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Nada a conseguia convencer.

No dia seguinte, quando a campainha da porta tocou, Dianel encaminhou-se relutante para ela. Olhou através do óculo e pareceu-lhe ver uma pequena multidão do outro lado. Intrigada, Diane abriu a porta. Havia uma dúzia de rapazinhos no átrio.

Um deles tinha na mão um pequeno ramo de flores.

- Bom dia, senhora Stevens. - E entregou as flores a Diane.

- Muito obrigada.

De repente, lembrou-se de quem eram os meninos. Eram os membros da pequena equipa de Infantis que Richard treinava.

 Diane recebera inúmeros ramos de flores, de cartões de pêsames e de e-mails, mas este era o mais tocante de todos...

- Entrem - pediu. Os rapazinhos entraram atabalhoadamente na sala.

- Só queríamos dizer-lhe que sentimos muito.

- O seu marido era um tipo sensacional.

- Era mesmo legal.

- E era um excelente treinador.

Foi a gota de água, Diane não conseguiu reter as lágrimas por mais tempo.

- Muito obrigada. Ele também achava que vocês eram ótimos. Tinha muito orgulho em vocês. - Respirou fundo. - Querem beber alguma coisa?

Tim Holm, o miúdo de dez anos que apanhara a bola pelo ar, respondeu:

- Não, muito obrigado, senhora Stevens. Só lhe queríamos dizer que nós também vamos sentir muito a falta dele. Todos contribuímos para as flores. Custaram doze dólares.

- Só queríamos mesmo dizer que lamentamos muito.

Diane olhou para eles e disse calmamente:

- Muito obrigada. Eu sei como Richard iria ficar satisfeito por vocês terem vindo.

Ficou a olhar enquanto eles murmuravam as despedidas e partiam.

Observando-os à saída, recordou a primeira vez que vira Richard treinar os miúdos. Falava-lhes como se tivessem a mesma idade dele, numa linguagem que eles percebiam, e eles gostavam dele por isso. Foi nesse dia que me comecei a apaixonar.

Lá fora, Diane ouviu o som de um trovão e as primeiras gotas de chuva começaram a escorrer pelas janelas, como se fossem as lágrimas de Deus. Chuva. Fora num fim de semana grande...

- Gostas de piqueniques? - perguntara Richard. - Adoro.

Ele sorrira.

- Eu sabia. Vou planejar um piquenique. Amanhã ao meio-dia passo para te apanhar.

Estava um maravilhoso dia de sol. Richard preparara um piquenique no meio de Central Park. Havia pratas e atoalhados, e quando Diane viu o que estava dentro do cesto de piquenique desatou a rir. Rosbife... fiambre... queijos... dois enormes patês... e uma grande variedade de bebidas e meia dúzia de sobremesas.

- Há aqui comida que chega para um regimento! Quem é qui vem mais? - Um pensamento inesperado ocorreu-lhe. Um padre! Corou.

Richard observava-a. - Estás bem? - Se eu estou bem? Nunca estive tão feliz!

- Claro que estou, Richard.

Ele assentiu:

- Óptimo. Não vamos esperar pelo regimento. Podemos comi Enquanto comiam, havia tanta coisa para dizer, e cada pala1 parecia aproximá-los ainda mais. Uma grande tensão sexual com cava a crescer entre eles e ambos sentiam-na. E a meio daquela tarde perfeita, de repente começou a chover. Em poucos minutos ficara: completamente encharcados. Richard disse, pesaroso:

- Lamento muito. Já devia saber... O jornal dizia que não ia havei chuva. Receio que nos tenha estragado o piquenique e...

Diane aproximou-se suavemente dele e disse com toda a sua idade:

- E estragou? E estava nos braços dele, e os seus lábios comprimiam-se contra os dele, e conseguia sentir o coração dele a bater ecoando no seu corpo. Quando, por fim, se afastou, disse:

- Temos que despir estas roupas encharcadas.

Ele riu-se.

- Tens razão. Não queremos apanhar uma...

- Em tua casa ou na minha? - perguntou Diane.

Richard, de repente, ficou estático. - Diane, tens a certeza? Eu pergunto porque... isto não é coisa de uma noite.

