"?

- Com certeza, menina.

- Importa-se de me levar lá?

- É muito bom. É muito popular. Pode conseguir aí todas as informações que pretende.

Espero bem que sim, pensou Diane.

O Cyberlin Café não era tão grande como o de Manhattan, mas parecia igualmente movimentado.

Assim que Diane entrou pela porta, uma mulher saiu de trás do balcão.

- Temos um computador disponível dentro de minutos.

- Queria falar com o gerente - pediu Diane.

- Sou eu.

- Oh!

- Porque quer falar comigo?

- Eu gostaria de falar sobre Sonja Verbrugge.

A mulher abanou a cabeça.

- A frau Verbrugge não está cá.

- Eu sei - respondeu Diane. - Ela morreu. Estou a tentar descobrir como morreu.

A mulher olhava fixamente para Diane.

- Foi um acidente. Quando a polícia confiscou o computador dela, descobriu... - Uma expressão dissimulada surgiu-lhe no rosto. - Se não se importar de entrar para aqui, menina, eu já chamo alguém para a ajudar. Já venho.

Assim que Diane a viu dirigir-se apressadamente para as traseiras sentiu-se invadida por uma estranha inquietação. Logo que ela desapareceu, Diane saiu rapidamente da loja e entrou no carro. Ali não havia ninguém que a pudesse ajudar. Tenho de falar com a secretária do Franz Verbrugge.

Numa cabina telefónica, obteve o número do KIG e ligou. - KIG Berlim.

 - Posso falar com a secretária de Franz Verbrugge? - pediu Diane.

- Quem fala?

- Fala Susan Stratford.

- Só um segundo, por favor.

No gabinete de Tanner, a luz azul começou a piscar. Tanner sorriu para o irmão.

- Diane Stevens está a fazer um telefonema. Vamos ver se a podemos ajudar. - E passou a chamada para o sistema alta voz.

A voz da telefonista do KIG dizia:

- A secretária dele não está. Quer falar com a assistente?

- Se faz favor.

- Só um momento. Uma voz feminina apareceu em linha: - Fala Heidi Fronk. Em que posso ser útil?

O coração de Diane começou a bater mais depressa.

- O meu nome é Susan Stratford. Sou jornalista do Wall Street Journal Estamos a fazer uma reportagem sobre as recentes tragédias que aconteceram a alguns dos empregados do KIG. Será que me podia conceder uma entrevista?

- Não sei se...

- Só para obter informações de carácter geral.