- Eu sei - respondeu ela calmamente. Meia hora mais tarde estavam no apartamento de Diane, despindo-se, os braços à volta um do outro, e as mãos explorando o corpo um do outro, de forma torturante, e por fim já não agüentaram mais e caíram na cama. Richard foi suave, e terno, e apaixonado, e frenético, e era magia pura, e a língua dele encontrou a dela e moveu-se vagarosamente, e era como vagas quentes a baterem suavemente numa praia de veludo, e em seguida ele estava dentro dela, preenchendo-a.

Passaram o resto da tarde e uma boa parte da noite a conversar e a fazer amor, e abriram os seus corações um ao outro, e não havia palavras para descrever a sua emoção.

De manhã, enquanto Diane fazia o pequeno almoço, Richard perguntou:

- Queres casar comigo, Diane?

E ela virou-se para ele devagarinho e respondeu suavemente:

- Oh, sim!

O casamento teve lugar um mês depois. A cerimônia foi acolhedora e maravilhosa, com amigos e familiares a darem os parabéns aos recém casados. Diane olhou para o rosto radiante de Richard, lembrou-se das premonições da velha vidente e sorriu.

Tinham planejado passar a lua-de-mel em França, para onde partiriam na semana seguinte, mas Richard telefonara-lhe do trabalho:

- Surgiu um novo projeto e não me posso afastar. Importas-te que adiemos para daqui a uns meses? Desculpa, querida.

- É claro que não, querido - respondera.

- Queres vir almoçar hoje comigo?

- Adorava. - Tu gostas de comida francesa. Eu conheço um excelente restaurante francês. Apanho-te dentro de meia hora.

Trinta minutos mais tarde, Richard estava lá fora à espera de Diane.

- Olá, querida. Tenho de ir ter com um dos nossos clientes ao aeroporto. Ele vai para a Europa. Despedimo-nos dele e depois vamos almoçar. Abraçou-o.

- Tudo bem.

Quando chegaram ao aeroporto Kennedy, Richard disse:

- Ele tem um avião particular. Vamo-nos encontrar com ele lá em baixo.

Um guarda permitiu que passassem para uma zona de acesso restrito, onde um Challenger estava estacionado. Richard olhou em volta.

 - Ele não está aqui. Esperamos no avião.

- Muito bem.

Subiram as escadas e entraram no luxuoso parelho. Os motores estavam em funcionamento.

O comissário de bordo surgiu, vindo do cockpit:

- Bons dias.

- Bons dias - respondeu Richard.

Diane sorriu: - Bons dias.

Olharam enquanto o comissário fechava a porta do avião. Diane olhou para Richard:

- Achas que o teu cliente está muito atrasado?

- Ele não demora nada.

O rugir dos motores soava cada vez mais forte. O avião come a taxiar.

Diane olhou pela janela e ficou pálida.

- Richard, nós estamos a andar.

Richard olhou para ela com ar espantado:

- Tens a certeza? - Olha pela janela. - Estava a ficar em pânico. - Diz... diz... ao piloto...

- O que queres que eu lhe diga?

- Para parar!

- Não posso. Ele já levantou vôo.

Houve um momento de silêncio e Diane olhou para Richard, os olhos abertos de espanto.

- Onde é que nós vamos?

- Oh! Eu não te disse? Vamos a Paris. Tu disseste que gostas de comida francesa.

Ela arquejou. Em seguida a sua expressão alterou-se.

- Richard, eu não posso ir assim para Paris! Não tenho roupa comigo. Não tenho maquilagem. Não tenho...

- Ouvi dizer que eles lá têm lojas - respondeu ele.

Diane olhou para ele por um segundo e em seguida lançou-lhe os braços ao pescoço.

- Oh, seu doido. Amo-te.

Ele sorriu.

- Tu querias uma lua de mel. Aqui a tens.

 

 CAPÍTULO 5

Em Orly, aguardava-os uma limusina para os levar ao Hotel Piaza Athénée.

Quando chegaram, o director do hotel disse:

- A vossa suíte está pronta, senhor e senhora Stevens.

- Muito obrigado.

Ficaram instalados na suíte 310. O director abriu a porta e Diane e Richard entraram. Diane parou, chocada. Pendurados nas paredes, viam-se meia dúzia de quadros seus. Virou-se para olhar para Richard.

- Eu... Como é que...?